Capítulo 60 | Família

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Desculpem qualquer erro.
Boa leitura!

[Quatro anos atrás | Jungkook pov]

- Já estou a três quarteirões do alvo. Não vou esperar mais. - alertei enquanto girava o volante da viatura e entrava rapidamente na próxima rua.

Tínhamos recebido a denúncia no começo da madrugada gelada de inverno. Um morador percebeu a movimentação suspeita e nos contatou. Ao que tudo indica, uma loja de roupas infantis na nossa área de cobertura estava sendo invadida e apesar de parecer desarmado, o cara conseguiu entrar sem acionar nenhum alarme.

"Tudo bem, é só um e está desarmado" - a voz do meu irmão adotivo soou pelo aparelho de comunicação da viatura. Ele deveria estar comigo na patrulha dessa noite, mas teve que ajudar os bombeiros em um incêndio próximo ao centro da cidade. "Você dá conta, carinha. Vai na frente que já estou indo pra aí."

Eu fiquei um pouco surpreso, afinal ele sempre perdia a cabeça quando eu agia sozinho, mas realmente, era apenas uma invasão, um rebeldezinho. Provavelmente um riquinho revoltado tentando chamar a atenção dos pais.

Quando tudo o que houve do outro lado da linha foi apenas silêncio, eu estava prestes a desligar a chamada, mas me detive ao ouvir o suspiro pesado do mais velho.

"Ei, carinha..." - ele pareceu tentar criar coragem para dizer e completou em uma lufada pesada de ar: "Feliz aniversário."

E silêncio, que era interrompido apenas pela respiração suave dele.

Eu não tinha me dado conta, mas já eram os primeiros minutos do dia. Já era o meu aniversário, no entanto, esse sempre foi um tópico delicado para nós, porque... pra mim, esse dia nunca foi sobre a data do meu nascimento e sim, apenas mais um ano desde que minha mãe biológica morreu no meu parto.

Ignorar essa data era a nossa tática para escapar da dor, mas... não somos mais crianças. Eu teria que superar isso.

- Valeu, cara. - disse brevemente logo encerrando o assunto. - Te espero na delegacia."

E desliguei antes que ele pudesse responder. Era o melhor que eu podia fazer.

Respirando profundamente, me concentrei apenas no meu trabalho.

Graças às ruas vazias, cheguei ao destino em tempo recorde e a prisão foi em flagrante. Encontrei o invasor ainda dentro da loja. Ele realmente estava desarmado, vestia um moletom escuro, com o capuz e uma máscara de proteção normal ocultando seu rosto.

Entrando sorrateiramente na loja, eu ergui minha arma contra suas costas, apesar dela ainda estar travada.

- Mãos na cabeça e fique onde está! - ordenei e ele se assustou, realmente pego desprevenido, mas teve reação imediata.

Ele era ágil e rápido. Assim que apontei a minha arma em sua direção, ele empurrou uma fileira de cabides de roupas contra mim e disparou para fora da loja.

Puto, por ter que perder o meu tempo, eu me levantei já fervendo de raiva e corri atrás do desgraçado. Correndo pelas calçadas do quarteirão, eu já estava em seus calcanhares e seria impossível ele fugir, mas ele não desistia. Era um rapaz, provavelmente da mesma idade que eu, mesma altura também e porte físico. Atravessando a rua rapidamente, ele empurrou um cara do seu caminho e foi quando o vento gelado da meia noite empurrou o capuz de sua cabeça. Cabelos escuros e levemente ondulados... exatamente como os meus.

Ele entrou em um beco e tentou pular o muro no final, mas eu o alcancei rapidamente, o agarrando pela gola do moletom e o levando ao chão. Me inclinando sobre ele, eu o imobilizei rapidamente e ergui a arma até sua cabeça, mas... com a máscara escura ocultando parte do seu rosto, olhos de um verde absurdo de tão intenso se ergueram para os meus, brilhando na noite escura como se emitissem luz.

Último Pecado | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora