Capítulo 2 - Visões da cor azul

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Eddie acordou, para seu azar, em um dia quente. Ele odiava dias quentes, mas fingia gostar por causa de sua esposa que amava tanto que fazia questão de deixar o ventilador desligado para se sentir aquecida.

O que lhe acordara foi o despertador do seu celular com aquele toque que Nancy havia colocado há alguns meses atrás, do qual era uma galinha carcarejando o mais alto possível, e não parava até Eddie desliga-lo. A parede onde sua cama era apoiada ela feita de vidro, e o sol bateu diretamente em seu rosto quando ele se sentou na cama.

Ele não tinha escolha, tinha que tomar um banho. Ele percebeu que ele nem tinha se coberto durante a noite, seu lençol estava jogado no chão, onde ele estava pisando agora. Bufando, ele se levanta e pega sua toalha apoiada no boxe do banheiro que ficava no seu quarto. Eddie odiava dias quentes, mas gostava de banhos quentes. Não fazia sentido, até ele sabia disso, mas ou era isso ou ele não entrava na água.

Ele se secou e caminhou até a cozinha. Nancy, como de costume, já havia acordado. Estava na mesa onde costumavam tomar o café da manhã montando um quebra-cabeças, este era de mil peças. Era um soldado montado em seu cavalo no meio de uma floresta, a quilômetros de distância, bem acima de uma montanha, havia um castelo.

– Bom dia – disse ele ainda secando o cabelo. Estava vestindo sua camisa social e sua calça jeans.

– Dia – respondeu ela sem tirar os olhos do quebra-cabeças.

Eddie pendurou sua toalha no varal, ficava em uma varanda ao lado da cozinha, onde tinha a vista para a cidade inteira. Eles moravam no último andar de um prédio no centro de Hidden Springs, Nancy tinha escolhido o local, seria perfeito para criarem seus filhos, que ainda não tinham nascido.

– Arranje um espaço que caiba sua toalha, odeio quando pendura ela em cima da minha – disse ela.

– Pode deixar – respondeu o marido de forma debochada, ele realmente estava prestes a pendurar sua toalha em cima do da sua esposa, uma roxa com flores.

Ele retorna até a cozinha e serve seu café em uma caneca verde-claro, era a favorita dele. Caneca da sorte, ele dizia, fazia ele ter um bom dia. Ele se sentou na frente da esposa e observou o que ela estava tentando montar. O quebra-cabeças estava ali fazia mais de uma semana, mas Nancy ainda não tinha montado o suficiente pra ele saber o que era.

– Isso é um soldado? Comprou esse quebra-cabeças onde, na loja de brinquedos medievais?

– Lá é incrível, ok? – disse ela olhando no rosto do marido que bebia um gole de café. – Se você decidisse visitar lá ia ver que não estou errada.

– Hm. Eu queria te mostrar uma coisa.

– Espero que não demore, eu tenho uma cliente daqui a pouco.

– Vou ser breve.

Nancy tirou a atenção do quebra-cabeças, se apoiando em cima dele com os braços cruzados, vendo o esposo tirar algo do bolso. Era uma foto de uma paisagem, uma praia muito bonita, com areia branca, mar azul, e na frente um pequeno chalé, muito fofo na opinião dela. Tinha um caminho feito de pequenas pedras e matos em volta, porém cortados e uma chaminé no topo do telhado, feito de telhas avermelhadas.

– O que é isso? – perguntou ela admirada pegando a fotografia em mãos, completamente chocada.

– Nossas férias – respondeu Eddie num sorriso, percebendo que tinha conseguido impressionar a esposa. – Aluguei pra gente por uma semana na ilha de Riverview. Nossas férias começam no sábado, já conversei com o meu chefe.

– Oh, Eddie... isso é... Eu não sei nem o que dizer!

– Só de ver o seu rosto já sei que mandei bem. O dono disse que ninguém nunca fez nem uma reclamação. E vamos dizer que eu consultei alguns hóspedes antigos, e todos disseram que valerem super a pena.

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