Capítulo 3

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   Quando as memórias da minha primeira vez arruinada chegaram a minha mente, não consegui me concentrar por mais de três minutos antes de abrir os olhos e me assustar com o choro desesperado da doutora. Seus olhos arregalados estatelados estavam totalmente pretos e uma fumaça preta como uma neblina rodeava nós três.
   Deimos era a origem da neblina, seus olhos, que quando se materializavam para mim como amarelos felinos, também estavam totalmente negros, e seu sorriso cruel voltado a ela. Eu o toquei no braço sem saber se iria conseguir, mas funcionou.
   Quando sentiu meu toque, imediatamente seus olhos e os de Cissa começaram a voltar ao normal e ele se liquefez nas sombras. Voltei meu rosto a mulher na minha frente que me olhava como se fosse a primeira vez que me visse e disse espantada enquanto mais lágrimas rolavam pelo seu rosto :
- Como fez isso Agnes ?
- Fiz isso o que ?
   Ela olhou ao redor e viu que se encontrava em um hospital psiquiátrico, tudo oq dissese seria considerado loucura, e ela sabe disso porque tudo o que eu disse foi considerado loucura, nada iria mudar se lutassemos sozinha contra o famoso e poderoso doutor Paulo sozinhas. Ela limpou suas lágrimas e se recompôs o máximo que pode, pegou suas anotações, e com a mão na maçaneta se virou e disse antes de abrir a porta :
- Vou tentar me tornar sua psicóloga, eu prometo.
- Não prometa algo que não irá cumprir.
- Jura que tentarei, não vou desistir.
- Vai acabar sendo demitida.
- Não me importo, não mais.
   Com isso ela saiu do meu quarto andando calmamente fingindo que nada tivesse acontecido.
   Me levantei e fui deitar em minha cama, Deimos estava sentado nela com as costas apoiadas na cabeceira, me deitei ao seu lado de costas a ele e me cobri com minha cobertas quentinhas pretendendo nunca mais sair de lá.
   Por mais que estivesse deitada, o sono não vinha, e a sombra humana ao meu lado percebeu.
- Não pode dormir sem jantar, e não está nem com sono, devia fazer alguma coisa para relaxar a mente e  corpo.
   Me virei de barriga para cima para poder olhá-lo sentado ao meu lado.
- Tipo o que ? Não estou afim de fazer nada agora.
   Em um rápido movimento ele colocou uma de suas mãos ao lado de minha cabeça e aproximou seu rosto do meu. Seu outro braço estava flexionado segurando o peso de seu corpo que quase encostava no meu. Fiquei paralizada, mas diferentemente como acontecia com Paulo, não fiquei aterrorizada pelo medo, e sim pela nova sensação e ansiedade por o que ele iria fazer.
- Uma massagem - a quebra de expectativa deve ter ficado óbvia em meu rosto, pois seu sorriso sarcástico e malicioso aumentou ainda mais - O que diabinha ? Estava esperando algo mais relaxante ?
- Não, uma massagem está ótima.
   Logo quando ele sai de cima de mim, me sento na cama e fico de costas para ele, meu rosto queimando de vergonha. Suas mãos passeiam por meus ombros e costas e por incrível que pareça, a malícia foi sumindo aos poucos e fui relaxando até um sono tranquilo apoiada em seu peito.

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⏰ Última atualização: Mar 17, 2022 ⏰

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