Last Night in Konoha.

𝑰𝑰 - Government hooker.

Última cap dessa two-shot, fiquem com o pornozão literário e boa leitura <3

🎨: redhothollyberries no tumblr.

Apesar da dor de cabeça, a primeira coisa que Izuna avistou foi a carta.

Definitivamente não era do tipo que se arrependia das atitudes que tomava com tanta facilidade; sua relação de gato e rato com Tobirama era uma das provas concretas disso, mas naquele momento desejou intensamente não ter saído noite passada. Também não se julgava covarde em relação a dor, mas sua cabeça estava doendo tanto que sua vontade era que o Senju aparecesse ali e realmente cumprisse sua promessa de arrancá-la fora.

Tobirama!

O nome chegou à ele com um estalo, fazendo-o rolar pela a cama desconhecida e apalpar os lençóis sentindo todo o relaxamento pós-sono desaparecer bruscamente, mas após uma breve verificação deu-se por sozinho. Só então abriu os olhos, sentindo-os arderem devido à claridade que inundava o quarto e os cemicerrando logo após, constatando completamente e de maneira atordoada de que realmente estava sozinho - o que era bom, pois tinha certeza de que seu estado era no minimo catastrófico e queria que o Senju ainda nutrisse um pouco de respeito por ele.

Se encolheu de volta na cama, tornando a fechar os olhos e consequentemente voltando a raciocinar de forma coerente. As memórias da noite passada voltavam à ele quase como se flutuassem preguiçosamente; se recordava de se divertir como prometera à sí mesmo e de beber muito, tal como de certa viagem que Madara e Hashirama enfrentariam na manhã seguinte. Sentiu o coração apertar dentro do peito; para ele, não poder se despedir do irmão mais velho antes de uma viagem era mais incômodo e preocupante do que acordar na cama de um estranho. Fez uma nota mental de escrever para Madara depois; ele certamente estava preocupado.

Só se sentiu seguro ao ponto de abrir os olhos após alguns segundos, tendo vista da cômoda de madeira ao lado da cama. Havia um pedaço de pergaminho enrolado com exceção de alguns poucos objetos, o tomou em mãos e o desenrolou com um floreio trêmulo, precisando cemicerrar os olhos para compreender seu conteúdo e sentindo uma dor de cabeça especialmente forte latejar em suas têmporas.

"Se estiver lendo isso ficarei extremamente decepcionado, pois significa que não foi hoje o dia que os deuses me abençoaram apagando sua existência miserável desse mundo; mas tudo bem, eu sou paciente e rezarei com mais ardor da próxima vez. Não irei perder o meu tempo com sermões - embora tenha sido especialmente irresponsável noite passada - mas se recomponha e tente vir até o prédio do Hokage, odeio ter que admitir isso mas preciso da sua ajuda com a papelada que Hashirama deixou. Fora isso, espero que esteja inteiro, Uchiha."

Delicado como o golpe de uma espada, Izuna concluiu rindo levemente, e uma espada muito mal afinada por sinal!

Abandonou o pergaminho e esfregou o rosto usando as duas mãos, soltando um risinho. Certamente havia dado trabalho à Tobirama noite passada, embora somente se lembrasse de sua chegada até a residência e de tomar banho, além de pouquíssimos fragmentos e de uma breve lembrança de um toque ao redor da sua cintura, mas tinha certeza de que era fruto da sua cabeça.

Izuna cogitou pedir desculpas ao Senju pelo o seu comportamento impróprio de noite passada, talvez levasse algumas frutas já que não sabia quais comidas ele gostava e chocolates pareciam íntimos demais, mas então lembrou de que Tobirama não havia pedido desculpas por machucar sua perna - e por ser um babaca no geral - então desistiu. As palavras e sua sinceridade - quase nula, para falar a verdade - bastariam, já que iriam passar um dia longo juntos.

Mas primeiro, Izuna precisava se levantar.

• • •

Izuna de fato levou as frutas, bananas no caso, mas para sí próprio. Era o único alimento que parava em seu estômago, além de ajudá-lo com a ressaca que o afetava. Sentia-se razoavelmente bem ao cruzar as ruas ensolaradas de Konoha, mas os efeitos finais da ressaca ainda o atingiam, fazendo-o se mover desconfortavelmente por baixo da túnica azul-marinho que usava. Quando chegou no prédio do Hokage, quase se jogou no chão e começou a rezar de alivio.