the beginning

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                            [ Manhã - 09:30 ]

⠀⠀ ⠀⠀⠀𝗹 Com os indicadores em suas têmporas as massageando seguidas vezes. Por alguma razão seu coração palpitava com rapidez. Ignorou qualquer pensamento e sensação, inspirou fundo e um simples "entre," saiu por seus lábios. A qualquer custo iria evitar olhar diretamente para o empresário.

━━━━ Bom dia! - se manifestava ao entrar na sala da executiva com um sorriso lhe acompanhando.

━━━━ Não sei o que tem de bom.

Seu mau humor se fez presente, novamente, Eugênio julgou pela morena não estar tendo uma boa manhã e a compreendia, não iria tomar muito o tempo dela, apenas o essencial.

━━━━ Querida Violeta, nem em um dia como esse você não abandona esse mau humor! — descansou suas mãos em uma das cadeiras localizada em frente a mesa da mãe de Dorinha.

Inspirou fundo diante um novo adjetivo que Eugênio utilizou ao referir-se à sua pessoa. Deixou de lado a caneta, que minutos antes a usava para assinar alguns papéis, ao lado de sua xícara. Cruzou as mãos e encarou o homem a sua frente.

━━━━ Faz um favor?! Não me chame, nunca mais, de querida! E não vejo o porquê de "abandoná-lo", esse é um dia normal como todos os outros!

Violeta estava tão exausta que havia se esquecido da importância que tinha o tal dia. Esse, era especial, pois a fábrica completava mais um ano de trabalho e junto disso, os anos em que Eugênio passou as lado da mulher amada.

Assim que ela havia se dado conta do que estava por vir, as mãos que antes a mulher tinha a frente de seu corpo, agora estavam em sua testa, se lembrando completamente do dia. Como era dia de semana, eles não podiam simplesmente fechar a Tecelagem Tropical para comemorar a data, o que deixou Violeta muito mais frustrada, por uma decisão como essa, deveria ser tomada com antecedência e não em cima da hora.

━━━━ Mas essa agora. . . AAh, Deus. . . E o que podemos fazer tão em cima da hora, Eugênio?

Questionou se levantando da cadeira e dando a volta pela mesa, seguiu em direção à uma outra que continha uma jarra de água, guloseimas e outros mais. Serviu-se com um pouco de água, assim poderia acalmar os ânimos e pensar melhor na situação em que estava.

━━━━ Podemos deixar a comemoração para o fim de semana, começamos as organizações e deixamos os operários em aviso para a celebração. O que acha?

Eugênio balançava com cautela seu corpo para frente e para trás enquanto segura seu chapéu a frente de seu corpo. A princípio a feição da dona da fábrica era séria, pensativa, e por fim, a expressão discreta de aprovação.

━━━━ Acho que pode funcionar, resta saber o que os nossos funcionários acham da ideia. Aliás, tenho que lhe avisar que temos um jantar à negócios em Campos, as 21:00. Pelo que entendi, temos uma proposta de investidores, nada muito certo.

Jogou a notícia no colo de seu colega de trabalho, voltou a sentar-se na cadeira e deu continuidade a leitura aos papéis que lia antes de ser interrompida.

━━━━ Tá. . . bom. . . Passo na fazenda para lhe buscar?!

Sugeriu o cavalheirismo, mesmo conhecendo a sócia e sabia que iria receber uma resposta atravessada. Mas tentou, afinal, tentar não é nenhum erro.

━━━━ Não! Eu sou grande o suficiente para ir sozinha à campos, mas. . . Agradeço a gentileza! Agora, se me der licença, preciso terminar de ler esses relatórios, nos vemos à noite! - aponto para a porta.

Apenas com um aceno de cabeça, o homem não quis contrariar a mulher. Era evidente, para ele, o cansaço que Violeta sentia. Apenas dela esconder muito bem, ele a conhecia como ninguém, sabia quando estava em dias bons, ruins e mais ou menos. Tudo era julgado a partir do tom de voz que ela usava.

                            [ . . . ]

O dia da senhora Tapajós não fora um dos melhores, começando por não ter parado de pensar que estava havendo algum desvio da fábrica. Ela, em questão, era ótima com matemática e sabia somar "dois mais dois". Os relatórios que Joaquim a entregou, estavam desproporcional, a renda não batia com o custo. Mesmo as metas sendo cumpridas, o valor ainda era baixo, o que pra ela era muito estranho.

Suspeitava de Joaquim, suas atitudes nos últimos eram muito duvidosas, mas não iria sair por aí apontando o dedo e dizendo coisas que, para os demais, seriam sem fundamento. Caso suas suspeitas estivessem certas, isso destruiria Eugênio de uma maneira que ela não desejava a ninguém.

O recado da pequena comemoração havia sido entregue e de um recurso positivos, os funcionários concordaram em fechar a fábrica no sábado para poderem comemorar o aniversário da Tecelagem.

                            [ . . . ]

O caminho até a fazenda do falecido Afonso não foi tão turbulenta quanto a sua manhã, o silêncio se fez presente. Estacionava o carro quando a voz doce e a imagem de Dorinha invadiu o campo de visão de Violeta. O sorriso de ver sua filha foi inevitável, seguido de um abraço apertado.

Sentia falta daquele momento, há duas semanas, a filha mais nova da mulher de matias havia feito uma viagem à trabalho. Sua busca chegou ao fim quando conseguiu trazes três futuros fornecedores para conhecer a Fábrica, as produções e a famosa Vila Operária.

Isadora não era do tipo de desistir fácil de uma ideia, isso Violeta conhecia muito bem, afinal, era igual a jovem. Estava orgulhosa, como mãe, em saber que sua menina estava conseguindo ampliar a sua presença no mercado de trabalho.

Caminharam em direção ao casarão abraçadas enquanto a irmã de Elisa contava suas pequenas aventuras pelo Rio de Janeiro, como conseguiu conversar os homens a vir para Campos e algumas amizades que havia feito por lá.

WRITE'S NOTE :
Desde já peço desculpas pela demora em atualizar a fic, acabei ficando com um bloqueio em criatividade. Também peço desculpas pelo capítulo meia boca, prometo entregar um melhor na próxima.

In The Middle of NightOnde histórias criam vida. Descubra agora