𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 15 - Falta de Energia e Sorvete

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Dylan O'Brien

Depois do jantar eu tinha ido pro meu quarto tomar um banho escutando música, pra logo mandar uma mensagem a Ayla pedindo para a mulher vir ao meu quarto. Eu queria conversar com ela e dizer que vou contar ao meus pais sobre nós dois, e saber se ela estava tudo bem com isso.

Terminei meu banho e procurei meu moletom roxo, que faz um certo tempo que não o vejo. Visto minha calça moletom roxa e coloco uma camisa regata branca.

Quando eu estava prestes a mandar mensagem para Ayla, a energia acaba. E uma chuva forte começa juntamente com trovões. E é nesse momento que eu lembro que não temos geradores de energia, simplesmente esquecemos disso.

Tomo um susto com o trovão.

Sinto que estou esquecendo de alguma coisa. Uma coisa altamente importante e que deveria ser lembrada agora.

Outro trovão. Mais alto.

Caio no chão com um baque que recebi. Sinto um corpo em cima de mim, um corpo que eu reconheço de imediato.

— Ayla: Ai, meu Deus! Me desculpa! Eu tropecei em alguma coisa. - diz caindo para o meu lado. Eu começo a sorrir e logo depois minha namorada me acompanha. —Eu machuquei você?

— Eu estou bem. E você? - pergunto.

Outro trovão e sinto Ayla ter uma leve tremedeira com isso.

E então eu lembro. Minha namorada tem pavor de trovões. Me ajeito no chão e, sem enxergar muito bem, a puxo para que ela deite em meu peito. A mantenho firme em meus braços, quero que ela saiba que está segura comigo.

— Ayla: Obrigada. Detesto trovões. - diz baixinho enquanto faz um leve carinho em meu abdômen. Dou um beijo no topo de sua cabeça.

— Sabe que nunca passou pela minha cabeça que nós dois estaríamos assim, deitados no chão, sem energia e, principalmente, morando juntos. - digo sorrindo e pensando no quanto que minha vida mudou a pouco tempo.

— Ayla: Nem eu! É assustador e não assustador ao mesmo tempo. - diz dando um beijo em meu pescoço. Eu me arrepio completamente.

Ficamos em um silêncio confortável, apenas escutando nossas respirações e o barulho do trovões. Até que me lembro que eu queria conversar com ela sobre meus pais.

— Ayla, eu quero falar uma coisa.

— Ayla: Pode dizer.

— Você... Você se importaria em eu contar aos meus pais que estamos juntos?

— Ayla: Claro que pode, Dylan! Inclusive, falei com os meus hoje, mas foi Sofia que disse a eles. Bom, um peso a menos. Eles queriam ver você, eu vim até aqui e bati na porta, mas você não estava. - diz e eu suspiro aliviado.

— Eu estava tomando banho e escutando música, por isso não escutei as batidas. - digo e ela murmura um "entendi".

Continuamos ali, deitados, não sei por quanto tempo, mas a chuva não parava e a energia não voltava. A única coisa boa era que os trovões haviam acabado.

— Ayla, estou com fome. - sussurro para a loira. Não sabia se ela estava dormindo.

— Ayla: Eu também. Vamos procurar alguma coisa na cozinha. Podemos usar a lanterna do celular. - diz e nos levantamos.

— Não sei onde o meu está. - aviso.

— Ayla: Estou com o meu no bolso. - diz e vejo a tela do aparelho acender em suas mãos, logo ela liga a lanterna iluminando o nosso caminho para a cozinha. Passamos pelos quartos dos nossos amigos, todos silenciosos. —Será que já dormiram?

— Suponho que sim. - apesar de ter faltado energia, estava um clima agradável devido a chuva.

Estava um frio bom, favorável para ter uma noite tranquila.

— Ayla: Então, o que vamos comer? - ela diz após chegarmos na cozinha.

A loira abre a geladeira iluminando-a, chego ao lado da minha namorando olhando e procurando o que comer. Abro o congelador e vejo sorvete. Hm.

— Sorvete? Direto do pote, ainda. - digo.

— Ayla: Senta aí, vou pegar as colheres. - ela diz me indicando o chão, insinuando-me a sentar perto dos armários. Assim eu faço.

Ayla pega as colheres e senta ao meu lado. Abro o pote de sorvete e meto a colher pegando uma porção e enfiando em minha boca. Dou um gemido satisfeito. Adoro sorvete de chocolate.

— Isso aqui é muito bom. - digo olhando para minha namorada. Ela havia ajeitado o celular de modo que iluminasse nós dois o apoiando na parede da bancada que estava de frente pra gente.

Ela dá uma risada.

— Ayla: Você parece uma criança. - diz enquanto aproxima a mão do meu rosto passando o dedo no canto da minha boca limpando, provavelmente, os resquícios de sorvete.

Dou um sorriso e me aproximo dela a beijando. Um beijo muito gostoso, por sinal.

— Gosto de chocolate. - digo e caímos em gargalhadas.

— Ayla: Shh, shh! Vamos acordar os outros. - diz ainda sorrindo e apoiando a cabeça em meu ombro. Estávamos mais perto.

Nos relaxamos e continuamos a comer o sorvete em um silêncio confortável. Nesse tempo, percebi que gosto de ficar em silêncio com Ayla. Na verdade, ter a sua companhia é maravilhoso, não importa se estamos conversando ou não.

As vezes, quando dormimos juntos, eu acordo e fico a observando dormindo. Pode parecer meio lunático, eu sei, mas é bom observá-lá relaxada em um sono profundo; observar seu rosto angelical e memorizar todos os traços de seu rosto.

A verdade é que eu gosto de observar Ayla. Cada movimento, cada coisa que ela faz é bom de ver. Ayla é uma daquelas pessoas que você gosta de ficar observando, não importa o que esteja fazendo.

Saio dos meus pensamentos assim que a luz volta. Ayla me olha e dá um sorriso, eu retribuo.

Guardamos o sorvete no congelador e voltamos para o meu quarto.

Fecho a porta e agarro a cintura da loira.

— Dorme comigo hoje. - peço enquanto solto beijos em seu pescoço e clavícula.

— Ayla: Não precisa pedir duas vezes. - diz puxando meu rosto e selando nossos lábios em um beijo calmo e gostoso.

Nos separamos, prontos para dormir e só agora percebo que ela estava com o meu moletom roxo que eu procuro a tempos. E pensando aqui, combina bem mais com a minha garota, com a minha namorada, por isso não comento nada, e muito menos a cobro para me devolver depois.

Nos ajeitamos na cama e adormecemos.

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𝐅𝐀𝐌𝐎𝐔𝐒, 𝐃𝐲𝐥𝐚𝐧 𝐎'𝐁𝐫𝐢𝐞𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora