The Dream

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                    [ 29 de fevereiro de 1944 ]

⠀⠀ ⠀⠀⠀𝗹 O relógio marcava as exatas 03:00 da manhã quando Violeta despertara de seu sono. Nos últimos meses a insônia parecia perseguir a mulher por onde quer que seja, ler ou ouvir músicas já não era de grande ajuda. Sem ver uma saída, além de encarar o teto até o amanhecer, a empresária se pôs a levantar. Ao por-se de pé e sentir o contato gélido do chão, seu corpo foi tomado por emoções que desconhecia, saiu de seus devaneios e colocou o roupa de ceda por cima de sua camisola, seguiu em direção à porta deixando logo depois aquele cômodo.

Enquanto caminhava pelos corredores do casarão em completa escuridão, a senhora Camargo podia ouvir a porta da frente batendo levemente, aleatoriamente, a brisa de outono que soprava em volta da casa. A curiosidade tomou conta da mulher que logo estranhou a parta aberta para que Deus e o mundo visse, com dificuldades, a decoração do cômodo.

A vontade de ter respostas, de saber o motivo de tudo aquilo, gritou mais alto do que a lógica em simplesmente ir trancar a porta. Assim que parou em frente às grande madeiras na cor brancas em detalhes de azul, Violeta semicerrou os olhos ao ver uma sombra andando de um lado para o outro. Julgou ser Heloísa, porém logo descartou a ideia quando lembrou de que a irmã não acordava à essas horas.

Inspirou fundo, umedeceu os lábios e criou coragem de colocar os pés na varanda afim de respostas e, principalmente, saber quem era o fulano que estava, de certa forma, invadindo suas terras. Caminhou em direção as escadas, descendo quatro ou cinco degraus, um "Ei!" Saiu por entre seus lábios e a feição de surpresa e intrigada fez-se presente em seu rosto.

Nunca havia passado por sua cabeça que a pessoa a sua frente seria o sócio. Era nítido o nervosismo dele e, por sua cara, parecia estar bem preocupado.

━━━━ Violeta! — Se pronunciou enquanto dava longos passos com rapidez até o encontro da mulher. ━━━━ Desculpe-me pelo horário. . . Sei que está tarde, mas esse assunto é de grande importância!

Ainda sem entender o porquê da presença do homem ali, ela apenas o ouvia. Ouvia atentamente, observava todos os gestos e ações vindo do rapaz.

                   ━━━━ Ainda bem que sabe, não é?! — Cruzando os braços, a esposa de Matias o encarava. ━━━━ E posso saber qual o assunto que tão importante a ponto do senhor não poder esperar o amanhecer para me dizer?

Violeta não fazia a mínima das mínimas em ser educada com Eugênio, eram poucas as vezes que ocorria, poderia dizer que eram eventos raros de se acontecer.

               Não dando a mínima para as grosserias vinda da outrora, o senhor Barbosa subiu alguns degraus, o suficiente para ficar frente a frente com a mulher. Se arrepender aquela altura já não podia mais, o mesmo era válido para a mulher.

               O silêncio permaneceu, nenhuma palavra fora pronunciada de nenhuma das partes, a mulher chegando a sua última gota de paciência indagou o homem que só sabia admira-la.

               ━━━━ Ande, Eugênio! Me diga o que há de tão importante para lhe fazer vir aqui. — impaciente com a demora causada pela falta de palavras vinda do empresário fez com que a dona do casarão apressar as falas dele.

               ━━━━ É. . . uhn. . . — Por um momento o homem havia ficado sem palavras, bem, a pressão a qual a mulher havia colocado por cima de seus ombros não ajudou muito. ━━━━ Violeta, não sei como dizer isso e nem como irá reagir diante a essa confissão, mas não aguento guardar isso por mais tempo. Não posso me enganar e fingir que nada está acontecendo, quando na verdade tudo está para desmoronar. Me pego pensando constantemente em ti. . . O que sinto pela senhora está ao ponto de sua imagem invadir meus sonhos e em alguns momentos ate me retirar o sono. — Por uma vez na vida não havia sentido arrependimento em dizer seu pensamento e abrir o coração para a mulher que lhe havia roubado. ━━━━ eu me apaixonei por você e agora não sei o que fazer com esse sentimento!

In The Middle of NightOnde histórias criam vida. Descubra agora