Acordo com a luz da manhã iluminando o quarto.
É dia de aula, penso. O que me faz lembrar que tenho que me vestir e ir pra faculdade.Decidi entrar para Universidade de Nova York no meu aniversário de dezessete anos. Meus pais me ajudaram com tudo. E com "tudo" eu me refiro à toda grana que eu iria pagar. Queriam isso tanto quanto eu.
Dois anos após eu entrar pra universidade, eles se separaram. Minha mãe se mudou para o sul da Geórgia e meu pai continuou em Seattle. Realmente não queriam mais ver a sombra um do outro.
Dada às circunstâncias, eu entendo totalmente. Ele a traiu, minha mãe descobriu e trepou com um cara quase da minha idade e garantiu que meu pai visse a cena.
No começo, me senti mal, mas sabia que cedo ou tarde, isso iria acontecer. Eles viviam brigando. Mamãe chegou a atacar pratos nele quando soube da traição.
Resumindo: Papai pegou uma muda de roupas e foi para casa de minha avó.
Busco por meu celular e me deparo com um bilhete em cima da mesa.
Bom dia. Acordei mais cedo, pois tinha algumas coisas pra fazer. Espero que estejamos bem um com o outro. Até a aula. Eu te amo. Beijos.
Ele havia pedido tantas desculpas desde que fiquei puta da vida. Já passamos por tanta merda e ele veio se arrepender tanto agora?
Eu sabia que isso era ruim, eu sabia que ele, independente de quantas vezes jurasse/prometesse, ele não iria mudar. Uma pessoa só muda por ela mesma, nunca por terceiros. Nem todo sentimento do mundo muda alguém.
E sinceramente? Eu sempre quis que ele mudasse por ele mesmo. Lutasse pra ser alguém melhor pra si, e não pra mim.
No final das contas, somente nosso amor por nós mesmos nos salva.
Levanto para tomar café. Olho no relógio por volta das 6h34min. Puta merda, a aula de sociologia. PUTA MERDA.
Decido que o mais rápido a se fazer agora é prender o cabelo num rabo de cavalo e vestir qualquer jeans do guarda-roupa.
❁❁❁
Já na faculdade, vou direto ao meu armário que fica ao lado de um bebedouro e procuro pelos livros que vou usar na aula.
Assim que os acho, parto em direção à sala, mas dou de cara com uma garota loira.
-Olá.
-E aí. -Sorriu.
-Nova por aqui?
-Sim, e você?
-Porra nenhuma. -Respondo sorridente. Me sinto confortável com ela. -Sou Lucinda.
-Alice.
-É o nome da minha mãe. Ela é graciosa, porém está na Califórnia, então eu meio que tento deixar pra lá o sentimento de abandono, para não ter que chorar igual uma garotinha assustada.
Ela ri.
-Eu falo demais, desculpa.
-Sua mãe deve ser uma mulher e tanto. Já você, fala demais sim. Demais. -E Alice sorri pra mim.
Dou de ombros.
-Você se acostuma.
-Já simpatizou comigo? -Ela estreita seus lindos olhos azuis.
-Tendo em vista que eu virei uma matraca em cinco minutos de conversa, sim.
-Deus ouviu minhas preces então, fico grata. Pensei que ia ter que lidar com essa merda toda sozinha, mas vejo que não. -Ela dá de ombros. -Tenho que ir pra aula de sociologia, mas não acho a sala.
-É a minha aula também. Vamos lá.
-Olha só que maravilha.
-Até que sim, né?
Era bom ter alguém com quem conversar, desde que Emily largou a faculdade de enfermagem, eu tentei evitar amizades novas, porém não consegui evitar Alice.
-Eu tinha que comer alguma coisa. -Diz.
-Acho que tenho dinheiro na bolsa. Tem uma lanchonete virando a rua da entrada. Passamos lá, depois da aula, pode ser?
-Você sempre pensa demais assim?
-Sempre. -Respondo, passando meu braço pelo dela.
Caminhamos até a sala e ela senta na cadeira ao lado.
Ashley passa por mim, esbarrando em minhas pernas, de propósito, suponho, já que não pede desculpas e nem nada.
Além disso, um sorriso estúpido jaz em seu rosto.
Podíamos não ir uma com a cara da outra, mas pensa em uma menina. Ela é alta, seu cabelo tem uma cor tão viva, tem olhos claros. Mas enfim.
-Sinto muito por isso. -Ela sorri descaradamente.
-Tudo bem.
Se tem uma coisa que eu aprendi e muito bem, se me permitem dizer, é pirraçar alguém. Sabe quando a pessoa só fala merda atrás de merda e você vai no embalo só que provocando, o que faz ela explodir de ódio? Então.
-Hey. -Aceno para Ashley.
Ela se vira bruscamente para me olhar e eu, como uma boa garota, levanto o dedo médio com um sorriso maravilhosamente injurioso no rosto.
Ashley bufa e logo após sai a caminho do outro lado da sala antes do Sr. Montgomery começar a aula.
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Always yours
RomanceLucinda Miller encontrava-se presa em um relacionamento do passado, só que coisas mudaram, pessoas chegaram em sua vida, inclusive alguém que chamou sua atenção. [Não vou colocar muita coisa aqui porque suponho que não queiram spoilers, mas o livro...