∅²| O desenho da âncora

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"Eu sempre sinto como se alguém estivesse me observando.
E eu não tenho privacidade.

Eu sempre sinto como se alguém estivesse me observando.
Diga-me, é apenas um sonho?"

- Somebody's Wathing Me, Rockwell.

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Imagine que a sua vida é um desenho feito por você mesmo.

Existem muitas coisas as quais podemos comparar para descrever a vida, mesmo que em alguns momentos apenas optemos em dizer: "É a vida", e dar de ombros.

Nesta dinâmica, todos os desenhos tem uma unicidade tal qual os grãos de areia existentes na face da terra.

Cada traço feito com o lápis da vitalidade residente em nossos poros, são singulares.

E, a cada erro; um aprendizado.

Ao longo dos traços; erros são apagados com a borracha em nosso desenho da vida.

Traços que se desviaram.

Porém, sempre vão estar lá.

Sempre vão existir os erros.

Ah, se pudéssemos nos livrar de nossos erros!

Nossos erros, que de fato, são a base para alguns dos nossos Acertos.

Sempre desviando o lápis daquelas marcas antigas apagadas; fazendo outras linhas diferentes - com o intuito de chegar onde queremos, ou onde nem conhecemos.

Sempre chegando em algum lugar.

Em uma nova fase.

Talvez a fase final.

É.

É difícil ter bom ânimo com longanimidade nesse processo.

E, depois de tanto esforço em nosso desenho, sem ao menos conseguir um bom resultado aos nossos olhos carnais, cansamos.

Pensamos em desistir.

É um ciclo.

Um ciclo com finais alternativos e variados, para cada desenho.

Para cada vida.

Vidas curtas.

Vidas longas.

Vidas que residem em nossas matérias infelizes e mortais.

Vidas que acreditamos estarem em nossas próprias mãos - como um desenho feito num papel - contudo, não estão.

É tudo uma mera ilusão de posse.

Só que, ao mesmo tempo, essas vidas são nossas; Nos representam e fazem de nós, nós mesmos.

Vidas como rabiscos em papéis, entregues ao vento do tempo...

20/03/2010 - Memórias de Marco Cassini.

Naquela noite eu não tinha muita certeza do que estava fazendo.

Então, Deixei que meus pés me levassem até o último andar da escola que estudava e morava, antes que o toque de recolher tocasse; indicando que todos os alunos deveriam ir para seus respectivos dormitórios.

Era mais um dia monótono e chato.

Minhas mãos esfregavam a pele franzida do meu rosto, insinuando a grande frustração que eu estava sentindo diariamente.

𝙂𝙖𝙩𝙩𝙞𝙣𝙤 - ⚓Onde histórias criam vida. Descubra agora