iii. melhor amiga

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Jungeun tinha quinze anos quando viu sua amiga com outra pessoa pela primeira vez, e Jinsoul tinha dezessete.

Desde que começaram a estudar em escolas diferentes, havia se tornado uma rotina as duas se encontrarem na árvore perto da casa dos Kim e irem juntas para casa, com sorrisos em seus rostos e as mochilas penduradas nos ombros.

Hoje não era diferente, exceto que Jungeun percebeu que Jinsoul não estava sorrindo para ela, mas sim para a pessoa com quem estava conversando, alguém mais alta que ela, mais extrovertida que ela. Alguém que não é ela.

Jungeun aperta as alças de sua mochila com força, suando muito e não sabendo o motivo de estar se sentindo assim.

— Jungie! — Jinsoul pula ao lado de sua melhor amiga enquanto a garota desconhecida a segue. — Eu trouxe uma amiga! Essa é a Sooyoung, uma amiga que estuda na mesma sala que eu!

— Oi, prazer em te conhecer. — Jungeun aperta as mãos da garota com um sorriso fraco. — Você pode me chamar de Jungeun, ou Jungie, ou o que você quiser.

— Jungeun! Finalmente! A Jinsoul literalmente não para de falar sobre você. Eu fico até me perguntando o motivo... — a próxima coisa que a menor viu foi Jinsoul cobrindo a boca de Sooyoung com as mãos, alguns murmúrios abafados ainda podendo ser ouvidos.

— Sooyoung, eu te disse que não era pra você falar isso! — Jinsoul prende a garota em um mata-leão, fazendo com que ela tenha um pouco de dificuldade ao respirar e Jungeun só observa a cena confusa, sem entender o que estava acontecendo.

— Tá, tá, eu paro! — Sooyoung dá algumas batidinhas no braço de sua amiga em uma tentativa de se render, a qual foi um sucesso visto que Jinsoul logo afrouxa seu braço e deixa a maior recuperar o fôlego.

No fim das contas, Sooyoung queria muito conhecer a garota e por isso seguiu Jinsoul até a casa dela, mesmo morando na direção oposta. Jungeun pôde perceber que Jinsoul também estava animada, a encarando com um sorriso. Elas conversaram por algum tempo, e a menor respondeu várias perguntas com muito cuidado, não querendo causar uma má impressão na garota que acabara de conhecer.

Jungeun já havia conhecido algumas das amigas de Jinsoul antes. Pelo que se lembra, elas são Hyeju, Heejin e a melhor amiga dela, que ama comer pão, Hyunjin. Contudo, essa garota a fez sentir algo diferente, uma sensação desconhecida tomando conta de sua mente e  coração.

Quando finalmente chegou a hora de ir para casa, as duas amigas acompanham Sooyoung até o ponto de ônibus mais próximo e se despedem dela. Assim que o rosto da garota sorridente não pôde mais ser visto, Jinsoul segura a mão de Jungeun, a balançando levemente conforme andam, enquanto a menor foca sua atenção nas rachaduras da calçada. Ela achava difícil se acostumar com o contato físico, e reflete sobre como seu coração bate mais rápido sempre que os mesmos são iniciados por Jinsoul.

— Desculpa por não avisar sobre a Sooyoung. Ela me disse que queria conhecer você sem mais nem menos. — Jinsoul diz, olhando para o céu calmamente enquanto andam de mãos dadas.

— Vocês duas parecem próximas até demais. — Jungeun tenta dizer como quem não quer nada, mas sua voz falha no meio da frase e denuncia suas verdadeiras intenções.

Oh? A minha Jungie está com ciúmes? — Jinsoul se aproxima do rosto da mais nova com um sorriso convencido, sua respiração acariciando a pele das bochechas de Jungeun, que sente a proximidade fazer seu coração acelerar.

— Eu não tô com ciúmes! — ela rebate, esperando que suas bochechas não estejam vermelhas demais. — É só que eu já conheci várias de suas amigas e a Sooyoung é diferente! Vocês duas são muito próximas.

Jinsoul apenas cantarola em resposta, a encarando com um sorriso ladino e Jungeun só quer se enterrar em um buraco.

Conforme a noite preenche o céu, a escuridão finalmente toma conta e os postes de luz iluminam o caminho de volta. Quando elas chegam na frente da casa dos Kim, a maior para abruptamente. Jinsoul se vira para encarar sua amiga com um olhar afetuoso, soltando sua mão que antes segurava a de Jungeun.

— Olha. — Jinsoul levanta o braço para que Jungeun possa ver a pulseira trançada confortavelmente acomodada em seu pulso, assim como na noite em que a recebeu.

— E para quê eu devo olhar especificamente? — Jungeun pergunta, observando de forma confusa o acessório que adorna o braço de sua amiga.

— A promessa que fizemos quando éramos crianças. — Jinsoul segura as duas mãos de Jungeun, entrelaçando seus dedos com carinho e se aproximando mais um pouco. Logo, a maior toma a iniciativa e faz com que suas testas encostem uma na outra, fechando os olhos suavemente enquanto Jungeun prende a respiração com o contato repentino e sente como se todo o sangue de seu corpo fluísse até suas bochechas.

— Você se lembra? Que você sempre será minha melhor amiga, não importa o que aconteça. — a garota dá um sorriso tão angelical e genuíno que faz o coração de Jungeun bater como se ela tivesse acabado de correr uma maratona, a deixando atônita e incapaz de fazer com que seus batimentos cardíacos voltassem ao ritmo normal. Jinsoul era realmente boa com as palavras e sempre sabia o que dizer para fazê-la se sentir melhor.

— Sim, eu me lembro. — Jungeun suspira e tenta acalmar seu coração, temendo que Jinsoul pudesse ouvir como ele estava batendo intensamente. — Como eu poderia esquecer?

— Eu fico feliz. Agora, se me dá licença, eu vou falar para a Soo que sou a única que pode te chamar de Jungie. — Jinsoul dá alguns pulinhos animada, enquanto Jungeun ainda está tentando se recuperar de seu estado de pânico. — Quem chegar por último na sala é a mulher do padre!

— Ei! Não é justo!

O dia havia sido agitado para as duas, e em pouco tempo a menor havia adormecido nos braços de Jinsoul, segurando com cuidado a pulseira que era a prova da promessa que detinha tanta importância no relacionamento de ambas. Antes de finalmente cair no sono, Jungeun notou como seus batimentos cardíacos estavam em sincronia, sorrindo de forma boba ao pensar nisso.

Jungeun tinha quinze anos quando aprendeu a real importância de sua promessa: como as duas iriam conhecer diversas pessoas no decorrer do caminho, mas sempre encontrariam o caminho de volta uma para a outra.

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