Era bem verdade que, em todo ano de Harry em Hogwarts, o garoto que sobreviveu passava por provações e estresses dos quais a grande maioria de seus colegas não conseguia sequer imaginar. O seu quarto ano, não podendo ser diferente, parecia estar sendo o mais tenso – pelo menos até então.
Participar do Torneio Tribruxo não estava mesmo no roteiro, mas quais acontecimentos bizarros na vida de Harry estavam? Pelo menos, a primeira tarefa – das três – já tinha passado e Harry permanecera vivo, sobrevivendo, inclusive, com louvor. Porém, não sem mais e mais estresse.
Na maioria das vezes em que Harry era gentil ou pensava nos outros, não o fazia por interesse em ter algo em retorno, porém, ficou feliz quando Cedrico – o favoritinho de Hogwarts – retribuiu o favor feito, o de ter contado dos dragões, e o orientou sobre levar o ovo dourado para o banheiro dos monitores no quinto andar, a fim de abri-lo debaixo d'água. Jamais teria lhe calhado tentar descobrir a dica dessa forma. Aliás, Harry jamais antes imaginou, também, que Cedrico Diggory, seu companheiro concorrente de torneio, passaria tanto tempo em seus pensamentos...
Mesmo que tentasse refutá-lo, era difícil, pois o assunto favorito das garotas – e alguns garotos – era Cedrico, babando dia e noite pelos corredores e nas aulas, falando e falando de novo sobre como ele era bonito, alto, gostoso e causava os mais variados tipos de tensões sexuais com quem quer que se portava. Até mesmo Harry, que demorou a admitir que tinha feito, se sentira estabanado nas ocasiões em que se falaram, quase se perdendo ou na intensidade de seus olhos acinzentados, ou na forma como ele dizia suas palavras, quase hipnótico, olho no olho, ou em seus músculos bem definidos marcados sob o uniforme.
Tais ocasiões deixaram Harry ainda mais frenético em seus pensamentos. Odiou que tenha se portado tão atrapalhado perante o maior, até porque Harry não tinha interesse em garotos, ou pelo menos era isso o que ele dizia a si mesmo quando antes de dormir era dominado por ideias que, ao mesmo tempo que pareciam animar seu corpo físico, embaralhavam ainda mais o corpo mental. Certa vez, chegou à conclusão de que se portou como uma das garotinhas-com-tesão-pelo-Diggory das quais ele sempre tirava sarro com Rony.
O Torneiro Tribruxo, as desconfianças ao redor em relação à legitimidade de sua participação, os pesadelos recorrentes, as ideias aparentemente absurdas... Tudo isso estava deixando Harry maluco. Ele precisava relaxar, espairecer de alguma forma. Foi então que decidiu, novamente, tomar um banho sereno e delicioso no banheiro dos monitores. Não tinha lugar mais apropriado, de tamanha paz, calma e beleza. Era isso. Durante a madrugada, quando sabia que ninguém estaria zanzando por lá, pegaria a capa de invisibilidade e passaria horas em águas relaxantes.
♥
Dada uma da manhã, Harry se envolveu na capa da invisibilidade, junto de uma toalha, e escapou do dormitório da Grifinória. O percurso todo foi tranquilo, não encontrando nenhuma Madame Nora, capaz de observar o invisível a olhos humanos, ou Pirraça, o fantasma insuportável. Harry finalmente chegou ao banheiro dos monitores e ainda por baixo da capa, se deslumbrou novamente pelo lugar, todo em mármore branco, chique, iluminado por velas de fogo reconfortante.
Antes de se livrar da invisibilidade, Harry achou melhor silenciar a sala, a fim de não ser descoberto por causa do barulho da água caindo na piscina afundada no meio do chão.
– Abaffiato – ele conjurou e assim se sentiu mais tranquilo.
Ainda debaixo da capa, Harry tirou toda sua roupa, ficando completamente pelado. Sentindo-se seguro de que não receberia nenhuma visita inesperada, saiu de baixo da capa enfim. Havia alguns espelhos ao redor, espalhados pelo banheiro, e em um deles Harry passou a examinar o próprio corpo, levemente orgulhoso pelo que via. Ele se torceu um pouco, a fim de poder olhar a própria bunda pelo reflexo.
– Boa bunda... – ele disse para si, depois voltando-se reto ao reflexo. – Bom pau... É, eu também sou bem gostosinho, mas as pessoas nunca iriam admitir isso.
Após a curta reflexão, Harry iniciou sua cerimônia de relaxamento. Abriu as maravilhosas torneiras ao redor da piscina, liberando as águas de diferentes cores, bem como bolhas de sabão e espuma. Ao que deixava a piscina encher, foi até o outro lado do banheiro pegar deliciosos sabonetes, incensos, óleos e sais de banhos, todos muitíssimo perfumados, cada um com um cheiro mais inebriante que o outro, além de um shampoo de madressilva e lavanda.
Colocou as coisas na borda da piscina e aguardou mais um pouco. Já se sentia muitíssimo bem, seu corpo já relaxando antes mesmo de sentir a água morna, os pensamentos ficando cada vez mais leves, os músculos se descontraindo, de olhos fechados, ouvindo o barulho da água cair, respirando perfumes, sucumbindo apenas à pensamentos maravilhosos e estimulantes, até que...
– Olha se não é o Harry Potter querendo um banho dos deuses!
Harry abriu os olhos imediatamente, tão súbito quanto a fuga de seus pensamentos e relaxamento até então intocável. Ele se virou num pulo, não tendo tempo de saber o que era pior: o flagrante, a não realização do tão estimado banho, ou o fato de estar totalmente pelado, sem nada em mãos para se cobrir.
Só uma coisa poderia ser pior que todo esse conjunto, e foi exatamente essa coisa que se desdobrou. Não era Filch, ou a murta-que-geme, ou algum fantasma ou mesmo Draco Malfoy quem estava parado ali, todo orgulhoso. Era Cedrico Diggory, sorrindo displicente e com um quê maquiavélico.
A situação poderia ser pior para Harry? Sim, poderia. E foi, pois Cedrico estava igualmente pelado, sem nenhuma peça sequer de roupa, portado apenas de seu dote, músculos e ar perspicaz. A conspurcação de Harry dobrou de tamanho ao perceber o pau pesado pendente do outro, e a isso demorou demais o olhar, mais do que gostaria de admitir.
– Cedrico! O que... O que você tá fazendo aqui? – foi o que Harry conseguiu dizer, sem saber mesmo se tentava esconder seu membro ou se corria para pegar sua toalha. A naturalidade de Cedrico à ambas nudezas era tanta, que Harry soube na hora que se sentir envergonhado a tal só o faria ainda mais bobo do que já deveria estar parecendo.
Cedrico deu alguns passos à frente. Harry não conseguiu deixar de acompanhar o movimento de seu pau e saco à aproximação.
– Acho que o mesmo que você – disse Cedrico, a esse momento, muito provavelmente, reconhecendo que Harry estava, e muito, envergonhado. Decidira que brincaria com isso... Ele sabia do poder que tinha, especialmente sob tais circunstâncias. – Um bom banho pra relaxar.
Harry balbuciou algo que não soube o que foi, e deu alguns passos em direção a sua toalha e capa de invisibilidade jogadas ao chão, enquanto disse:
– Eu vou... Eu vou deixar você à vontade então, não se preocupe...
Mas pela primeira vez, o sorriso de Cedrico cedeu, dando lugar a uma visível insatisfação.
– Claro que não vai a lugar nenhum! – ele disse, se interpondo no caminho de Harry, que teve muito cuidado para brecar antes de seus corpos esbarrarem. Se arrependeu um pouco da decisão logo depois... – A banheira é gigantesca! Nós somos amigos... E campeões de Hogwarts! Não tem nenhum motivo pra não podermos tomar um banho juntos. Vem, bora. Você deixou tudo no jeito mesmo, em?
Pode ter sido a forma falada, ou a disposição e visual de Cedrico, ou a necessidade mesmo de relaxar, ou a junção de tudo isso, mas o constrangimento de Harry pareceu ter evaporado por completo. Foi convencido assim, num estalar de dados, como nunca antes tinha mudado tão fácil de ideia. Harry, inclusive, achou que Cedrico quase levou a própria mão para puxar Harry para a piscina cheia, e que por pouco não o tinha feito. Ao invés, depois do ultimato, Cedrico se direcionou aos degraus para entrar na água, e Harry pôde ver pessoalmente, e não em pensamentos hipotéticos, sua bunda. Não foi tão surpresa que Cedrico Diggory, além de um pau imponente, tivesse também uma bunda linda... Firme, redonda, levemente empinada, típica de quem treinava e praticava esportes. Ele tinha água da cintura para baixo quando olhou pra Harry e falou:
– Você não vem?
Harry olhou de novo para o reflexo de um dos espelhos. Sentiu o mesmo orgulho de antes ao que viu, e assim, entrou no delicioso banho, também.
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Harry e o Estresse do Quarto Ano (Hedric/Cedrarry)
FanfictionHarry está consumido por estresse perante seus problemas no quarto ano em Hogwarts. Além das situações rotineiras, ele ainda precisa lidar com o Torneio Tribruxo. Sendo assim, só mesmo um bom banho no banheiro dos monitores pode ajudá-lo, ainda mais...