Capítulo 11

1.9K 188 25
                                    

ALEMÃO

Se tem uma coisa que eu odiava era brigar com a minha mãe, primeiro por que eu nem podia responder e segundo por que eu sempre ficava meio pá com isso. Parei o carro em frente ao bar e sentei na mesa, não demorou muito pra ele aparecer com uma cerveja e torresmo.

- eai, como foi lá?

- uma merda, nois só brigou e o máximo que consegui fazer foi bater a cabeça dele na parece - falei

- Felipe olha aqui

- o que foi?

- você usou alguma coisa?

- nada demais, só pra me manter acordado na estrada

- tá viciado agora porra?

- não tô viciado, o que eu mais vejo é droga então se eu fosse viciado eu já tinha tido uma overdose faz tempo - falei

- e a menina lá? Como estão? - ele diz - vi ela saindo do carro, muito bonita

- bem, mais o menos - falei bebendo - nois briga o tempo todo

- não consegue resolver isso né, já falei que não dá pra ficar só nessa sua pose esperando que as coisas se resolvam sozinhas - ele diz - conversa com a menina

- me chamou pra ficar dando sermão é?

- não Felipe, mas não dá pra você ficar desse jeito pro resto da vida.. amar também é sacrifico

- tá, tá, tá - falei comendo torresmo - e aqui? Como tá as coisas?

- tudo na mesma, o bar tá indo bem e aqui é sossegado

- tá gostando pelo menos?

- já to nessa a um tempo né, acostumei

- a gente vai vendo o que dá pra fazer - falei - vou indo nessa antes que as duas lá armem alguma coisa

- vai voltar pro Rio hoje?

- sei não...

- Felipe, respeita a sua mãe, conversa e se abre com a sua namorada, fica esperto com as pessoas a sua volta, faz só o seu corre e saí de perto das drogas, dos buchinhos e das conversinhas daquele morro - ele diz - se essa é a vida que você quer, toma cuidado por que nem eu nem a sua mãe vai te visitar na cadeia

- mais algum conselho pai? - perguntei

- acho que você se vira só com isso

- se precisar de qualquer baguio me ligar

Meu pai concorda e depois de me dar um abraço entro no carro e dirijo até Sorocaba. Assim que entro na casa da minha mãe vejo que ela tá conversando com a Larissa, vou até a cozinha faço meu prato e sento no sofá. Alguns minutos depois o Rafael entra correndo

- oi Felipe - meu irmão me abraça

- tava aonde menor?

- mamãe deixou eu dormir na casa do meu amigo - o Rafael falou

- claro que ela deixou - falei

- tia Lari!!! - meu irmão foi abraçar a novinha que pegou ele no colo

- oi Rafa, você tá tão bonito com essa camisa do Batman - ela diz e vejo minha mãe me chamando

- pode falar - falei entrando no quarto e fechando a porta

- não quero que você entre aqui batendo nas pessoas se achando no direito, essa é minha casa e você é meu filho! Eu te amo mais que tudo nessa vida e você sabe mas eu exijo respeito - ela diz - eu sou a sua mãe e você não vai falar comigo do jeito que você quer, entendeu?

- entendi, mas fala pra mim, eu trato como o cara de bate em tu? - perguntei bravo - quer que eu abrace ele, chame ele de pai, tome uma cerveja com ele

- você só tem que respei..

- respeitar? Tu não tá me pedindo respeito pra um lixo desses - falei -tu sabe que eu não tenho sangue de barata muito pelo contrário, tenho o sangue quente e não vou deixar homem nenhum levantar a mão pra tu

- e você vai matar ele Felipe?

- não, por respeito a você e ao Rafael - falei - e tu devia ter um pingo de respeito por si mesma e nunca mais deixar esse lixo pisar aqui

Sai do quarto e vi a novinha brincando com o menor, tomei um banho gelado e percebi que a a onda da cocaina tava passando. Já tava me batendo um sono.

- vai querer ir embora?

- você que sabe Felipe - novinha fala sem me olhar

- vai ou não?

- você tá bem pra dirigir? Ou vai apelar?

- tô suave

- olha aqui - ela diz chegando mais perto e segurando meu rosto

- tá caindo de sono

- tu virou médica agora é caraio

- Vai dormir um pouco vai Felipe depois a gente conversa - ela diz

- vamo lá no quarto

- tá loko Felipe? A gente tá na casa da sua mãe

- pra conversar loka - falei rindo

- vai dormir vai alemão, depois a conversa

A.N.A.R.C.O.S IIOnde histórias criam vida. Descubra agora