Capítulo único

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Olá :D

Estou de volta apenas para postar essa adaptação cheirosa de uma fanfic chaelisa minha de mesmo nome que já existe no Spirit a algum tempo (abaixem as facas leitores de osdo eu imploro).

Espero que gostem dessa one e já adianto que ela é meio dolorosa hm kk bjs.

Btw, ela foi inspirada na música que eu botei ali em cima, escutem e leiam a letra pois ela é DIVINA. Escutem Niki também porque todas as músicas dela são boas.

Boa leitura :)

(tomei a liberdade de criar uma playlist para quem quiser ler escutando, aqui está o link)

https://open.spotify.com/playlist/6S6SQ90fEoQbyyv0HAC14F?si=GZqaNrgQTCu0Mxde_XKJlQ&utm_source=whatsapp

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Los Angeles era cruel.

Anjos deveriam prover segurança, paz e um certo brilho incandescente. Mas não, aquele não era o caso de Los Angeles. Aquela cidade era cruel demais para carregar o nome dos anjos.

A beleza era superficial, as pessoas eram superficiais e até mesmo as luzes que brilhavam inconstantes eram superficiais. Tudo era belo, mas um belo feio. Como se a beleza escondesse a feiura quase palpável que preenchia os corações.

Eu me sentia feia por dentro. Mais que isso: me sentia vazia. Às vezes a gente fica tanto tempo sozinha que até faz sentido. Umas pessoas encontram-se em outras, umas encontram-se na solidão e eu havia me encontrado em minha própria capacidade de me perder.

Sou triste, incontestavelmente triste. Tão triste que a mais triste das pessoas me pareceria feliz. Tenho péssimos hábitos, a maioria deles guiados pela necessidade de dar a minha carne o mínimo prazer para compensar cada célula triste em meu corpo.

Fumo e bebo, é verdade. E não, não me faz ser menos triste. Tenho alguns amigos também, os levarei sempre no peito ao lado da tristeza. Porque ela sim ocupava um grande espaço no meu coração, mas não mais que a mulher que foi sua percursora.

Nayeon.

Era um belo nome para uma bela mulher. As sílabas deslizam por minha língua de um jeito prazeroso quando o pronuncio em voz alta. Im Nayeon. A razão dos meus delírios mais brutais. Se já delirava quando estava em sua presença, quando Nayeon partiu eu beirei a loucura.

Em meus tempos tenebrosos, soube que nenhuma droga era tão mortalmente viciante quanto o gosto dos lábios de uma mulher. Em um dia beijava-a, meu paladar provando do mais puro mel, e então do doce se fez amargo e era como se minha boca pingasse veneno.

E já se faziam três anos. Três anos desde que Los Angeles não poderia mais ser chamada de Cidade dos Anjos pois o mais brilhante deles havia partido em busca de uma chance na Broadway. E a cada dia, a cada hora e a cada segundo, era como se o mundo ficasse ainda mais sombrio para mim.

Sombras, elas espreitavam minha visão periférica até mesmo durante o dia. Era como se eu visse um mundo monocromático, só preto e branco e tons de cinza. A cada passo, a cada respirar, as sombras prometiam sugar-me escuridão adentro. Meus demônios, eram eles. Talvez o fantasma de Nayeon fosse o pior dentre todos.

Eu tinha sonhos vívidos, que de tão reais me atormentavam. Nos primeiros dias, acordava gritando e me debatendo, amaldiçoando até a décima geração de minha própria família que havia me feito tão miserável. Suava frio, berrava e queria beber até ficar tão entorpecida que não poderia mais sonhar.

Talvez eu fosse fadada a ficar entorpecida para o resto da minha vida. Quanto mais de porcarias e venenos teria que engolir, beber e tragar? Nada parecia me tornar menos deplorável ao fim da noite, pois os demônios sempre estavam lá. O fantasma pálido de Nayeon também, como se fizesse morada ao pé da minha cama.

La la lost you - 2yeonOnde histórias criam vida. Descubra agora