Música sugerida: State Lines - Novo Amor
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POV ÁUREA
– Precisamos ir - digo à Lilly após um breve momento. – Ele descobriu. – meu peito começa a se apertar. Estou me sentindo sufocada.
O momento finalmente está mais próximo do que nunca. Eu decididamente irei enfrentar meu pai hoje.
Que Hela esteja comigo.Lilly se levanta do chão assombrosa.
– Ele? – ela pergunta.– Pimeys. – sinto um nó sufocar minha respiração. – Está na hora de todos vocês saberem suas posições nessa batalha. – digo tomando rumo novamente para a sala de jantar, sem dar a Lilly uma chance de me rebater.
Noto que ela vem atrás de mim enquanto adentro o cômodo.Todos os presentes levantam seus olhares para mim, frustrados.
Provavelmente não gostaram de terem sido presos ao chão. Os liberto com um aceno de mão.
Fred se levantar de sua cadeira com o olhar apreensivo.
Me direciono para Peter, que se coloca de pé.Toco em seu ombro e me aproximo da lateral de seu rosto.
– Cavalo na E5 – sussurro ao pé de seu ouvido. Ele me olha assustado mas acena em concordância em seguida. Me retiro do seu lado e me ponho em pé no lugar que estava sentada mais cedo.
Vejo Peter lançar um olhar significativo para Remus, que balança a cabeça minimamente sem que os demais notem o quê está havendo.
Me sento à mesa. Puxando ar para meu peito noto que uma ansiedade toma conta de minhas entranhas. Como poderei ser sincera com todos eles?Eu não sei como lidar com a total e inteiramente verdade. Sempre sobrevivi de meias verdades. É elas que mantém seres como eu indestrutíveis por tantos séculos. A vulnerabilidade é nossa fraqueza. Minha ruína.
Meias verdades sempre foi meu lema. Não tinha objeções contra elas. Mas isso foi antes, já que foi assim que consegui levar dois dos irmãos Peverell. Mas em minha defesa eles me desafiaram.
Porém agora essas almas aqui presente necessitam de mim. Eu preciso deles.
Todos eles precisam da minha verdade, principalmente eu.Olho para seus rostos que suplicam que eu diga algo. A expressão de Peter está idêntica ao do dia em que ele me perguntou se eu os sacrificaria sem hesitar para vencer este jogo.
Sinto meus olhos pesarem de tristeza.
Sei que talvez um dia enquanto caminharei na eternidade irei me arrepender de minhas próximas ações. No entanto, jamais me arrependerei deles.Peter não entende. E por um tempo apenas concordei com suas falas para que ele continuasse a não entender.
Porém em minha própria mente, posso estar aberta à sinceridade.
Ele não entende. Eles não são meus sacrifícios, eles são minha salvação.Um sorriso de canto se forma em meus lábios.
Está na hora de fazer algo grande, Áurea.Áurea.
Áurea.
Áurea.Quando Nerthus me apresentou este nome, e me disse que seria um bom disfarce nesta terra, abracei sua ideia.
Porém agora parece tão errado.Meu verdadeiro nome é Tenebris. Nunca me pareceu agradável ter um nome associado à escuridão mesmo antes de me tornar quem sou.
Áurea simboliza a luz. Porém agora me parece errado me apossar de tal nome.
Eu não represento a luz. Estou muito longe de ser a parte esclarecedora de quem me cerca.Mamãe sempre me disse que Tenebris nasceu para ser meu nome.
Ouvi-a dizer inúmeras vezes: Você não é Tenebris. Tenebris é você, minha filha.
Você é a própria escuridão.
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Hiraeth - The Comeback
FanfictionPara alguns bruxos vivos o seu destino final já está pré-determinado pela sua própria avaliação de suas ações em vida. Mas quando não se há tempo de rever suas atitudes e a morte te encontra antes, existe um destino para essas almas com excesso de p...