Eu Me Importo

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Dias depois

Lucio chegou à escola para deixar o filho, estava se despedindo de Juampa quando escutou um falatório que lhe chamara a atenção era Oliver gritando com Carmen.

_ Oliver, por favor!

_ Por favor, nada, me deixa em paz!

_ Como se atreve a falar e a tratar assim a sua mãe? O que você está pensando?

_ E por que você está se metendo? Isso não é da sua conta!

_ Oliver!

_ Você não passa de um moleque mal educado e mimado, que se acha maduro, acha mesmo que desrespeitar uma mulher principalmente sendo a sua mãe é coisa de homem, não é coisa de covarde, babaca.

_ Você vai dizer nada mãe, vai deixar ele falar assim comigo? Se meu pai tivesse aqui teria me defendido- disse saindo

_ Oliver, Oliver!

_ Desculpa Carmen, é que...

_ Você não tinha nenhum direito de fazer isso, Oliver é meu filho e você não tinha a liberdade de repreendê-lo dessa maneira.

_ Sei que me excedi, mais não pude me conter diante da cena que vi, ele não pode te desrespeitar desse jeito.

_ Do meu filho cuido eu, não vou permitir que se meta na minha vida e na maneira como educo meus filhos ouviu bem.

_ Carmen...

Carmen lhe deu as costas e foi embora.

Mais tarde

Faltava poucas horas para o final do expediente, Carmen tinha ido fazer um lanche, estava mexendo no celular quando viu em uma página da cidade onde morava a foto de Heriberto com a amante, no anúncio era apresentada como a futura senhora Cruz.

_ Miserável! Como pode estar se exibindo com essa mulherzinha, e nem se importar com os próprios filhos.

Aquela foto havia deixado Carmen desconcertada, ela tentava controlar o choro, não porque tivesse sentimentos por Heriberto e sim pelo egoísmo e mesquinharia dele, depois de tantos anos de dedicação, uma história de mais 30 anos, era isso que ela recebia, humilhação, já não bastava aqueles malditos vídeos, agora Heriberto se exibia com a amante e claro sendo aplaudido por seus grandes feitos, enquanto ela era crucificada.

_ Porque meu Deus, eu não merecia estar passando por isso, não merecia.- disse com olhos marejados.

_ Carmen, está tudo bem?- disse Lucio se aproximando

_ O que quer?- disse secando as lágrimas rapidamente

_ Posso te ajudar em alguma coisa?

_ Não, não pode, ninguém pode- disse Carmen alterada

_ Por que está assim? Me conte, desabafar faz bem.

_ Por que acha que eu contaria algo pra você? Como se você se importasse.

_ Sim eu me importo e muito.

_ Ah, por favor, porque não me deixa em paz, esquece que eu existo. – disse Carmen saindo

_ Carmen espera!- indo atrás dela. _ Me escuta, sobre o que aconteceu mais cedo, se ainda está chateada me desculpe.

_ Estou cansada, cansada de ser julgada, criticada, que as pessoas se achem no direito de se meter e opinar sobre a minha vida, da maneira que devo ser ou fazer, cansada de tantas cobranças, de sempre ser a errada da história, enquanto ele está lá se exibindo com aquela vagabunda.

_ Calma Carmen...

_ Você não entende ou que? Já disse pra me deixar em paz, para de tentar fingir que se importa...

_ Você que precisa para de achar que o mundo gira ao seu redor, pare de se vitimizar, achando que só você tem problemas, a vida é difícil pra todo mundo.

_ Como se atreve a me dizer isso, quem você pensa que é o que sabe de mim e da minha vida pra dizer que estou me vitimizando, você é um insolente, um grosso, estúpido.

_ Você não para de falar um minuto.

_ Que agora está me mandando calar a boca, seu...

A única maneira que Lucio encontrou para que Carmen se cala-se foi beijá-la, Carmen ficou sem reação pois não esperava tal atitude, ao perceber que ele tentava aprofundar o beijo ela o empurrou e lhe deu uma bofetada.

_ Como se atreve!

_ Carmen me desculpe eu...

_ Que isso nunca mais se repita, quero que fique longe de mim e não me dirija mais a palavra.- disse saindo

_ Carmen, Carmen espera! Droga!

Carmen voltou à recepção estava totalmente desconcertada pelo que havia acontecido.

_ Aconteceu alguma coisa D. Carmen? – perguntou Mariluz

_ Que?

_ A senhora está estranha, algum problema?

_ Não, nada, não aconteceu nada.- disse Carmen tocando os lábios, estranhando o que estava sentindo, embora estivesse indignada e com raiva pelo atrevimento de Lucio, também havia gostado do beijo.

VEP- História de CarmenOnde histórias criam vida. Descubra agora