CAPÍTULO 3

298 44 8
                                    

PDV. INGRID

Eu amo frio mas não um tão forte, ao ponto de me congelar de fora pra dentro como se fosse a porra de um picolé.

Tenho uma vaga noção de onde estou e se não fosse pelo ponto turísticos mais famoso desse país e sua língua que nem de longe é compreensiva para pobres mortais como eu.

Com toda certeza morreria no frio sem saber aonde caralho estou.

Rússia.

É nesse lugar do inferno com um frio congelante e pessoas nem um pouco simpáticas que vim me enfiar.

A minha última lembra totalmente consciente e dona do meu livre arbítrio, eu estava em Portugal cuidado de uma criança linda e fofa.

É agora que escuto a voz da minha tia neurótica dizendo que assistiu Salve Jorge (uma novela da Globo que retratou sobre tráfico de mulheres pra trabalhar em outros países como prostitutas).

Até eu assisti a maldita novela e não acredito que fui capaz de ser levada pra viver em uma situação como aquela.

Ainda mais sabendo que a pessoa que me ofereceu o emprego me conhecia desde que eu tinha 10 anos, praticamente me viu crescer e agora ela está na casa da minha família dizendo que eu morri em um acidente ou simplesmente dizendo que perdeu o contado comigo.

Que família Ingrid? Esqueceu que todos estão mortos?

Me tornei a pressa perfeita desse tipo de crime, sem ninguém pra sentir minha falta e buscar por mim.

A vida pode ser uma cadela.

Me lembro que nos primeiros 2 meses tudo estava indo muito bem, mesmo que as vezes alguns olhares do convidado da família me deixava desconfortável.

Recebia muito bem pra cuidar de uma criança de 3 anos e de todas as suas necessidades.

Era um trabalho fácil que pagava muito bem pra isso, sem falar que sempre gostei de crianças.

Tudo começou a dar errado quando um velho estranho e muito esquisito começou a frequentar a casa.

Pelo seu sotaque chutei que ela fosse da Espanha ou Itália, não sou boa com países e seus idiomas.

Com venhamos o brasileiro mal sabe o básico do português, depois disso me lembro de estar na cozinha tomando suco e quando acordei estava algemada junto com outras mulheres.

Dava pra ver o pavor e o medo no rosto de cada uma delas, sem falar de todos os hematomas e abusos que aconteciam ali na frente de todas.

Nunca ficávamos no mesmo lugar por muito tempo e nem com pessoas que falavam o mesmo idioma não por tanto tempo.

Não tínhamos como fugir ou lutar contra eles, que sempre vinham com grandes sorriso nos rosto e até cantando músicas.

Sempre de casa em casa, caminhão em caminhão, nunca parando, nunca descansado.

Não sabia mais quantos dias ou meses estava nesse lugar ou onde estava, sempre faziam o maximo que conseguem pra nós deixar perdidas e sem uma chance real de lutar por nossas vidas.

E durante várias vezes garotas era levadas e nunca mais retornavam, meninas tão jovens que talvez não passavam de 17 anos e com um destino e vida cruel.

Nem todos sobreviveram e muitas preferiram a morte do que um destino incerto, não ficava tão triste quando acordar pela manhã e outra menina tinha tirado a própria vida.

No final sentia alívio por saber que nunca iriam passar por isso de novo.

Foi quando encontrei ela pela primeira vez parecia uma animal assustado e com medo encolhida em um canto escuro e sozinha em uma perfeita bola do seu próprio corpo.

Laura tinha tanto machucados no corpo que não tinha como olhar pra sua pele sem ver um hematoma em cima dela, ficamos muito próximas e cuidamos uma da outra.

Assim como eu, ela também é brasileira e foi tirada do país com uma proposta de trabalho também em Portugal como empregada doméstica.

Não sabíamos nossa idade atual sei que quando fui levada tinha 22 anos e desde então estou aqui, provavelmente a mais tempo do que qualquer outra dessa sala pequena e fria.

Algum tempo depois uma garota foi jogada em nossa sala com cortes por todo seu corpo e sangue entre suas pernas.

Uma das meninas que conhecia a muito tempo atrás que entendia um pouco do idioma que eles falavam, me disse que virgens tem muito valor mas que eles não vão perder a oportunidade de serem os primeiros.

Bianca não parecia ter 17 anos quando finalmente acordou chorou por longos dias, não precisávamos falar o mesmo idioma pra que todas entendessemos a dor dela.

E mais um vez estamos nessa caminhão em um contêiner, é assim que fazemos longas viagens é desse jeito que sei que provavelmente fomos descobertos ou desconfiavam.

Tudo estava indo bem pra uma situação dessas quando temos que ser trocadas de lugar tudo fica tenso e eles não tem tempo pra nós olhar de forma errada.

Foi o que eu achei até ser acordada com um dele em cima de mim e pior de tudo dentro de mim.

Conseguia ouvir o choro e soluço de todas a única que não conseguia ter uma reação decente era eu.

Era como se eu estivesse morta e minha mente me levasse pra qualquer outro lugar menos esse, como se essa fosse um jeito de me proteger dessa situação.

Sentia ele dentro de mim cada vez mais forte e rápido, meu corpo balançava com cada impulso dele.

Meus olhos cheios de lágrimas e foco meus olhos na única pessoa que naquele momento me passa força e uma calma sem igual.

Laura mexia a boca e conseguia entender o que ela dizia "sinto muito tudo vai ficar bem, eu prometo".

Eu sabia que essa era mais uma das promessas que não vamos conseguir cumprir.

Quando ele acabou apenas se levantou e foi embora como se o que ele tinha feito não fosse nada, como se eu não fosse nada, sentia mãos tocando meu corpo e pedidos pra que eu continuasse de olhos abertos.

Eu só queria eu toda essa merda acabasse.

- Vamos fugir deles eu prometo....

😥😥😥😥😥😥😥
E ela vai fugir mesmo
Todas vão ter um final feliz..
Comentem a história só fica melhor se vocês participarem
O link do meu grupo de whtas na minha biografia L
á vocês ficam por dentro de tudo que acontece e o que ainda vai acontecer em todos os meus livros inclusive de novos projetos
VOTEM
😥😥😥😥😥😥😥

LR

Minha pequena guerreira L1 [Trilogia Minha Máfia]Onde histórias criam vida. Descubra agora