contos eróticos

DOBERMAN

Mais um dia infernal nesse trabalho, sério aguentar vinte e quatro homens ao seu redor de segunda a sexta sendo a única mulher não é fácil. As cantadas baratas, os sorrisos maliciosos ou até mesmo o jeito como o nó da gravata deles está sempre errado me irrita. Mas nada, nadinha nesse mundo me irrita mais do que William Gangnon, ou como os outros chamam ele "Dobermann".

Ele é alto, pálido, inteligente e tem aquele corpo definido. Mas não qualquer definido, é aqueles que os doze gominhos estão todos amostra e o peitoral é alto, bem formado sabe? Mas isso só deixa ele convencido.
Por que raios todos homens bonitos e inteligentes se acham tanto??

Nesses três anos anos trabalhando nessa empresa você aprende a aturar de tudo..
Meus pensamentos se desfazem quando escuto uma batida na minha porta, peço para adentrar e é só falar no diabo que ele estica o rabo.

–— E aí, gatinha. Trouxe esses relatórios de presente pra você e buscar as planilhas mensais. - Ele sentou na cadeira em frente a minha mesa e se apoiou na mesma colocando aquele maldito sorriso no rosto.

—– Senhor Gangnon por favor se sente como um profissional e pegue as pastas atrás do senhor, elas estão na pasta amarela escrita "planilhas". Se é só isso sinta-se a vontade para se retirar da minha sala.

Estou sendo curta e grossa por que não tô pra gracinhas de qualquer um. Principalmente desse arrogante gostoso. Ah qual é não é porque eu não gosto dele que eu vou fingir que não vejo tudo o que ele tem.

-— Na verdade eu queria saber se você quer ir comigo lá em casa, comer um pouco e sei lá ser comida...

Espera aí, tá me dizendo que o cara gostoso, com um puta cheiro maravilhoso acabou de resmungar que quer me levar na casa dele me comer ou eu tô louca????

—- Perdão, senhor Gangnon você acabou de insinuar que quer me comer?? - a pergunta é quase inevitável. Mas inevitável mesmo é ver o peitoral dele se contraindo quando ele arruma a postura.

—- Por favor né Sophie, eu perguntei se você aceita um jantar e depois quem sabe uma corrida. Bom, a menos que a você queira ser comida.

Céus, eu poderia grudar no pescoço dele agora, metade de mim quer enforcar ele e a outra metade deseja apertar aquela nuca num beijo sedento de luxúria...
Merda a porra do charme masculino e o cheiro dele está me desconcentrando completamente.

—– Quem sabe no seu sonho mais perverso, agora saia da minha sala. Por favor.

–— Tudo bem gatinha. Até mais.

Batam palmas para aquela bunda incrivelmente redonda que está rebolando até o outro lado da porta e pra qualquer outro lugar da empresa.

• • • • • • •

Já estou no final do meu espediente, eu amo isso. Sair pela porta com um monte de papéis e deixa na sala do corredor de trás, ou melhor na sala de William Gangnon. Parece que quanto mais eu tento me afastar dele mais o universo cola a gente no mesmo espaço cúbico com acompanhantes claro, a sua arrogância e a minha raiva.
Por coincidência ele estava fora de sua sala, me pouparia muito tempo.

-— William, queria dizer que eu amei seus presentes mas infelizmente vou ter que devolver-los. Pois bem, aqui estão eles.

-— Põe ali no meu escritório por favor, eu tô meio enrolado com um negócio.

Não questionei por que estou cansada demais pra ter uma discussão sobre como ele é irresponsável. Estava indo tudo bem, bem até demais eu entrei na sala, estava colocando os papéis sobre a mesa quando escutei a porta se fechar e o trinco girar. Não acredito que aquele cretino vai nos trancar aqui dentro.