i miss you

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NARRADOR

— Eu odeio esse lugar. — Ellen pronunciou com os lábios trêmulos, fechando os punhos com força nos bolsos do casaco. Ela estudava o lugar com os olhos inundados de lágrimas, vendo ao redor um pouco embaçado ao forçar o olhar pelo sol quente.

Não passou uma semana e a garota já estava lá, de novo e mais uma vez, odiando-se por colocar os pés naquele lugar, mas também sentia-se na obrigação de ir, mesmo que fosse um ou dois dias à cada semana que irá passar.

Ell se agachou e passou as mãos no intuito de retirar poeira, questionando-se em sua mente o por quê de tanta sujeira em tão poucos dias. E, quando voltou a ficar em pé, no mesmo instante que reclamou, o vento frio embateu contra seu corpo trêmulo, a arrepiando.

— Ok, não reclamo mais também. — Ela cruzou os braços, reprimindo os lábios e fechando os olhos um pouco, se sentindo idiota demais ao voltar a papear sozinha ali. — Eu sinto sua falta...

Falou um tempo depois, olhando para o chão. Ellen sentiu o rosto queimar e o choro engatar na sua garganta, forçando-a segurar o ar e deixar seus olhos queimarem ao fixá-los na lápide. Seu peito subia e descia, cada vez maiz rápido, pela força que a garota fazia para não desmontar ali.

O soluço foi solto ao não conseguir segurar a vontade imensa de chorar desde do dia que recebeu a notícia. Ellen não chorou, não entrou em luto e nem sequer entrou em processo de aceitação, ainda recusava achar que era real, era mais fácil pensar que era um simples pesadelo.

— P-por que? Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas? Pessoas boas como você, Patty. — Ells proferiu, sentido as lágrimas salgadas escorrerem no seu rosto, já ganhando coloração vermelha nas bochechas.

— A melhor coisa da minha vida foi retirada de mim com tanta crueldade. — Murmurou mais uma vez, implorando para si mesma se manter, pelo menos, em pé. Ellen já conseguia sentir seus joelhos moles, a última coisa que queria era cair de joelhos em frente ao túmulo dele.

— Todo mundo sente sua falta aqui. E está sendo meramente impossível viver sem você. — Ela passou os dedos nos olhos, afastando as lágrimas que acumularam. — O céu foi egoísta por ter te levado tão cedo. — A garota deu dois passos para trás, segurando as alças da mochila. — Mas espero que você esteja feliz onde quer que esteja. E também espero te ver em breve. — Um sorriso pequeno contornou seus lábios, virando-se para a saída, mas ainda parada em frente a pedra de mármore. — Eu não vou vir amanhã, mas... Eu volto, Patrick.

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⏰ Última atualização: Mar 14, 2022 ⏰

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