"amigos?"

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                           \\Sábado//

Depois do ocorrido no meu quarto, eu acordo no quarto da minha mãe, ela disse que eu não tava bem e tinha desmaiado, ela saiu para trabalhar e deixou um bilhete para mim:

Bilhete "Oi meu filho, eu não iria trabalhar, mas o médico que te atendeu falou que você só estava dormindo, passou por um tipo de estresse mental, e que eu não precisava me preocupar. E infelizmente tive que trabalhar, se cuida, te amo"

Lia aquele bilhete com um sanduíche na boca, e depois lembrei do que o anjo havia me falado, pra eu buscar um Torá na biblioteca. E escuto um barulho alto, era um trovão, e logo em seguida barulho de pingos nas telhas de casa; Olho para o colar no meu pescoço e seguro ele com a mão direita, ele brilha uma luz roxa.
  A chuva não vai me impedir, vou na biblioteca buscar o Torá sagrado, ela não é tão longe da minha casa, pego o guarda-chuva e minha mochila e parto em direção a biblioteca, antes deixe ração para meu gatinho...   Encolho os braços de tanto frio, minha rua por incrível que pareça estava cheia de gente indo pra algum lugar mesmo chovendo, enquanto caminho de escuto uma voz logo atrás de mim, era uma voz doce, era Sara, não tava muito bem com ela, e fui o mais "seco" possível com ela, não por ela não ter me notado, más sim por ter me ignorado, nenhum amigo deveria fazer isso com o outro, ela vem sorrindo e entra de baixo do meu guarda-chuva, e me diz...

Sara: "Oi Kaiozinho, aonde vai nessa chuva?"

Kaio: "Oi Sara, vou na biblioteca"

Sara: "Eu vou pra lá também, preciso comprar uns livros"

Kaio: "Hum"

Sara: "Tudo bem? Você tá assim meio diferente"

Kaio: "Não, não tá tudo bem? Você sempre me ignora quando o Roberto tá perto"

Sara: "Tá louco? Claro que não"

Kaio: "Eu? Não, aquela vez no açaí, oque foi aquilo?"

Sara: "Foi você que decidiu ir embora eu não posso obrigar você a ficar"

Enquanto conversávamos e iríamos caminhando debaixo da chuva que cada vez iria ficando forte...

Kaio: "Sim fui embora porque você não me dá atenção me esquece e finge que eu nem tô lá"

Sara: "Kaio você está fazendo drama, "ok"somos amigos, mas eu e o Roberto somos namorados, desculpa vou te dá mais atenção na próxima vez"

Quando ela falou que estava namorando o Roberto eu senti um vazio dentro de mim, um vazio tão grande que olhei para ela, parei o andar, olhei fixo nela e disse:

Kaio: "Veja bem, eu sempre amei você, de verdade, não passava um dia sem que eu pensasse em você, eu iria te falar isso, aquele dia, mas vou dizer agora, SARA EU TE AMO!, Te amava, eu te amava, não amo mais você acabou meu amor hoje, agora que sabe disso por favor eu quero que você me diz o que sente por mim!"

Sara: "Eu estou sem reação, sério, não esperava por isso (vi lágrimas nos olhos dela) eu não esperava mesmo, eu não te amo como você me ama, eu amo o Roberto, serei sincera, sempre gostei de você somente como amigo, nada mais"

Kaio: "Ótimo, porque agora eu não te vejo mais do que isso também, uma amiga"

Eu deixei o guarda chuva nas mãos dela e fui em outra direção, não queria mais passar um minuto com ela.

Caminhei rapidamente olhando para baixo, e fui de rua em rua sem rumo algum, e na minha cabeça as palavras dela "como amigo" me torturava igual um chicote sendo batido em minhas costas.... Como ela pode ter feito isso comigo? Eu sempre amai ela, e fui um idiota,"Friendzone", fechei os olhos e ela estava lá me olhando e lentamente sua imagem iria queimando na minha mente, quando cruzei a rua não havia visto o caminhão que vinha, e o motorista não me viu devido a chuva, o motorista percebe, buzina e pisa no freio, mas não dá prá parar as rodas deslizam na pista molhada, as pessoas ao redor olham e ficam apavoradas, quando me dou conta, estou cara a cara com a morte, um caminhão de várias toneladas prestes a me transformar em patê, minha reação é fechar o olhos e proteger o rosto, as pessoas ao redor gritam em desespero, minha vida passa em diante dos meus olhos mesmo fechados, e a morte é clara, o caminhão bate em mim, e sou arremessado do outro lado da pista, e as várias pessoas correm e param o trânsito para me socorrer, meu corpo está todo machucado e sangrando, caído no chão olhando para o céu escuro e vendo suas gotas de chuva frias molhar meu rosto... Saí sangue da minha boca e não consigo dizer uma palavra, o motorista do caminhão vem correndo em minha direção chorando e pedindo desculpas, as pessoas falam com ele e tenta acalmar ele, a culpa é minha, pobre homem, de nada tem culpa... Eu que atravessei a rua sem olhar para os  lados, lembro de minha mãe me dizendo pra tomar cuidado com os carros, será que ela vai ficar bem sem mim? É o que eu penso. Minhas vistas vão ficando escuras e o sangue se espalha e se misturar com a chuva, quebrei várias partes do corpo e rompi órgãos vitais, qual será meu destino? E porque os demônios queriam minha alma, fecho os olhos lentamente.

Kaio: "D-desculpa mãe!"

Abro os olhos, e estou um estante antes de atravessar a rua e ser morto pelo caminhão, paro e o mesmo caminhão que me matou passa, eu olho pra aonde estava caído e tudo parece normal. Oque aconteceu? É o que eu me questiono, vejo uma figura angelical no topo de um prédio me olhando e logo desaparece, entendo o que aconteceu, gastei minha ajuda de hoje, fico grato pelo anjo ter me salvo, não posso me descuidar, seguro o colar e coloco uma meta na cabeça:

Kaio: "Vou ler aquele TORÁ!!!".

Sangue RoxoOnde histórias criam vida. Descubra agora