Jung Hae in é um famoso escritor de livros distopicos na Coréia do Sul. Perto do seu próximo lançamento, ele se encontra envolvido em um escândalo de relacionamento com uma idol. Com receio de que isso posso atrapalhar sua carreira, Hae in pede que...
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- Você está bem?
Olhei para Haein, parado na soleira da porta, encarando-me atônito.
Era de se esperar que ele o fizesse. Eu não estou em meu melhor momento: jogada no chão da nossa sala de estar, chorando pela morte de um personagem.
Respondo com um soluço entrecortado.
- O que aconteceu?
Ele larga as sacolas que segurava e corre em minha direção. Seu olhar se intercalando entre o controle remoto e a TV ligada.
- Ah... Sinto muito. Eles não ficaram juntos? - Haein pergunta, tentando me tranquilizar. Acho que por ser um escritor, ele tende a ser empático nessas situações.
O que desencadeia outra onda de choros e lamúrias minhas.
Jogo-me sobre seu ombro direito, chorando feito uma criança. Tudo porque, um personagem fictício morreu. O qual eu amava muito, caramba, ele era um norte-coreano, pelo amor de DEUS.
Eu prometi a mim mesma não assistir melodramas novamente, mas cá estou, quase parindo um filho por um.
- Qual a finalidade de escrever algo assim? - pergunto chorosa à meu amigo.
Haein é um escritor renomado, um dos melhores da Coréia, segundo à Forbes. Responder minha questão é moleza, mesmo que já o tenha feito muitas vezes.
- Dependendo do contexto... - ele responde suavemente, me dando tapinhas suaves nas costas. - isso pode fazer parte do arco do personagem.
Reviro os olhos.
- Arco é uma ova.
Ele ri.
- Você não disse outro dia que não assistiria mais à melodramas depois daquele... - ele pensa por alguns segundos. - Moon Lovers. É, Moon Lovers, esse aí.
Suspiro pesadamente. Esse drama é um tópico extremamente sensível para mim. Ainda lembro de terminá-lo e ficar num tipo de estresse ou depressão, pós-traumático. Foi enlouquecedor. Haein estava prestes a me internar tamanho seu desespero.
- Não toque nesse assunto. - digo, de cara feia.
- Como não? Você ficou péssima depois dele.
- Eu sei, por isso o tornei um assunto proibido.
- De qualquer maneira, sua dor vai passar, não se preocupe.
Ele afaga meus cabelos e se levanta, pegando suas compras e colocando-nas sobre a ilha da cozinha.
- Não acho que vou superá-lo - aponto para o drama pausado na tela. - tão cedo.
- Você vai.
- Não vou.
- Você vai. - Haein repete uma última vez. - Confie em mim.
- Eu sei que vou, mas acho que dessa vez foi diferente...
