Outro dia começava corrido, mas também nublado pela forte chuva que viria em minutos para a cidade de Nova York. E, para Charlie, Tanner e Violett, isso era péssimo, principalmente pelo que estavam prestes a fazer.
— Pelo deus grego! Isso realmente tinha que acontecer agora?! — Tanner esbravejou aos quatro cantos, encolhido dentro de seu enorme casaco preto, ao ponto de estar coberto do quadril aos pequenos e ralos fios de seu lábio superior. Era extremamente friento e isso era complicado. — Estamos esperando por isso a semana inteira! Até a Violett teve a decência de aparecer aqui! — disse ainda indignado, ignorando o olhar psicopata de Violett em suas costas.
Em partes, ele não estava mentindo, a escola em que o trio estudava havia prometido um passeio pela Oscorp, uma das maiores, se não a maior, de todo o mundo pela sua tecnologia insana e útil e ciência ao nível de cientistas históricos. Embora Norman Osborn, fundador da empresa, já tenha partido para a melhor, e seu filho, Harry, também já não estivesse entre os vivos, o sucessor de ambos, Stanley Osborn, era o novo dono das empresas e era excelente em tal cargo.
Sem contar o detalhe do mesmo ser o melhor amigo de infância de Charlie, por sinal a mesma se encontrava ansiosa mais por aquilo, fazia bastante tempo que não via o, agora, homem de negócios. Ambos se conheciam desde que ainda usavam fraldas, já que os pais da garota, Alice e Sean Crawford, eram cientistas da Oscorp, e grandes amigos de Norman e Harry, ao ponto da Crawford mais nova e seus tios terem sido "mantidos" pelos Osborn por um tempo até que estivessem aptos para poderem se manter.
Mas, depois da morte de Norman, e de Harry anos depois, Stanley não foi o mesmo de antes ao ponto de que havia terminado as amizades, e o namoro, que tinha na época, embora sua amizade com Charlie ainda estivesse de pé por insistência da própria. Entretanto, com seu novo posto no lugar do pai e avô, e outras razões, ambos pararam de se falar, mas a amizade ainda residia ali.
E Charlie tinha a missão de a trazer de volta.
— Talvez eu me arrependa de ter vindo. Feliz? — Violett respondeu depois de estourar a bolha de seu chiclete de frutas vermelhas, sua expressão claramente dizia que estava odiando estar ali e que preferia a banca de revistas de seu pai. — Eu juro por deus que se esse maldito ônibus não sair daqui eu vou embora.
— Não vai embora, por favor — Charlie ficou na frente de Young, assim que a morena fez a menção de sair do pátio em frente à escola, onde sua turma esperava pelo ônibus. — Se ficar eu te pago um café gelado e o que quiser.
— Ganhou minha atenção no café gelado — Young sorriu, estava tirando uma com a cara da outra. — Estou brincando, boba. Claro que eu vou nesse passeio. Esqueceu que eu quero ser a mais nova cientista do mundo?
— E como você quer fazer isso faltando quase todo dia, gênio? — questionou Tanner desconfiado, tirando o capuz de sua cabeça e cruzando os braços, o queixo quase encostando na clavícula enquanto olhava para Violett, já que essa era mais baixa.
— Que bom que perguntou. É assim — sorriu a garota com leve cinismo e em seguida, para o seu susto, um soco levemente forte foi acertado no nariz de Tanner, o fazendo urrar de dor já que o mesmo estava se recuperando de ter quebrado semanas antes. E a outra sabia bem disso. — Socando quem fica tirando com a minha cara — sorriu orgulhosa enquanto se afastava, deixando o mesmo incrédulo e com a mão no nariz machucado.
— Ei! — falou ele fanho e com certa dor, fazendo Charlie rir. — Não ria e me ajude!
— Foi mal cara, mas você mereceu — ela negou com a cabeça enquanto ia com o garoto até a enfermaria, que ficava no lado de fora da escola.
No mesmo espaço de tempo onde Tanner era atendido pela enfermeira dentro do local, Charlie o aguardava no lado de fora e vendo o ônibus escolar ainda parado na frente da escola, onde o motorista e o diretor discutiam de longe sobre irem até a Oscorp ou cancelarem o passeio por conta da chuva forte, que parecia não ter planos de parar tão cedo.
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Spider-Girl
FanficCharlie Crawford passava por vários bocados. Todos sempre ruins e com consequências devastadoras. Viver com os tios desde os primeiros meses de vida devido a morte dos pais nunca foi tão desafiador, mas ela teria que lidar com aquilo sozinha. Ela só...