Capítulo 1

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E lá estava eu. Na minha mesa, na sala de aula, olhando pra ele, e refletindo um pouco.

Por que será, que eu não consigo deixar de ama-lo?

Dylan sempre teve esse efeito sobre mim. Seu toque, seu cheiro, seus olhos, ah... Aqueles olhos cinzas, eu me perdia neles, cada vez que se encontravam com os meus, e o pior de tudo é que por mais que me diziam, por mais que eu visse, por mais que eu soubesse que isso nunca iria dar certo, eu continuava a quere-lo. A deseja-lo. A amá-lo.

Logo depois da aula de anatomia ter acabado, ele vinha na minha direção, e enfim, chegou ao meu lado.

-Oi.

-Olá.

-Vai ficar assim comigo até quando?

-Até você parar de agir infantilmente. -Respondi, chegando pro lado.

-Mas, amor, não fui eu, por favor, aquilo não vai se repetir, eu prometo. Me desculpa, vai?

Dois dias antes, Ashley tinha dado em cima de Dylan e eu fiquei muito chateada por ele não ter colocado limites nela mas, essas palavras...

-Vou pensar a respeito. -Falei, tentando soar séria.

(Silêncio)

-Vai fazer o que hoje à noite?

-Ficar em casa. Assistir algum filme.

-Posso ir junto? Levo comida.

Será que a intenção dele era essa mesma? Dylan pensou o mesmo que eu. Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.

-Sei que está brava comigo e odeio quando isso acontece. Quero me desculpar, por favor. Posso ir?

-Está na hora de parar de fazer isso, não acha? -Respondi secamente.

-Fazer o que? -Maldito sorriso.

-Isso aí. -Faço uma pausa. -Está bem, pode ir. Mas nós vamos assistir filme. Nada mais que isso. Espero que se comporte.

-Tá... Eu amo você, Luce.

Fiquei quieta por uns instantes, será que ele sabia, pelo menos o significado dessa frase?

-Por favor, diz que não parou de me amar. -Percebo ironia em sua pergunta.

-Acha mesmo que eu conseguiria?

Fiz o clima ficar meio sério, com a última pergunta.

-Você tem se afastado ultimamente. Tenho medo de te perder... Por favor, não me deixe. -Havia preocupação em seus olhos.

E chegou a hora de ir pra casa. Levantei para guardar meus cadernos e ele me puxou.

Quando dei por mim, ele pressionava seus lábios contra os meus. Buscando por mim. E eu retribui. Foi um beijo doce, e ao mesmo tempo intenso.

E nos afastamos. Ele me olhava, como se esperasse uma resposta.

-Eu também amo você. Não teria coragem de te deixar. 

Eu estava chorando. Inferno.

-Por favor, não chore por minha causa -Disse ele, segurando meu rosto entre as mãos. -Eu só... Quero viver com você pra sempre... Não fique assim, por favor, eu te amo.

Me recompus alguns instantes depois.

-Vamos logo, era para estarmos no portão.

Ele sorriu.

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