𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 7 - Visitante

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Ayla Andrade

Terça-feira. Dia que minha irmã chegaria. Dia que minha vida vai virar de cabeça para baixo, pelo menos por uma semana. Dia que eu vou matar minha saudade de Sofia. Dia que vou ouvir suas gargalhadas por conta do que aconteceu no sábado passado.

Quando contei sobre a Cami e Amy, acho que eu nunca fui tão humilhada na minha vida! Mandaram áudio sorrindo, mandaram foto do rosto saindo um lágrima de tanto sorrir. Eu até saí do grupo para fazer aquele drama básico, mas só durou alguns segundos porque logo a Den me colocou de volta.

— Quando sua irmã vai chegar? - me assusto com a voz ao meu lado. Cody estava com um sorriso no rosto e com os braços para trás. Ele parecia enorme, visto que eu estava o vendo de baixo, eu estava sentada no banquinho comendo um sanduíche. —Desculpe o susto.

— Vou buscar ela hoje, de madrugada. Ela vai me ligar. - digo e dou um sorriso ao lembrar que vou ver a minha irmã. Mas logo o sorriso se desmancha ao lembrar que estou sendo chantegeada pela mesma. Que droga. Inclusive, tenho que alertar isso ao Kevin, perguntar se tem algum problema de Sofia ficar aqui no set.

— Cody: Faz muito tempo que não se encontram? - pergunta sentando no outro banquinho que estava meu lado. Den estava sentada ai, mas saiu para ir ao banheiro e não voltou mais. O que é estranho. Ou não, vai ver ela está se pegando com o Tyler, ou algo assim.

— Um pouquinho de tempo. - digo e termino de comer meu sanduíche, levantando-me do branquinho e jogando o guardanapo no lixo que tinha ali perto, logo volto sentando-me ao lado de Cody. —Aí, acha que tem problema dela ficar aqui enquanto gravamos? Digo, se o Kevin acha problema?

— Cody: Acho que não. O Kevin é bem relaxado. - diz e eu concordo balançando levemente a cabeça.

Eu já havia almoçado e os outros também. Passei um longo tempo conversando com Cody, e Den não me disse onde estava quando me deixou sozinha, apesar de que eu já tenha uma noção.

Agora, eu e Dylan iríamos gravar algumas cenas, apenas nós dois. E começamos, mas não estava dando certo, pelo menos não com os outros no set. Cada fala era uma risada deles e, consequentemente, a gente sorria também, então Kevin pediu para que eles saíssem.

Dylan estava na minha frente segurando uma prancheta e eu estava sentada em uma maca com uns fios grudados em meu pulso como se tirasse sangue. Lógico que era tudo falso.

— Kevin: Começando em 3, 2, 1. Ação.

— Dylan: Teremos que testar sua força, seu sistema imunológico, teremos que ver seu DNA, também. Você sabe se é alérgica a alguma coisa? Ou se tem algo que é mortal para você?

O olho e nossos olhares se encontram. Eu devia falar alguma coisa, mas eu esqueci completamente e não posso falar que esqueci porque já gastamos tempo demais sorrindo feito idiotas.

— Não tenho alergia a nada. - digo o que eu lembro da fala, com certeza tem mais coisa. Dylan arqueia a sobrancelha e sei que ele esqueceu suas falas também, ou seja, será uma cena totalmente improvisada.

— Dylan: Como assim não tem alergia nada? Todo mundo tem alergia a alguma coisa.

— Bom, minha mãe dizia que eu não era todo mundo. - digo. E não, isso não está no roteiro. Mas estamos nos saindo bem, Kevin não nos interrompeu para pedir que regravassemos novamente. —Ela dizia que eu era diferente de tudo e todos. - essa parte está no roteiro, dessa eu me lembro.

— Dylan: Você passa a ser diferente de tudo e todos quando chega voando aqui e cria uma cratera no meio da rua e não tem nenhum machucado. Sim, isso com certeza é ser diferente de tudo e todos. - diz e dá um sorriso irônico.

𝐅𝐀𝐌𝐎𝐔𝐒, 𝐃𝐲𝐥𝐚𝐧 𝐎'𝐁𝐫𝐢𝐞𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora