CAPÍTULO III

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Eu estava apavorada, tentando compreender o que havia acontecido comigo, eu fui vendida para uma guilda de assassinos sanguinários, me tornei prisioneira e quem sabe uma escrava.

Arlen pediu a Caliandra que ficasse comigo enquanto o resto deles iam fazer um trabalho, ou seja, matar algum ser inocente.

Assim que ficamos a sós ela me deixou sozinha e fechou a porta do quarto, pude avaliar com mais cuidado o quarto em que eu estava, havia um abajur cor de carmim e na cama um lençol azul, cortinas de seda branca e um espelho quebrado na parede oposta a cama todo sujo e empoeirado.

Continuei sentada na cama em silêncio, algo me dizia que isso não é totalmente ruim, as coisas entre mim e Ronan não iam bem, eu não podia voltar para casa da minha mãe então me restou apenas onde eu estou agora.

Caliandra voltou três horas depois com uma tigela de sopa de legumes borbulhante, mas eu recusei. Coloquei ao pé da cama e fixei meus olhos nela. Ela se sentou na beirada da cama, deixando os cachos avermelhados do seus cabelos caírem em sua face.

- Por que estou aqui? - pergunto a ela.

- Não sei. Nenhum de nós sabe, além de Arlen.

- E por que você está aqui? Krinnos pensa que você morreu. - seu rosto fica triste quando menciono o nome do governador de Cadman.

- Eu precisava de dinheiro Talia... e Krinnos não podia saber sobre isso, eu mesma tinha que resolver isso. Conheci Arlen por acaso em uma taberna, eu estava bêbada e contei a ele que precisava de dinheiro, ele havia começado a trabalhar como assassino e me chamou para matar com ele, dividimos tudo o que ganhamos. O tempo passou e eu não quis mais parar, acabei gostando e me tornando boa no que eu faço e me esqueci da minha vida antiga.

- Krinnos não se esqueceu de você.

- Eu sei... também não me esqueci dele.

Dou um suspiro.

- Vou ser escrava?

- Arlen ainda não me informou, mas suponho que você irá fazer os trabalhos da casa, lavar os pratos, limpar...

- Não é tão ruim. - melhor do que ser torturada dia e noite.

- Não vamos matá-la, acho que já ficou claro. Não precisa dormir com o olho aberto, mas como seu quarto fica ao lado do quarto do Aurean eu sugiro dormir com isso debaixo do travasseiro. - ela joga para mim uma adaga, o cabo feito de ferro como uma fênix com as asas abertas e os olhos com rubis. Ela continua - Ele é psicopata, treinado para matar sem piedade, ele é frio e calculista mas não precisa ter medo, ele é legal quando quer.

- Você super me acalmou. - eu agora sou prisioneira, durmo ao lado de um assassino e moro com eles mas Caliandra me pareceu ser uma amiga, mas jamais depositarei minha confiança nela ela ainda é uma assassina.

- Coma o ensopado. - ela diz se levantando e saindo do quarto.

Eu não conseguia ouvir nenhum som, nenhum passo, nenhuma voz. Parecia que eu estava sozinha na casa, tomei coragem e me levantei para dar uma espiada na casa.

Quando sai do quarto percebi que não se tratava de uma casa e sim de uma caverna, as paredes eram feitas de pedra fria e escura, havia portas que devia ser o quarto dos outros assassinos, havia um corredor estreito que deu em uma cozinha muito bem organizada, as panelas feitas de barro bem organizadas nas prateleiras de madeira de pinheiro e os pratos na prateleira oposta junto com alguns copos de metal, um filtro para água feito de barro no canto do balcão e um fogão a lenha aceso em brasas com um caldeirão com água encima. Peguei um copo com água e bebi, a água estava gelada e fresca, olhei pela janela feita de vidro e pelo que parecia estavamos dentro de uma floresta fechada.

A BATALHA FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora