Dia 2

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POV JADE PICON

A primeira noite na casa de vidro foi mais tranquila do que eu poderia imaginar. A energia de todos parecia ser muito boa e, apesar de o público na parte de fora do vidro tentar fazer com que soltássemos pequenas faíscas um para os outros, estavam todos muito tranquilos. 

Arthur parecia ser muito calmo, o contrário do que diziam sobre ele na internet. Não que ele não possa estar interpretando ou se segurando, mas talvez seja cedo demais para julga-lo. Por outro lado, parece tentar se isolar de todos propositalmente.

Eu, Any, Jean, Linn e Lucas estávamos em um clima muito bom. Vivíamos do mesmo, por mais que em realidades diferentes, e buscamos nos divertir junto ao público que estava vindo nos ver.

Acordei com sons de gritos, já do lado de fora. Arthur e Linn eram os únicos acordados e interagiam com o público da forma que podiam, tentando não acordar o resto que ainda dormia – em vão, já que despertamos com o barulho.

— Meu Deus! Esse shopping abre cedo assim mesmo ou nós que dormimos muito? — Any perguntou, ainda meio desnorteada. Jean riu da garota e a abraçou por cima dos ombros.

— Isso aqui abre por volta das 10h, mana. Vai lavar esse rosto! 

Não demorou muito para que a praça onde estávamos começasse a encher cada vez mais. Eram inúmeras pessoas que brigavam por falar com a gente, enquanto nos divertíamos com as cenas vistas. Com um dia de estreia, a loucura se instaurou. Já haviam pessoas com cartazes nos tentando dar recados, camisetas personalizadas e diversas crianças passando para dar tchau.

No fim do dia, quando o fluxo de pessoas foi diminuindo aos poucos, sentei em uma poltrona que havia num canto mais afastado para pensar. É muito louco que eu, que sempre fui tão reservada, esteja tão empolgada e ansiosa com algo que pode me destruir ou me alavancar ainda mais. Nas mesmas proporções.

— Isso aqui é uma loucura, né? — ouvi uma voz grave atrás de mim e me virei. Era Linn da Quebrada. 

— Pois é, Linn! Nunca pensei que iria estar aqui um dia, eu sempre neguei quando me perguntavam se eu gostaria — eu respondi rindo. 

— Pode me chamar de Lina, Jade. Acho que fica mais íntimo. Mas e aí, hein? Quando será que vão tirar a gente dessa enorme caixa de vidro?

— Não sei, só espero que não demore muito. Estou começando a enlouquecer!

Eu disse a última parte mais alto e em tom desesperado, o que fez com que todos rissem. Mal sabia que eles prestavam atenção na conversa.

Menos de 2 minutos após minha sala, a televisão no canto superior direito piscou e emitiu um alerta, nos direcionando para o sofá. Sentei ao lado de Any e segurei suas mãos, ansiosa. Ela olhou para mim e deu um sorriso nervoso. 

Não demorou muito para que a imagem de Tadeu aparecesse, todo sorridente. Nós gritamos, como loucos. Gritamos como nunca. 

— Que recepção calorosa! Como vocês estão, meus vidraceiros? 

— Pelo amor de Deus, Tadeu, tire a gente daqui! Nos dê uma notícia, homem, uma luz! — Lina gritou, fazendo todos rirem, inclusive o apresentador.

— Calma, Linn! Eu preciso da calma de todos agora, ok? Como podem imaginar, a estreia oficial do programa ocorreu ontem, simultaneamente a entrada de vocês. Todo o Brasil acompanhou. Talvez seja muito cedo e eu sei que vocês não se mostraram 100%, mas apenas três de vocês irão entrar na casa.

— Isso a gente imaginava, mas você pode nos dizer quando? — Any perguntou, ela estava aflita e gelada.

— Hoje, Any! A votação está em seus últimos minutos nesse exato momento e preciso dizer que está muito acirrado entre todos vocês. 

TREZE RAZÕES PARA ESQUECÊ-LA (Jade Picon)Onde histórias criam vida. Descubra agora