Capítulo 58

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LARI

A gente se despede com um beijo e eu entro em casa, dolorida, muito dolorida. Tomo um banho e vejo que a Lua tá acordada mexendo no celular, Matheus já tava dormindo.

- voltou já virgem Maria? - ela pergunta com deboche

- não sou mais Virgem - falei

- você deu pra ele? - ela pergunta chocada e eu faço que sim - puta merda! Me conta tudo

- ele é muito bem dotado - falei - você tava errada

- ele é rato de academia né, pensei que fosse pequeno - ela diz e eu - era maior tipo, maior que do alemão?

- maior que do alemão - falei e ela me olha chocada

- gata vou estourou! Superando o alemão com um gato dotado e com dinheiro

- é sim - falei sorrindo

- mas pelo visto nem um pau grande te deixa feliz né - Luana diz e eu dou risada

- claro que deixa

- então por que tá com essa cara?

- que cara?

- a cara, tô tentando superar mas não superei

- eu só sentei nele uma vez tá, calma - falei revirando os olhos

- tudo bem, mas era grande tipo..

- tipo, não cabia na boca - falei e ela me olha boquiaberta - agora para de falar de pinto que preciso dormir

- até parece que vai conseguir dormir - ela diz

- vai se lascar Luana - falei e ela ri

Deitei na cama e a Luana tava certa, não conseguia dormi de jeito nenhum. Pensando que tive uma noite boa mas que infelizmente ainda não apagavam aquela maldito da minha cabeça. Eu gostava do Tadeu, ele autêntico, sincero e engraçado. Mas eu tinha medo de machucar ele estando presa a uma pessoa que me magoou.

Fui dormir tarde da noite mas no outro dia resolvi fazer tudo inclusive arrumar minhas coisas pra ir pra São Paulo, eu queria ver meu pai e queria que ele conhecesse o Matheus. Sei que ele ia adorar mas só de pensar me explicar tudo pra ele me deixava com dor de cabeça.

Comprei as passagens de ida e fui no hospital tentar um atestado pro Matheus quando ele chegou mas só consegui 4 dias fingindo que o mesmo tava gripado tadinho. Arrumei tudo que precisava, Luana não quis ir comigo disse que preferia ficar. Que fogo no rabo. Me despedi do Tadeu antes de ir também mas nada muito prolongado.

Fomos de ônibus mesmo e eu cheguei em São Paulo no fim da tarde e como era de se esperar meu pai já tava me esperando na rodoviária. E quando vê o Matheus me olha chocado, seriam duas semanas muito longas. Mas mesmo assim fui correndo abraçar meu pai.

- Larissa, filha, você tá linda - ele diz e eu dou risada

- realmente você parece horrível - ela diz e eu concordo

- meses difíceis mas tô me recuperando - falei - pai esse é o Matheus!

- seu filho?

- adotivo, mas sim - falei - Matheus da oi pra meu pai

- ele é um bicho do mato igual a você - meu pai diz vendo ele de esconde atrás de mim

- não fala assim, ele só não te conhece

- vamos pra casa, temos muito que conversar

- tô fodida né - falei revirando os olhos

- olha a boca Larissa!

- desculpa!

Entramos no carro e ele foi me falando da vida dele, o bebê tava a coisa mais linda ele disse e confesso que já queria pegar ele no colo. Mas não tava não animada assim em ver a vaca na mulher dele. Assim que chegamos na casa dele ouvi um choro de criança e fui direto atrás desse som deixando as mochilas na sala mesmo. E vejo a Marta trocando o Lucas, que logo para de chorar.

- quer pegar ele? - ela me pergunta

- posso? - perguntei e ela faz que sim - ele tá muito lindo

- seu pai diz que é a sua cara - ela diz - eu também acho

- não sei dizer - falei sem graça e descendo as escadas com ele e sentando no sofá - olha o neném Matheus

- quem é? - ele pergunta

- seu tio - falei e ele olha estranho

- tio?

- sim, tio - falei rindo

Logo o menino deita no sofá pra assistir uns desenhos e meu pai me chama pra cozinha, me oferece uma cerveja mas recuso por que estou com o neném no colo.

- agora conta tudo que aconteceu - ele diz

- te contei já pelo telefone - falei

- você e o Felipe terminaram mesmo? - ele pergunta e eu faço que sim - e você tá bem com isso?

- tô bem - menti

- filha...

- ainda dói pai, por que eu amo o Felipe mas algumas coisas não são pra ser - falei - eu tô vivendo a minha vida, e até encontrei uma pessoa, eu to bem

- você tá tão bem que adotou uma criança?

- sim pai, o Matheus era uma criança necessitada e eu queria ajudar além do mais.. eu adoro ele - falei - se eu posso fazer mais por alguém que precisa, por que não fazer?

- por que é uma responsabilidade enorme ter um filho

- você tem 3 - falei - e sinceramente, eu tô gostando da minha vida agora

- mesmo doendo em você?

- mesmo doendo muito em mim - falei

- eu não consigo nem ficar bravo com você, só me encho de orgulho!

- te amo pai

A.N.A.R.C.O.S IIOnde histórias criam vida. Descubra agora