DEZEMBRO, 21/2020
Pov. Cebola.
Acordei de manhã com Margarida ainda dormindo deitada ao meu lado. Respirei fundo e me levantei para ir ao banheiro.
Sinceramente, eu não sei o que estou fazendo da minha vida, não suporto essa garota que está na minha cama, mas também não posso terminar o relacionamento; meu pai está no hospital e as chances dele sobreviver são muito pequenas; tenho que comandar uma empresa cheia de inúteis e pra piorar... Parece que todo dia é um dia cinzento pra mim.
Entrei no chuveiro para tomar um bom banho, afinal eu tenho que chegar cedo na empresa para umas reuniões que vou ter hoje.
- Já está acordado amor... - Margarida apareceu na porta do banheiro coberta pelo lençol da cama.
- É óbvio não? Eu tenho que chegar cedo na empresa, troque de roupa que no caminho te deixo em casa.
- Posso tomar um banho com você? - Ela falou deixando os lençoís caírem no chão.
- Eu já acabei o meu - Desliguei o chuveiro e puxei a toalha que estava estendida no boxe e me enrolei - Se você quiser pode tomar, eu vou trocar de roupa. - Saí do banheiro.
[A Caminho da Empresa]
- Não sei porque você é tão frio Cebola, você poderia pelo menos tentar ser gentil - Falou Margarida enquanto se maquiava dentro do carro.
- Eu sou como sou e você sabe disso, não vamos gerar uma discursão desnecessária. - Tentei controlar minha raiva apertando minhas mãos na direção do carro.
- Você sabe que eu adoro quando age assim tão durão, mas tem horas que você passa da conta, você deveria repensar um pouco sobre suas atitudes. - Disse ela colocando a mão na minha perna e massageando-a.
Olhei fixamente para a estrada na intenção de ignorar toda e qualquer palavra que Margarida proferisse a mim dentro daquele carro durante todo o trajeto.
[Chegamos a casa de Margarida]
- Tchau amor - Ela me beijou no rosto - Vamos sair de novo... Vou ficar aguardando sua ligação - Saiu do carro.
Respirei fundo ao ouvir a porta batendo e lágrimas começaram a sair dos meus olhos.
Eu sei que é muito complicado de entender o motivo pelo qual eu trato Margarida com tanta frieza, mas há certas coisas que é melhor deixar queto do que ficar tentando remoer. Mas estou tão cansado de tudo que tenho vivido ultimamente que minha vontade é simplesmente sumir da face da terra.
Dirigi até o escritório para atender os negociantes que estavam marcados para hoje, mas garanto que minha intenção era voltar ao meu apartamento e me trancar lá durante todo o dia.
Chegando à empresa passei direto na secretaria sem dar um simples Oi a ninguém, não estava com humor para isso e eu ainda tinha uma hora para ficar trancado sozinho na minha sala e não iria perder tempo saudando um bando de inuteis.
Entrei em minha sala e joguei minha pasta no sofá onde também me joguei deitando-me e esfregando meu rosto a chorar.
[Telefone fixo da sala toca]
Ignorei o telefone até ele parar de tocar, mas infelizmente Carmem (minha secretária) estava muito insistente e não houve opção a não ser atender.
- O que é? - Atendi estressado.
- Senhor Cebola... Um dos negociantes ligou cancelando a reunião com o senhor.
- Sim e? Tinha que me avisar justamente agora?
- Desculpe, pensei...
- Você pensa demais! - desliguei o telefone.
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O Chefe
FanfictionSendo filho de um grande empresário mundial que se encontra a beira da morte, Cebola agora tem que se preparar para assumir o cargo de seu pai. Mas como um jovem tão arrogante e soberbo como ele poderá substituir um homem tão humilde e simples? Quem...