DEZEMBRO, 20/2020
Pov. Cebola.
- Como ele está doutor?
- Continua fraco, mas estamos fazendo o possível para mantê-lo bem, porém admito que o quadro é preocupante.
- Preocupante quanto? - Perguntei preocupado.
O médico simplesmente pós a mão no meu ombro e me olhou com um pequeno sorriso no canto da boca e saiu de perto de mim.
Bom... Pra quem não sabe onde estou, me encontro em um dos hospitais mais famosos de San Paulo, o St. Cloud, e o que estou fazendo aqui? Meu pai está internado faz umas semanas na UTI.
Há dois anos atrás descobrimos que ele tinha um câncer raro na cabeça e que precisaria de tratamento urgente, mas ele não quis saber de se tratar com antecedência, e só veio aceitar ser trazido ao hospital depois de não aguentar mais o seu corpo pedindo ajuda.
Essa situação seria muito mais fácil se eu não tivesse que assumir agora os negócios da empresa no lugar dele enquanto está no hospital.
Ele é dono da Cebolaceos Work, a maior empresa do ramo admistrativo mundial, vários comércios estão sujeitos a nossa administração financeira.
Mas admito que mandar naqueles funcionários é realmente algo cansativo! Não sei o porquê que meu pai não contratou pessoas mais competentes se temos dinheiro suficiente para isso, mas ele sempre se preocupou em ajudar seus pobres amigos de infância que até uns tempos atrás não tinham nem onde caírem mortos, mas agora eles são funcionários da empresa, ou seja, vivo cercado de incompetentes.
- O senhor quer que traga seu carro agora? - Arttie um de nossos secretários se aproximou de mim.
- Sim, vá logo! Eu não posso estar perdendo tempo, tenho que agora mesmo ir para empresa. Ah e mais... Se você mais uma vez ousar arranhar nem que seja um centimetro do meu carro, lhe ponho no olho da rua! Ouviu bem? Não vamos repetir o incidente da semana passada, me custou R$ 3,000.00. Só para concertar o estrago.
- Mas senhor eu lhe expliquei que eu não tive culpa foi que um rapaz na bicicleta passou na hora que abri a porta, eu não o vi e arranhou só um pouquinho...
- Não me interessa! Eu deveria era ter tirado esse prejuízo do seu salário, mas estou tentando ser gentil com você. Agora vá logo e busque esse carro, ou posso voltar minha ídeia atrás e realmente lhe demitir. - Ele ficou parado me olhando - Você está esperando o que?
- S-sim senhor já estou indo... - Arttie se retirou e eu fiquei na sala de espera mais alguns minutos. Sentei-me no sofá e peguei um jornal para ler por um momento.
- Licença essa cadeira ao seu lado está vaga? - Uma moça se aproximou de mim mas não tive a curiosidade de olhar quem era e permaneci lendo o jornal em silêncio.
- Oi... O senhor me ouviu? Desculpe é que eu perguntei se...
- Se a cadeira ao meu lado estava vaga e até que está, mas não estou afim de companhia no momento... Agradeço se me deixar sozinho e for se sentar um pouco mais distante.
- Nossa... Parece que você não está tendo um bom dia.
- Realmente não estou, e se você ficar aqui me aperriando vai ficar bem pior.
- Nossa como você é grosso.
- E você muito insistente, creio que fui claro o suficiente pedindo que fosse sentar-se em outro lugar.
- Senhor seu carro está lá fora! - Chegou Arttie.
- Me dê as chaves! - Me levantei da cadeira dobrando o sofá e deixando na mesa de centro. Arttie tem alguma coisa marcada na minha agenda hoje?
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O Chefe
Hayran KurguSendo filho de um grande empresário mundial que se encontra a beira da morte, Cebola agora tem que se preparar para assumir o cargo de seu pai. Mas como um jovem tão arrogante e soberbo como ele poderá substituir um homem tão humilde e simples? Quem...