𝓥𝓲𝓻𝓽𝓾𝓸𝓾𝓼 🍎 ⟬pjm+jjk⟭

❦ Rendido ao Pecado ❦

Sempre pensei que meu corpo jamais voltaria a sentir alguma coisa.

Minha essência espiritual me permitia apenas sentir reflexos das sensações de outras pessoas ao meu redor.

Parando para pensar, antes mesmo de ser nomeado um guardião, minha alma desconhecia tais sensações.

Eu era um desencarnado, mas quando recebi minha graça abdiquei de todas as lembranças de minha vida na terra.

Mas obviamente, ter encontrado com Jimin justamente no dia em que eu voltei para a terra, para mim foi como coisa do destino, fazendo nossas vidas se cruzarem.

Mas eu não me culpava por sentir tais sensações.

Sei que deveria, mas não me culpava.

Para falar a mais sincera verdade, eu estava gostando.

Tudo era novo para mim.

As sensações que ele despertava em mim, o gosto de seus lábios, a forma como nossos corpos se encaixavam tão bem juntos.

Juro que por um instante o pensamento que fui criado da mesma costela que ele, me passou pela cabeça.

Sim, sabemos que cada pessoa possuí em sua vida o par perfeito, aquele que se originou da mesma carne ou costela no dia que foi criado.

Mas claro, que são separados antes de encarnar na Terra, porém, suas batalhas serão as mesmas e eles têm que lutar até poderem estarem juntos novamente, como um só corpo e uma só alma.

As duas metades da mesma moeda.

Mas claro, durante a minha vida na Terra, escolhi viver sozinho.

Escolhi o caminho da auto descoberta e elevação espiritual, assim, reneguei todo e qualquer sentimento que meu corpo ousasse querer sentir.

Eu me recolhi em um mosteiro longe de todo prazer que o mundo oferecia e até o dia que minha vida findou na Terra, eu achava que era feliz.

Talvez tenha sido.

Mas bastou encontrar Jimin, para eu entender que eu não sabia de nada na verdade. Quando ele me tocou da primeira vez, julguei tudo que sentia como sendo sentimentos nascidos unicamente por ele ser o pecado da luxúria.

Todo desejo que havia acordado em meu corpo, como sendo reflexos dos desejos nascentes dele.

Mas agora aqui deitado em sua cama sob lençóis de seda olhando para o homem relaxando dentro daquela banheira que eu nem sei de onde surgiu, vejo que tudo que senti e sinto advém de meus próprios sentimentos, meus próprios desejos.

Como se sentisse o peso de meu olhar sobre sua figura, vejo ele abrir os olhos e os mirar em mim. A sombra de um sorriso fazendo o canto de seus lábios se erguerem antes de ele erguer uma mão e com o dedo indicador, me chamar para lhe fazer companhia.

E eu vou.

Me levanto sem me envergonha da minha nudez e caminho em sua direção. Quando mergulho meu pé na água a percebo morna, o cheiro que a permeia são de rosas vermelhas e sândalo.

Ando lentamente até estar na frente do loiro que me olha ali debaixo com íris vermelhas, estas que entregam todo desejo que sente por mim e eu, sinto minha pele se arrepiar apenas com o peso de seu olhar desejoso.

Suas mãos sobem por minhas pernas traçando um caminho de fogo que me faz automaticamente morder meu lábio.

Eu o desejo, tão unicamente a ele, e não é apenas algo que reflete os desejos de seu pecado, eu amo todas suas nuances.