• Capítulo 2 •

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– Finalmente te encontrei, pequena estrela.

Sinto medo por não conhecê-lo, mas me sinto estranha, por ele saber a frase que está no medalhão que foi deixado comigo no abrigo, e que eu uso até hoje, inconscientemente levo a mão até o medalhão, o que faz com que o olhar dele siga na mesma direção, seus olhos parecem brilhar um pouco mais, com o que parece reconhecimento do objeto.

– Quem é você? – pergunto me levantando e me afastando lentamente.

– Rigel – ele diz, somente isso, sem sobrenome, de onde veio, mais nada.

– E o que você quer comigo?

– Só quero conversar. – fico ainda mais confusa, conversar sobre o que, oras!

– Me dê um motivo bom o suficiente para confiar em você. – ele parece perceber que estou me afastando, e começa a caminhar para frente, até que acabo me encostando na parede e ele também para de se aproximar.

– Preciso da sua ajuda – ele diz.

– Olha, você me desculpe, mas eu não te conheço – por mais que eu sinta que o conheço de algum lugar – e você não está me dando motivo nenhum pra confiar em você, então se me der licença, tenho que ir pra casa.

Quando passo por ele, sinto sua mão agarrar meu braço, é como se uma descarga elétrica passasse por mim, como se algo me atingisse, e sou transportada para algum outro lugar.

–Você vai se lembrar de mim? – uma voz infantil fala de algum lugar.

Olho para todos os lados, mas estou em uma sala vazia, com uma espécie de cápsula em cada canto da sala. As paredes são todas em um tom de roxo escuro, com um símbolo que se parecem com duas estrelas douradas uma por cima da outra.

Continuo procurando pela voz, mas não encontro, então ouço outra voz

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Continuo procurando pela voz, mas não encontro, então ouço outra voz.

– Mas é claro que não vou te esquecer, você sempre estará comigo, não é?

– Desde sempre... – a primeira voz diz.

Para sempre.

Volto ao beco em que estava, com a mão de Rigel em meu braço.

– Desde sempre – digo num sussurro inconsciente.

– Para sempre – ele responde, também num sussurro, porém sinto a surpresa em sua voz.

Então é como se um soco me atingisse, um vazio se forma em meu peito e eu sei que tem algo errado.

– Preciso ir pra casa... – digo sentindo o ar começar a faltar.

– Vamos, pequena estrela, eu te levo.

Ele me leva para o carro, e enquanto eu me apoio nele, sinto seu cheiro, um cheiro não tão forte, mas pra mim eu tenho certeza que ele seria inconfundível.

Não me preocupo com o fato dele saber onde eu moro, nem que ele sabe qual apartamento é o meu, só entrego a chave que tiro de dentro da minha mochila e deixo que ele abra a porta.

Não entendo de onde está vindo essa sensação, mas me sinto sufocada, como se estivesse em um lugar fechado e muito pequeno.

Sem ligar muito para o homem estranho no meu apartamento, tiro o uniforme da lanchonete, tranquila por estar usando uma regata preta simples por baixo.

A cama, que também serve de sofá, ainda está desarrumada, mas não me importo, me sento nela e fico parada, tentando lidar com a sensação de que algo tivesse sido arrancado de mim.

– Por que eu me lembrei disso? – pergunto me referindo a frase.

– Porque eu te disse isso, a 15 anos atrás. – então seu olhar se torna mais triste.

– Então eu te conheço?

– Sim, Vega, éramos melhores amigos... Antes de você ser ejetada.

Melhores amigos... Eu nunca tive amigos, em nenhum dos abrigos em que morei, era sempre a excluída, a que ficava em um canto, mas levava as punições por coisas que eu nem tinha feito.

– E o que significa ser ejetada? – pergunto apontando para a poltrona preta que fica ao lado da minha janela.

– Como posso dizer sem parecer que sou louco? – ele ri, enquanto se senta parecendo muito a vontade nesse apartamento minúsculo.

– Só me diga o que é, que eu vejo se te considero louco ou não – dou de ombros, esperando que ele me diga logo, esse suspense está me deixando curiosa.

– Você não é daqui, Vega... Como posso dizer... Você é de outro planeta. – ele diz, rápido quase sem respirar.

– Oi?

– Você é de um planeta de outra galáxia, chamado Estátia, você viveu lá até os 3 anos, quando foi mandada pra cá, por um descuido do seu pai.

– E o que meu pai fez para que eu viesse de tão longe e parasse aqui? – pergunto incrédula, não existe vida em outro planeta, não existe.

– Seu pai era o melhor cientista que o governo de Estátia tinha, porém, ele começou a pesquisar sobre os primeiros moradores de Estátia, e aí tudo começou a desandar. Os antigos eram conhecidos por terem habilidades especiais, como a manipulação de alguns elementos e poderes da mente, ele quis saber como eles conseguiram obter essas habilidades, então começou a pesquisar e desenvolver o que ele chamou de "Projeto Star".
Esse projeto, no começo foi apoiado pelo governo, pois eles acreditavam que era uma pesquisa sobre a história de Estátia e o ecossistema antigo, antes dos avanços tecnológicos, porém, ele pesquisou em secreto sobre as habilidades, e criou um soro que dava a quem injetadas na corrente sanguínea, os poderes que foram "extintos".

– E... Deixa que eu adivinho, ele foi pego e me mandou para cá para me proteger? – digo, começando a entender um pouco sobre o que realmente aconteceu comigo, meu pai doidinho foi além do que ele deveria saber, e para que eu não sofresse as consequências, me enviou para outro lugar.

Um sorriso ameaça se formar em meu rosto, por saber que eu era desejada, que fui mandada para um abrigo por não haver outra opção.

Tudo muda quando Rigel diz:

– Não, Vega. – a confusão começou a me tomar novamente – você foi a experiência.

🤍
Espero que gostem
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⏰ Última atualização: Mar 23, 2022 ⏰

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Vega (Stars 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora