Capítulo 11 - Declaração

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Não sei quanto tempo fiquei pensando sobre as palavras de minha mãe, nossa conversa foi intensa, porém bem tranquila, até porque ela já sabia de tudo, só estava esperando que eu pedisse ajuda, que dissesse tudo o que eu sentia há meses e tanto me sufocava, portanto, falar com ela foi como finalmente tirar um enorme peso dos meus ombros.

Meu maior medo era de que minha mãe não me aceitasse devido a sua grande religiosidade, porém, isso era totalmente irracional, principalmente depois que descobri que meu pai era gay e mama o apoiava, defendia, amava e tinha orgulho do homem que ele havia se tornado. Logo, não faria sentido nenhum ela me renegar, mas o medo me impedia de ver isso.

O mais engraçado de tudo é que mama já sabia enquanto eu pensava que estava conseguindo esconder tudo que estava acontecendo dela, o plot da vida, nunca subestime o fato de sua mãe ser melhor amiga da mãe da sua melhor amiga, aposto que elas até devem ter apostado alguma coisa sobre Camila e eu, tipo quem seria a mais trouxa ou quanto tempo eu levaria para me tocar que a amava, porque aquelas duas não dão ponto sem nó e estão sempre de fofocas e apostas.

Depois do jantar voltei a falar com Camila, queria que ela voltasse a fazer parte dos meus dias, afinal somos melhores amigas antes de qualquer coisa, contar com a ajuda dela é fundamental nesse momento, estou me desprendendo dos meus preconceitos e aprendendo a viver sem culpa.

Apesar de ainda não estar pronta para me declarar, sei que estou caminhando para isso rapidamente, faz duas semanas que estou fazendo terapia intensiva, atualmente já consigo admitir que a amo e estou começando a pensar em um nós.

Percebi que sinto falta de Camren, hoje me pergunto como foi que consegui ficar tanto tempo longe dela depois de beija-la pela primeira vez, não consigo mais suportar a saudade de seus lábios nos meus, dos seus abraços, carinhos e de todos os nossos momentos. Com isso em mente fui até a casa de Camz e toquei a campainha várias vezes, eu estava nervosa.

Quando Camila finalmente abriu a porta, percebo que ela está surpresa em me ver, realmente não tínhamos esse habito, mas eu queria fazer as coisas do jeito certo, esse seria o nosso começo e eu quero mostrar que daqui pra frente tudo vai ser diferente, ela vai ser amada, apreciada, valorizada e tratada como merece, estou determinada a não deixar que exista outra em sua vida, serei a última mulher dela e ela será a minha única.

- Lolo, porque está tocando a campainha? Você nunca fez isso antes - diz dando um risinho confuso, confesso que ela fica adorável quando faz isso.

- Precisamos conversar, Camz! -digo seria e vejo seu sorriso morrer na hora, suas feição automaticamente ficando preocupada.

-Claro, Laur, entre! - disse me dando passagem, assim que ela fecha a porta, solto um suspiro e sorrio para ela, como pode ser tão linda e adorável? eu sou muito sortuda! Ficamos nos encarando por um tempo, até que eu digo:

- Tão linda, eu poderia te admirar o dia todo ou melhor a vida toda e ainda assim não seria o suficiente para te apreciar corretamente - ela fica vermelha igual uma pimenta e tapa o rosto com as mãos, me aproximo dela, pegando suas mãos e segurando-as - Não faz isso, Camz, não me priva de ver você.

- Para de ser exagerada, Lolo. Se bem que eu poderia fazer exatamente o mesmo, você é tão boa pra ser de verdade, que eu não posso tirar meu olhos de você...

Os verdes nos castanhos são a combinação mais bonita. Ainda estou segurando em suas mãos, então sem deixar de encara-la começo a andar de costas em direção ao quarto e ela me acompanha, quando chegamos lá vamos em direção a cama e sentamos com as pernas cruzadas uma de frente para a outra, entrelaço os nossos dedos e começo a falar.

- Eu te devo um enorme pedido de desculpas, mas isso não seria suficiente pra eu consertar as coisas, foram tantos erros e eu me arrependo profundamente de todo o mal que eu te causei, o mais correto seria passar a vida toda te pedindo perdão de joelhos e ainda assim não sei se bastaria pra eu me redimir por toda a dor e sofrimento desses últimos meses, afinal pedir perdão não muda o que aconteceu, mas é um inicio.

Iridescent (Camren version)Onde histórias criam vida. Descubra agora