A vingança tem sabor de cereja

Capítulo 40 - Pela família

Mikoto chegou em casa feliz, os pássaros cantam diferente, manda uma mensagem para o filho que voltou a trabalhar. Toma um banho relaxante de banheira e bebe um champanhe, sente que merece, faz pilates o dia não podia estar mais feliz. 

Sasuke recebe uma mensagem da mãe dizendo que quer falar com ele, responde perguntando se  é urgente pois vai sair com os rapazes para comemorar, Shikamaru vai ter um menino.

A mãe responde que está tudo bem e que os dois conversam no dia seguinte já que é final de semana. 

Os rapazes se encontram em um bar e comemoram a chegada de um novo herdeiro, porém até às dez a grande maioria é pai de família e não pode ficar chegando  em casa tarde. 

Sasuke chegou em casa cansado porém feliz, sem negar que sentiu um pouco de inveja do amigo, sempre imaginou se casar e ter filhos com ela…mas ela mesma destruiu tudo, porém já está tudo superado, ele tem e vai seguir em frente no entanto seu coração  sente que não pode se apaixonar novamente, está fechado e trancado para o amor, a chave foi jogada fora.

No dia seguinte ele se levanta e segue sua rotina normalmente depois do café é avisado que a mãe o aguarda na biblioteca superior. 

Assim que entra na sala Sasuke vê a mãe sentada e um sofá florido em frente a grande janela de madeira da biblioteca superior dando a vista para o vasto jardim que fica nos fundos do terreno da grande mansão da família. 

Com o olhar sereno e pode se dizer até radiante ela olha para o filho:

— Vem meu amor, senta aqui do meu lado — Diz apontando uma poltrona ao seu lado. Sasuke senta e sem enrolação pergunta:

— O que a senhora quer falar comigo? 

— Bom, eu não queria voltar a falar desse assunto nunca mais, mas eu  sou sua mãe e não queria vê-lo sofrer novamente.

— O que você quer dizer com isso ?

— Você sabe, aquela mulher…

— Mãe eu não quero mais falar sobre isso 

Ele faz menção de se levantar, no entanto foi parado pela mão da mãe sobre a sua 

— Filho é importante 

Sasuke dá um suspiro profundo e volta a sentar, Mikoto entrega em suas mãos a pasta preta e olha suas informações, não vê nada demais são dados de Sakura.

— O que é isso?

— A prova que aquela mulher nunca te amou 

— Eu não estou entendendo 

Ela aponta para a pasta no papel a parte onde tem o nome da mãe 

— Essa mulher trabalhou para nós no passado, ela chegou até a cuidar de Itachi quando ele nasceu, o  problema é que essa mulher tinha uma obsessão pelo seu pai, ela era completamente louca, dizia aos outros empregados que os dois tinham um caso, que iam viver juntos para sempre, que seu pai me abandonaria para fugir com ela. Logicamente o seu pai nunca deu nenhum tipo de atenção a essa mulher e quando Itachi nasceu nós dois decidimos mandá-la embora temendo a segurança do seu irmão, afinal ela estava dizendo coisas loucas do gênero que eu tinha tido um filho para impedir a fuga dos dois, que eu era uma mal amada, que Itachi não era filho de Fugaku.

— Meu deus mãe que loucura 

— E ainda fica pior, ela vendo que nunca ia ficar com seu pai inventou um plano louco para matá-lo explodindo o carro, por sorte seu pai não entrou no carro mas infelizmente nosso motorista na época não teve a mesma sorte. Claro prestamos a família dele todo o suporte necessário e pagamos uma pensão e os estudos de seus filhos até a faculdade, inclusive um de seus filhos trabalha na nossa empresa. 

— E o que aconteceu com essa mulher?

— Bom, eu tranquei aquela doida em um hospício, já que não tinha nenhuma prova capaz de prendê-la. Tudo ficou como um infeliz acidente. Alguns anos depois ela conseguiu fugir, como? Sinceramente não sei. Engravidou da cobrinha que você diz tanto amar, com certeza enganando algum outro pobre coitado. 

É  mais do que certo que ela treinou essa garota para  se infiltrar na nossa casa, você lembra como a conheceu? 

A pergunta da mãe levou o filho de volta ao dia que a viu  pela primeira vez naquela festa, o que o fez responder:

— Foi em uma balada

— Pois é, depois magicamente ela trabalhava na nossa empresa como uma coincidência e assim foi de coincidência em coincidência até você se apaixonar por ela, como se fosse o destino, mas isso não tem nada a ver com mágica ou destino meu filho, foi tudo calculado e planejado pelas duas, aquela menina nunca te amou ela estava te usando para chegar até nós e nos destruir, não sei como e teria conseguido se isso não tivesse acabado. 

O coração de Sasuke está sangrando por dentro, bem pior que a dor de descobrir aquela traição. Ele entregou tudo para ela, seu amor, sua confiança e seu acesso às coisas mais confidências que tem na empresa, ela uma farsante manipuladora que só queria uma coisa, destruir a sua família, não é justo, ele pensou diversas vezes em ir atrás dela se declarar… O nome Sakura amarga em sua boca a ponto de  não conseguir pronunciar. 

Tentando se livrar da dor, ele chora com raiva e ódio, joga o vaso francês da mesinha de centro nos livros, quebrando a peça avaliada em milhões em pedaços, alguns livros caem no chão junto aos cacos. 

Ela cai no chão sem forças nas pernas para se reerguer e a mãe o abraça tentando acalmá-lo, abraça o filho dizendo:

— Se acalma, foi melhor assim pelo menos você não cai mais na lábia daquela vigarista de quinta, nós vamos desmascará-la.

— Eu tenho vontade de morrer.

— Ei não fala isso.

Mikoto passa a mão delicadamente no rosto do filho limpando as lágrimas:

— Nós vamos desmascará-la para que ela não volte mais à nossa vida.

— Como a gente vai fazer isso? 

— Eu tenho um plano. 

— Que plano?

— Agora não, mas quando você se acalmar vai ligar para ela e pedir para que venha até aqui, mas nada de raiva, faça ela acreditar que você tem intenção de voltar com ela e quer conversar.Quando ela chegar aqui eu vou fazer aquela bruxa não querer nunca mais voltar. 

— O que você vai fazer, mãe? 

— Ela saber a verdade, que nós sabemos a verdade e colocá-la em seu lugar para sempre para que deixe a nossa família em paz de uma vez por todas. Agora vai para o seu quarto descansar um pouco.

Mikoto dá um beijo no rosto do filho antes dele levantar e se dirigir a porta, quando ele finalmente sai ela sorri , o gosto da vitória é fascinante, logo seu filho vai  superar a dor e eles vão voltar a ser como antes. 

Sasuke vai para o seu quarto ainda com lágrimas nos olhos, com o peito doendo e o coração despedaçado, custando a acreditar que tudo aquilo é verdade,a mulher que ele tanto amou e ainda ama é uma farsa e mais uma vez ele faz da garrafa de whisky sua companheira, o álcool ajuda a esquecer mesmo que temporariamente a dor, com a esperança de não voltar a ficar sóbrio.

Depois de uma semana jogado no limbo, se afogando na tristeza e na cachaça ele decide reagir, está sóbrio pela primeira vez depois de uma semana longa, toma uma ducha demorada, se olha no espelho e vê sua imagem devastada com a barba crescida e largada, então pega o barbeador começa o processo, quando se olha no espelho mais uma vez já consegue ver outra pessoa, melhor, no entanto a raiva por um certo alguém ainda não se foi, pelo contrário está mais forte. 

O moreno pega o telefone e disca um número que ele tinha apagado do celular, mas não conseguiu apagar da memória, depois de chamar duas vezes ele escuta a voz feminina conhecida do outro lado:

— Alô?