Uma despedida

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Existem algumas coisas no mundo que são incontestáveis, a cor do céu ser azul, o Saara ser um deserto, as pirâmides do Egito serem deslumbrantes, as praias do Brasil serem as mais belas do mundo e o fogo que irradiava dos olhos dele, quando olhavam para mim.
Essas eram as coisas que eu nunca poderia negar. Claro que eu já havia percebido muito tempo antes dele falar, eu sabia tudo que ele sentia, mas isso não mudava o fato de continuar a tratá-lo como amigo. Até aquele verão.
Foi quando bebemos vinho juntos e tudo aquilo se desenrolou.
Tudo já tinha acontecido e o verão já estava no fim, hoje eu voltaria para minha vida na cidade grande e tinha que me despedir dele. Então me dirigi até sua oficina que ficava afastada das casas da vizinhança para ele poder trabalhar em paz.
Quando me aproximei escutei os sons das ferramentas cortando a madeira para seu trabalho manual. O terreno era complicado, cheio de galhos e folhagem, e quanto mais me aproximava do galpão mais o cheiro de madeira recém cortada invadia meu olfato.
Quando cheguei na entrada do galpão e vi sua figura concentrada na madeira recém cortada, a moldando. Prendi a respiração, não entendo como havia passado os últimos 30 anos de minha vida ignorando a presença dele, por baixo da camiseta regata suja os músculos eram imponentes, dourados e definidos, me faziam desejar ser uma daquelas gotículas de suor.
Vestido com calças jeans sujas marcadas pelo trabalho árduo e a camiseta regata que um dia já fora branca, sua figura era sexy e poderosa.
Sua figura física ajudava a criar aquela aura de semideus, seus cabelos negros ondulados amarrados no topo da cabeça, as sobrancelhas grossas e a barba por fazer dava um ar rústico combinando com o maxilar definido. Mas sua personalidade gentil e dócil contrastava com toda essa carcaça, talvez seja culpa dos romances de que lia na adolescência, me fez o olhar como um bom amigo e nunca como um homem.
Enquanto viajava envolvida pela sua aura masculina inalando o momento em detalhes para nunca mais esquecer, ele percebeu minha presença e ao olhar em minha direção, veio aquele olhar novamente, aquele olhar que irradiava paixão e fogo. Ele sabia que aquela seria uma despedida e vi uma pintada de decepção em seu olhar por um segundo, mas sei que ele não desperdiçaria aquela oportunidade com saudade ou lamentação.

Não percebi quando ele largou as ferramentas e se aproximou de mim sorrateiramente, meus olhos estavam fixos nos seus, então quando estava a apenas um passo do meu corpo prendi a respiração ao senti-lo perto. Ele colocou uma mão em minha nuca entre os fios do meu cabelo e a outra posicionou em minha lombar para puxar meu corpo junto ao seu, tudo isso ao mesmo tempo, em que tomava meus lábios.
Sem "oi" ou "como vai", nenhuma palavra de saudação, aquela era a forma dele dizer o que estava sentindo naquele momento, e era muita coisa.
Com seus lábios sob os meus em um beijo avassalador, enquanto me segurava com força e desejo, um desejo que pulsou rígido e forte em contato com minha barriga, já que nossa diferença de altura era significativa.
Seus lábios desenhavam paixão e desejo, e sua língua acariciava a minha em movimentos fortes e cheios de desejo, então começou a ficar mais lento. Seus lábios macios sugando a parte inferior de meus lábios e então voltando a invadir minha boca com sua língua à procura da minha, para suga-la, e me faz gemer. Em resposta ao som, ele estremeceu e gemeu de volta, com os lábios afastados dos meus percebi sua mão que antes estava em meu cabelo contornando meu pescoço para pousar o dedão em meus lábios úmidos e inchados do seu beijo. Então abri os olhos e o vi. Aquele olhar de fogo e paixão cheios de desejo olhando para os meus lábios enquanto os acariciava. Quando viu meu olhar, tirou a mão do pescoço e a posicionou em minhas costas, tomando meus lábios com outro beijo forte, finalizando com mais uma mordida, dessa vez mais suave em meu lábio inferior. Descendo os beijos para meu pescoço, alternando com chupadas, enquanto o lambia também.
Minha buceta já estava transbordando e latejando de dor e desejo, quanto mais ele me tocava, meu corpo incendiava. Ele parou os beijos e me levou segurando minhas mãos para aquela que era sua mesa de trabalho mais limpa no momento. Segurando minha cintura com as mãos, ele me posicionou na mesa sentada e abriu minhas pernas para ficar entre elas. Tentei beijá-lo novamente enquanto meu desejo pulsava e gritava dentro de mim, mas ele me parou e me deitou com as costas na mesa, fiquei sem entender o que ele pretendia, então após depositar um doce e delicado beijo em meus lábios ele se ajoelhou entre minhas pernas que convenientemente ele ficava em uma altura perfeita para aquilo que pretendia fazer.

"Sabe, anjo" falou com a voz rouca, me chamando pelo apelido que usava para me chamar, enquanto posicionava as mãos em meu quadril por baixo de minha saia longa do vestido floral, me tocando delicadamente em cada centímetro de meu corpo, "eu projetei essa mesa especificamente para um dia fazer isso com você!" eu ainda estava embriagada com seu toque e não entendia o que ele estava tentando fazer.
Foi então que com as mãos em meu quadril, ele posicionou a cabeça por baixo do vestido e começou a beijar a parte interna da minha coxa, alternando beijos, lambidas e chupadas. Eu gemia e tentava não me mover para não quebrar o clima enquanto minha buceta latejava cada vez mais, sei que estava muito úmida, pois quando ele estava com a cabeça próxima o suficiente dela gemeu alto de prazer, o que me fez corar e em reflexo tampar meu rosto com as mãos.
"Acho que não vou precisar fazer muito por você hoje, anjo" ele falou triunfante por saber o que seu toque já havia causado. Com as mãos ele começou a tirar minha calcinha vermelha de renda favorita, delicadamente a retirou, naquele momento não sabia que nunca mais veria aquela calcinha novamente. Com as mãos em volta ao meu quadril, ele respirava com intensidade e desejo. Começou a beijar delicadamente próximo à minha buceta. "Você não faz ideia de como gosto do seu cheiro" e cheirou entre meus pelos negros, "do seu gosto" e lambeu meus grandes lábios, o que fez tremer de desejo e gemer mais ainda. Nessa altura já não havia mais vergonha, apenas desejo e excitação. Assim ele levantou meu quadril delicadamente e abriu mais minhas pernas para então depositar seus lábios em meu clitóris o chupando, ele sabia como eu gostava. Começando com lambidas suaves e explorando a entrada do meu prazer até subir ao meu clitóris, ele lambia com desejo, saboreando meu gosto úmido que já estava escorrendo por sua barba e lábios. Apertava meu quadril com as mãos fortes, subiu a língua para meu clitóris e começou a fazer os movimentos circulares com a língua devagar e aumentando a velocidade, quando percebeu que meu corpo começou a arquear pedindo por mais, começou a movimentar a língua de um lado para outro no meu ponto de prazer e meu corpo respondeu ao seu chamado, com um orgasmo que me fez tremer de prazer enquanto meu quadril arqueou mais de encontro aos seus lábios e eu gozei aproveitando aquele momento que se tornava inesquecível.

Beijando deliciosamente minha buceta ele começou acariciar meu corpo, sabendo que depois de um orgasmo, fica muito mais sensível, e eu respondi ao seu toque com arrepios e gemidos. Então ele saiu debaixo de minha saia e subiu na mesa para depositar pequenos beijos em meu pescoço. Eu o olhei esperando que continuasse o sexo, mas ele apenas sorriu para mim e olhou para o relógio da parede.
"Você tem que ir, não pode viajar a noite, vai ficar tarde. Nos vemos em breve!" E me levantou em um pulo da mesa, ajeitou meu vestido para me mandar embora. "Eu devo ir?!" perguntei sem saber o que ele queria, "sim você deve ir, amanhã você volta a trabalhar e aqui não é seu lugar, eu sei que você veio pra dizer isso." Eu não sabia o que responder, ele me controlava com os lábios daquele jeito e me deixava completamente louca, mas ele não sentia mais nada que paixão e desejo? O que ele sentia? Eu jamais saberia se não perguntasse, e eu não era o tipo de pessoa que perguntaria e ele sabia.
"Adeus, e até breve, meu príncipe!" me despedi com um sorriso enquanto uma lágrima brotava em meus olhos e acariciava sua face, ao falar seu apelido carinhoso que eu usava há tantos anos. "Até logo, anjo. Vou sentir sua falta!" e me deu um beijo caloroso na testa. Me virei e não olhei para trás.


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