Capítulo 04 - O Restaurante

41 4 3
                                    

DEZEMBRO 21/2020

Pov. Cebola

Acordei com o meu celular tocando, acho que estava tão cansado que nem percebi e acabei pegando no sono. Peguei o celular e vi que era Margarida.

- Alô? - Atendi ainda acordando

- Oi amor, estava dormindo?

- Estava muito cansado.

- Hmm, eu estava pensando da gente sair para comer alguma coisa, o que você acha?

Olhei no meu relógio de pulso e eram 22hs

- São 22hs, você quer sair agora?

- Ué, por que não? Depois podemos ir pra sua casa... - Ela falou de uma forma que dava para entender bem o que ela queria.

- Olha Margarida não me leva a mal, mas eu não estou bem e eu prefiro ficar em casa sozinho se não se importa.

- Tudo bem... Mas eu vou ficar aqui me sentindo muuuito sozinha e carente...

- Amanhã a gente se vê, tchau. - Desliguei o telefone.

Respirei fundo, não é que eu queira tratar a Margarida mal, mas esse relacionamento pra mim já deu o que tinha que dar, não suporto viver ao lado de uma mulher tão fútil como ela.

São 22hs a Mônica deve estar no restaurante... Me levantei da cama e fui para o banheiro tomar banho e logo após saí para o restaurante.

Chegando lá estava um pouco cheio então optei por me sentar numa mesa mais recuado para poder ter um pouco de privacidade. Procurei a Mônica por todo salão e vi muitos garçons mas ainda não a tinha visto, depois de muito procurar a vejo saíndo da cozinha com duas bandeijas nas mãos e imediatamente meu coração disparou, fiquei ofegante, e comecei a suar frio é uma sensação bem estranha para mim visto que nunca me senti assim com ninguém.

Ela de longe me viu e sorriu para mim e eu involuntariamente retribui o sorriso (Essa menina me desarma sempre). Ela veio caminhando na minha direção.

- Posso ajudar? - Ela me perguntou.

- Pode... No momento eu quero saber quando você pode ter um tempinho pra mim e também quero dois pães de alho.

- Vai comer dois pães de alho sozinho?

- Não se você aceitar o convite de sentar-se comigo para me acompanhar num jantar.

- Está me convidando pra um encontro?

- N-não, óbvio que não... Um encontro... ora... Não, é apenas um... Uma reunião.

- Aaah uma reunião. Bom... Se você quiser uma "reunião" comigo, vai ter que esperar até 00hs porque agora eu estou trabalhando, mas trago seus pães de alho.

- Eu espero até 1hs da manhã se for necessário.

- Nesse horário eu já quero estar é dormindo - Ela sorriu pra mim e saiu.

Nossa como essa garota me irrita e me encanta ao mesmo tempo, ela não cede ao meu jeito durão de ser, como ela consegue ser assim tão.... Eu não a consigo definir numa só palavra.

Peguei o celular e no momento que estava olhando meu Instagram ouvi:

- Pensei que estivesse mal e quisesse ficar EM CASA sozinho...

Respirei fundo porque conheci a voz.

- Eu estou mal, eu quero ficar sozinho, mas decidi sair de casa - respondi ainda olhando para o celular.

- Eu já disse que adooro quando você se faz de durão? - Margarida retirou o celular da minha mão o que me estressou.

- Você pode me dar licença? Eu já falei que quero ficar sozinho.

- Por que você não fica sozinho comigo? - Ela sentou do meu lado e colocou a mão na minha coxa apertando-a.

- Eu não tô afim. - Tirei sua mão de mim.

- Pois eu estou suuuper... Acho que devemos ir embora daqui agora e...

- Os seus pães senhor - Mônica chegou e eu percebi em seu olhar um certo incômodo por ver Margarida ali comigo, porém não fui eu que apenas notou algo de estranho.

- Ãn fofinha já pode ir, e por favor traga uma salada esses pães são muito calóricos.

- Sim senhora...

Eu fiquei olhando a Mônica sair de perto e meus olhos se entristeceram.

- Perdi alguma coisa amor?

- Ãn, o que? N-não, e não me chama assim... Margarida por favor não me leve a mal mas me deixa sozinho! Eu não estou bem pra ser uma boa companhia pra você.

- Aii amor não faz assim comigo...

- Bom pois se você não vai embora eu vou. - Me levantei da mesa e fui saíndo do restaurante, ao sair ouvi um choro e vi Mônica acuada um pouco mais distante encostada na parede.

- Mônica... O que aconteceu? - fui até ela preocupado.

- Nada, não aconteceu nada - Ela limpou logo os olhos e se recompôs - por que não volta lá pra dentro? Vai deixar sua namorada sozinha?

- O que? A Margarida? Eu já disse que eu e ela... Espera, você está com ciúmes de mim?

- Mas você é muito convencido mesmo! Achar que eu vou estar aqui chorando por causa de homem, ah me faça o favor, tenho mais o que fazer, dá licença - ela saiu esbarrando no meu ombro e entrou no restaurante de novo.

Fui para dentro do carro e estacionei do outro lado da rua, olhei no relógio e já era quase 23hs e por isso decidi esperar ela sair para conversarmos melhor.

[1 hora e 15 min. Depois.]

Olhei e vi Mônica saíndo do restaurante com uma mochila nas costas e ela já não estava mais com a farda do trabalho. Saí do estacionamento e virei a rua para alcança-la.

- Moça, andar sozinha na rua uma hora dessas é muito perigoso. - Falei meio que brincando com ela.

- Eu sei me cuidar sozinha, obrigada!

- Deixa eu pelo menos te dar uma carona para casa....

- Carona? Não precisa eu vou a pé.

- Vaamos, é bom que a gente conversa um pouco.

Ela respirou fundo e concordou..

- Então Mônica... Como está? - Perguntei tentando puxar assunto

- Não parece que sou eu quem está precisando dessa pergunta e então vamos lá, como você está?

- Eu estou bem... melhor que antes.

- Não é o que estou vendo em você rapaz, talvez você devesse... quem sabe, tirar essa máscara de bad boy e admitir alguma coisa.

- Tá... Eu não estou bem..

- Por que?

- Eu não estou mais suportando muita coisa estou segurando a empresa do meu pai sozinho, ele está mal no hospital e... - respirei fundo - outras coisas mais.

- Entendo... O que seriam essas outras coisas mais?

- Nada... Não vale a pena.

- Certo, bom já estamos bem próximos da minha casa, ela já é aquela ali na esquina, muito obrigada pela carona.

- O prazer foi todo meu, poderiamos sair outro dia para é...

- Uma reunião - Ela sorriu de canto de boca. - Pode ser, vou ver se tenho horário disponível na minha agenda - Ela desceu do carro e fechou a porta e meu coração parecia uma bomba relógio.

Eu não sei o que dá em mim quando vejo essa garota, tenho vontade de beijá-la como se não houvesse amanhã, vontade abraça-la e de estar perto, parece algo que vai além de mim, mas preciso respirar fundo... Calma... Isso é loucura, é só uma garota qualquer.

O ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora