Interlude: Blue

i'm sure he'd tempt satan

Antes de começarmos aqui, quero deixar bem claro que se você, leitor(a), possue algum problema em relação a amigos demonstrando interesse em ficar com seu(sua) ex, evite dar pitaco no enredo da estória e somente aproveite. É uma ficção que amo de coração e que finalmente estou tirando dos meus rascunhos, então se joguem de cabeça!

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My ex's Best Friend by Machine Gun Kelly,
Stunnin' by Curtis Waters,
God Damn by I.M.

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Hoseok adora quando gritam seu nome. Hoseok adora ser ovacionado. Hoseok adora observar sorrisos alheios. Hoseok adora ser a causa daquela alegria que o público exala ao vê-lo subir no palco, ao vê-lo dizer qualquer coisa em línguas distintas a cada vez, ao vê-lo dançar e cantar e pular e rimar, ao vê-lo de um lado para o outro enquanto sorri e ergue as mãos para o céu com o ego bem alimentado e se sentindo satisfeito com a própria vida.

Ao longo dos anos, Hoseok descobriu o mundo e visitou países diferentes, provou de culturas contrárias a sua e aproveitou tudo aquilo que o seu dinheiro de rapper poderia trazer. Hoseok virou noites em festas nas maiores capitais internacionais, bebendo champanhe e cheirando cocaína sem dar a mínima para a ressaca de merda que o atingiria no próximo dia. Hoseok gemeu sob e em cima de corpos quentes que o recebiam tão bem, tendo os cabelos que já foram vermelhos, laranjas, cinzas, pretos e castanhos enquanto atingia o próprio orgasmo mas nunca parava até sentir os músculos queimarem por tanto esforço repentino.

Hoseok chorou em Los Angeles após descobrir que sua mãe havia virado uma estrela naquele céu escuro das madrugadas, esperneou em Ibiza completamente embriagado porque sua cabeça doía como o inferno e ele sabia que precisava voltar a Coreia no dia seguinte para o início das gravações de sua terceira mixtape, mas não evitou de cheirar uma ou duas carreiras de pó mesmo assim.

Hoseok recebeu conselhos de sua irmã mais velha sobre a diferença entre paixão platônica, paixão avassaladora e apenas tesão quando estava deixando um dos aeroportos do Rio de Janeiro, no Brasil. Hoseok gargalhou da própria desgraça sob o efeito de absinto e vodca russa ao que sua carreira quase chegou ao fim por processos judiciais que acumulavam aos montes, porque é óbvio que nunca segurou a própria língua e deu de cara com muita gente brava e desejando sua morte enquanto fazia sucesso pra lá e pra cá.

Acontece que j-hope se tornou um nome de extrema importância para grandes veículos de comunicação que se alimentavam de fofoca, assim como se tornou chave para diversas portas dentro e fora da vida de Hoseok.

Sua carreira se deu início com uma música idiota sobre um amor que ele nunca foi capaz de viver, superou artistas mundialmente famosos em charts da Billboard e vendeu pra caralho, e ninguém permitiu que toda a glória de j-hope e seu Hope World caísse por terra apenas porque Hoseok não calava a boca em entrevistas invasivas demais.

Hoseok nunca foi um cara do tipo paciente, e ele sabe que foi por isso que se metera em tantas confusões enquanto se fazia ainda maior internacionalmente. Hoseok nunca foi capaz de controlar a própria língua e paga com as consequências até os dias atuais, mas não reclama ou resmunga por aí, porque ainda existem pessoas que o conhecem e que o trazem tanto lucro tão rapidamente que soa como água encorpada escorrendo por uma cachoeira qualquer.

Porque j-hope vende. Porque j-hope é bom e sabe disso.

Hoseok ama ser j-hope. Hoseok ama a atenção que j-hope o traz. Hoseok ama os olhares de desejo quase palpável que aquelas pessoas na platéia o lançam quando j-hope rima com vontade, balançando os quadris de um lado para o outro porque eles são molinhos e fáceis de ir e vir e é uma visão e tanto - todos gostariam de estar na frente, atrás, em cima ou embaixo deles.