Capítulo 92

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LARI

Os dias passaram muito devagar mas finalmente eu relaxava no sofá do meu pai enquanto a Marta brigava com ele pra limpar o pé antes de entrar em casa. Eu tinha feito o exame de sangue que naquela época confirmava que eu estava de 7 semanas já. Claro que agora, eu já tava com mais e a minha barriga apesar de pequena já estava durinha é redonda.

Eu estava amando a mordomia do meu pai, ele falou por dias no meu ouvido sobre estar grávida do Felipe e me deu um puta sermão mas nem ele podia negar a felicidade de ser avô. Então depois de maratonar a série do chucky, que o Matheus se recusou a ver comigo porque ficou com medo, fui até a cozinha.

- o que você quer comer agora? - a Marta pergunta rindo

- eu nem ia comer nada - falei pegando uma maçã

- eu tô vendo - ela diz e eu dou risada

- mas assim, sabe o que eu queria muito comer - falei

- o que Larissa?

- carne de sol - falei

- claro querida, eu vou ali na Bahia e volto rapidinho tá - ela diz e eu dou risada

- besta! Mas eu queria um arroz de forno com bastante pressinto e queijo, carne de sol bem temperada igual meu pai faz, com uma farofa com bastante bacon dentro e salada de maionese com bastante azeitona - falei e ela me olha incrédula - e uma torta de limão bem azeda

- Felipe tá lascado, pelo amor de Deus - meu pai diz entrando na cozinha

- tá nada, ele banca - falei dando de ombros

- mais algum desejo vossa senhoria? - a Marta pergunta

- na verdade eu tenho, no natal a gente podia comprar um chester né e cozinhar igualzinho aqueles da tv - falei - aquele comercial da Ivete Sangalo me dá água na boca

- é mas você não é a Ivete - meu pai diz

- nossa, que espírito de natal hein - falei - deixa eu ir antes que seja contagioso

Subi pro quarto e logo depois fui tomar um banho quente, eu tô a tanto tempo no rio que as vezes me esqueço como São Paulo tem um tempo doido. Até a tarde eu estava morrendo de calor e agora estava com frio, mas ainda sim, me sentia em casa aqui.

~❤️~

E meus dias eram fofocar com a Marta, brincar com o bebê (treinar né) e conversar com meu pai, que dava mais atenção pro Matheus do que pra mim. Na véspera, eu passei o dia todo cuidando de mim, hidratei o cabelo, fiz skin care e fiz a sombrancelha.

A noite eu tomei um banho, liguei pra Luana mas a mesma não me atendia de jeito nenhum o que me deixou puta. Afinal, eu não queria que ela passasse o natal sozinha já que ela não conhece muitas pessoas no Rio de Janeiro.

Fiquei um tempo ali pensando em que roupa usar, eu ia passar o natal no sofá de casa mesmo, então optei por um shorts branco, um body vinho frente única e uma sandália vermelha. Me maquiei e depois de passar perfume fui dar banho no Matheus.

E ele tava todo exibido com uma polo da Lacoste azul que meu pai deu pra ele.
Depois de tentar falar com a Luana uma íntima vez, desisti. Essa safada deve estar dando. Mas assim que desço pra sala fico besta em ver ela conversando com meu pai e brincando com o bebê. Logo que me vê, vem correndo me abraçar.

- o que você tá fazendo aqui? - perguntei

- tô super feliz em te ver também - ela diz revirando o olho - mas seu pai me chamou

- ainda bem que veio - falei

- eu trouxe presentes - a Luana diz e entrega uma sacola pro Matheus - esse aqui é pra você Theus

- obrigada tia Lua - ele diz abraçando ela

- esse é pra esse bebê lindo - ela diz entregando a sacola pra Marta e da um beijinho na mão do Lucas

- e esses são seus - a Luana diz me entregando umas sacolas

- nossa, tudo isso - falei

- eu te dei um, a Andréia te mandou outro e bom... - a Luana diz - o outro é do alem...Felipe!

- como ele sabe que você ia vir pra cá? - perguntei

- lockdown - ela diz com ironia e eu entendo

- vai logo Lari, abre isso - a Marta diz

Abri a sacola que a Luana me deu e fiquei completamente besta em ver um body branco de bebê com uns detalhes vermelhos e preto escrito "meu coração é tricolor e da mamãe". Eu amei. Já a sacola da mãe do alemão era de toda rosinha e era de se esperar que tinha um vestido vermelho cheio de joaninhas e bebados.

Eu quis infartar de tanta fofura. Por fim, o presente do alemão. Uma caixinha azul, com um conjunto azul escuro com uns carros vermelhos. Literalmente a cara do pai o conjunto. Eu fiquei tão emocionada e bobina naquelas roupa que nem sei dizer, e pra minha surpresa tanto a Marta quanto meu pai cozinharam tudo que eu perdi. Menos a carne de sol, mas só isso bastava pra me deixar feliz.

Antes da meia noite eu subi pra guardar os presentes que a Luana trouxe e antes de abrir os presentes da árvore, decidi ligar pra ele.

- eai - ouvi a voz do alemão do outro lado

- oi - falei

- aconteceu alguma coisa?

- não, - falei - milagre não tá bebado, pensei que essa hora já ia tá no baile

- e me ligou mermo assim?

- pois é - falei - liguei pra agradecer a sua mãe pela roupinha, é a coisa que mais linda que já vi

- é porque não ligou no celular dela?

- é uma boa pergunta - falei e ouvi o deboche do outro lado - se acha muito não, eu ia ter que falar com você de qualquer jeito

- vai me contar que história é essa do Yuri te ameaçar?

- isso faz tempo já

- não interessa - alemão diz

- depois que tu voltar da casa do teu pai, tu vem pra cá

- tenho escolha?

- não, nois tem um acordo!

- eu tenho que parar de fazer acordos - falei resmungando

A.N.A.R.C.O.S IIOnde histórias criam vida. Descubra agora