Oito

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Sabina mantinha os olhos no par de coxas que Any tinha exposto sobre o sofá. Ambas conversavam naquele fim de tarde, contudo era difícil não olhar quando a garota em sua frente era extremamente simpática e gostosa.

Bem gostosa.

- Seria tão mais fácil se tivéssemos um pênis. - Any reclamou e automaticamente Sabina apertou mais a almofada contra seu colo.

- Vocês usariam como rato de laboratório a pobre pessoa. - Sabina disse. - Minha mãe me dizia isso.

- Não seria bem assim. - Any se defendeu. - Precisamos procriar. Talvez pediríamos para ele nos doar seu sêmen, para tentar recriar o cromossomo Y mudando a genética, assim não seria filho dele.

- E implantaria no útero de todas as mulheres? - Sabina indagou e Any riu.  - Bem, as que quisessem ter filhos.

- Você quer? - Sabina perguntou por impulso.

- Na verdade, sim. Só não agora. - Any explicou.

- Mas minha mãe disse que vocês prenderiam a pessoa que tivesse pênis. - Sabina arriscou continuar o assunto.

- Somente por proteção enquanto realizássemos os exames de sangue. Não seria nem três horas isso. - Any explicou. - Sua mãe tinha um péssimo conceito de nós.

- Talvez ela tenha visto todos morrerem. - Sabina disse com frieza.

- Ela não foi a única. Todas perdemos alguém. - Any disse com veemência. Sabina queria contar a Any que talvez poderia servir de grande ajuda, porém seu medo ainda falava mais alto. Foram anos fugindo, anos ouvindo sua mãe dizer para não contar a ninguém que tinha um pênis.

Ela sequer conseguia decifrar o porquê de não ter sido atingida. Se era um vírus do ar que atingia o cromossomo Y, por que ela ainda estaria viva? Sendo que o ar ainda estava, possivelmente, contaminado.

Por ser intersexual? Impossível, afinal ela não era a única mulher intersexual do mundo.

- Você ficava com homens antes disso acontecer? - Sabina perguntou e Any negou.

- Eu era muito nova. - Any explicou rindo. - Tive as paixonites na escola, aquelas da infância, sabe? - Disse. - mas, apesar de o brinquedinho deles ser bastante atrativo, pelo menos nos vídeos, eu nunca vi graça em homem. São... não sei explicar. Parece que não têm sabor. Totalmente sem sal ou açúcar, sabe?

- É Entendo. - Sabina disse, comemorando internamente a parte onde Any disse que o brinquedinho deles era bastante atrativo.

- E você? - Any perguntou, causando um constrangimento terrível em Sabina.

- Sempre gostei só de mulheres. - Disse baixo, baseando-se no que seus olhos viam, afinal ela nunca havia se relacionado com ninguém. Quando tudo aconteceu ela tinha apenas doze anos, e agora com vinte e cinco ainda era virgem.

Já havia dado alguns beijos em algumas garotas ao longo dos anos, mas sempre fugia, afinal não poderia avançar na relação; não poderia revelar que era intersexual.

- Joalin foi comprar algumas cervejas na cidade. Você bebe?

- Nunca bebi. - Sabina revelou e Any a olhou boquiaberta.

- Pois bem, hoje será sua primeira vez. - Sabina sorriu, porém inevitavelmente maliciou a frase.

O último pênis || Sabiany G!POnde histórias criam vida. Descubra agora