Desde quando conheceu Jinsoul pela primeira vez, Jungeun sabia que todos os dias com ela seriam uma aventura.
Ela só não imaginava que isso incluiria a grande aventura de se apaixonar.
ou
Em que Jungeun aprendeu a amar Jinsoul no decorrer do caminho...
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Jungeun está sentada em um banco de um parque próximo do dormitório de Jiwoo e Sooyoung, apenas observando o horizonte conforme o sol se levanta acima da cidade naquela manhã fria.
Depois do desastre daquela noite, Jungeun deixou seus pés a guiarem até o local que sabia ser sua única possível fonte de conforto. Assim, Jiwoo a encontrou em frente à sua porta, lágrimas correndo por suas bochechas e encharcando sua blusa, sem sinal de que iriam parar logo.
Sooyoung e Jiwoo não reclamaram ou questionaram nada, apenas dando um abraço apertado na garota e a deixando passar a noite ali. Jungeun não conseguiu dormir nada, passando a noite inteira chorando no canto da sala, pensando sobre tudo o que aconteceu e o erro horrível que estava prestes a cometer com Jinsoul, ação que teria deixado as duas arrependidas depois.
Ela sai silenciosamente assim que a manhã chega, deixando um bilhete no travesseiro ainda molhado com suas lágrimas, agradecendo e se desculpando, além de prometendo pagar o jantar para as duas garotas assim que as férias acabassem, como um agradecimento por terem cuidado de seu coração partido.
Jungeun está grata por ter saído cedo, pois todos ainda estavam dormindo e ela pode apreciar o nascer do sol em paz. Ela não queria ninguém a vendo naquele estado, desolada e sozinha em um parquinho, acompanhada apenas pelas lágrimas que ainda não haviam parado.
Naquele banco, Jungeun pode observar a forma que a luz do sol lentamente invade a cidade adormecida, sinalizando o início de um novo dia.
Jungeun não se sente feliz com isso, pois sabe que isso significa mais um dia longe da pessoa pela qual seu coração clamava.
Fechando seus olhos, os pensamentos da garota são invadidos por visões da noite anterior, a deixando apenas a refletir sobre todas as coisas que poderia ter feito para evitar aquela situação e todas as coisas que não deveria ter feito. Apesar de tudo, o dano já havia sido desferido e Jungeun havia fugido como como a covarde que é.
Com isso, ela também se lembra de tudo o que haviam passado juntas. Suas emoções estão todas embaralhadas e ela não sabe o que fazer. Cada uma de suas decisões e escolhas a levaram para esse caminho que destruiu completamente tudo o que ela lutou tanto para construir, achando que estava fazendo o certo.
Jungeun sabe que ela já havia perdido Jinsoul no segundo em que deixou seus sentimentos a dominarem e tomarem conta de sua mente. Ela havia estragado tudo. Cada memória que dividiam, cada aventura, cada risada, os momentos de tristeza, as emoções que compartilharam pela maior parte de suas vidas.
A garota só consegue suspirar, se recompondo antes de andar lentamente até o prédio e entrar no quarto que divide com Jinsoul, o quarto onde a deixou, para arrumar suas malas e voltar para sua casa.
Ao chegar, Jungeun vê vários calçados na entrada, mas percebe a ausência de um. Ela não consegue ver o par de tênis surrados de Jinsoul. Olhando ao redor, ela percebe que o quarto está escuro, frio e vazio, o completo oposto da noite anterior. Além disso, a garota mais velha não estava em lugar nenhum, provavelmente já tendo voltado para sua casa e família.
Jungeun suspira pela centésima vez e finalmente se põe a trabalhar, organizando suas malas o mais rápido possível até se lembrar de que ainda está usando a blusa de Jinsoul, seu cheiro inebriante se misturando ao de Jungeun com o passar do tempo.
A garota pensa sobre como deve achar um novo dormitório depois das férias, sabendo que Jinsoul provavelmente nunca mais vai querer vê-la. No fim das contas, não é como se Jungeun fosse corajosa o suficiente para encará-la.
Depois de terminar de arrumar suas coisas, Jungeun resolve tomar um banho, deixando a água quente correr por seu corpo e apagar cada traço de Jinsoul, cada beijo, cada toque e cada palavra que lhe foi dita. Tudo o que ela consegue fazer é soluçar enquanto suas lágrimas se misturam com a água do chuveiro. Ela se sente patética.
Agora pronta para partir, Jungeun observa o quarto com cuidado, fazendo seu melhor para memorizar cada detalhe, pois não sabe se algum dia entrará por aquela porta de novo.
Ela olha para a mesinha na qual comiam juntas enquanto conversavam sobre tudo e nada, para cada polaroid e porta-retratos que materializavam muitas de suas memórias, e então, suas camas próximas uma da outra, se lembrando sobre como ela sempre se sentia segura nos braços de Jinsoul, como se nada de ruim pudesse a atingir. Ela se lembra das muitas noites que dividiam na mesma cama, conversando e trocando carícias.
Jungeun olha ao redor uma última vez antes de fechar a porta e não olhar para trás.
A viagem até sua casa foi nostálgica para Jungeun. Mesmo indo para casa todas as férias, ela não conseguia não ficar sentimental, especialmente pois nas outras vezes estava sempre acompanhada por sua amiga. Com tudo o que havia acontecido, ela se sente extremamente solitária, sabendo que deve se acostumar com isso considerando a sua situação com Jinsoul.
Já era de tarde quando Jungeun finalmente viu o velho carvalho perto de sua casa, a árvore que contém tantas memórias queridas de sua infância a avisando que finalmente está em casa.
Os passos da garota eram pesados, o cansaço da noite mal dormida finalmente a atingindo. Ela basicamente arrasta seus pés até a porta de entrada, procurando pelas chaves em seu bolso.
Antes de entrar em casa, ela olha para a residência dos Jung, quieta e pacífica como sempre. Jungeun pode ver a janela do quarto de Jinsoul aberta o suficiente para que a luz do sol invada o local, um sinal que indica que Jinsoul realmente está em casa. Isso já era o suficiente para Jungeun, pois sabe que a família da garota estará lá para a reconfortar quando for necessário, mesmo que parte de si quisesse assumir esse papel.
— Omma, cheguei! — Jungeun exclama, tirando seu tênis preguiçosamente e andando até a cozinha após sentir o cheiro de comida sendo preparada.
— Oi, amor! Você chegou tarde hoje, geralmente você chega junto com a Jinsoul. — a mãe da garota responde, indo a seu encontro para lhe dar um abraço apertado.
As sobrancelhas de Jungeun se encontram e seu rosto toma uma expressão confusa.
— Como você sabe que ela já chegou?
— Ela apareceu para dizer oi. — a Sra. Kim responde como se fosse óbvio, olhando para sua filha antes de continuar a focar no que estava cozinhando. — Ela estava procurando por você.
