Draco me roda nesse momento.
- Nem acreditei em quem me deu aquele conselho - comentei rindo da lembrança.
- Nem eu - retrucou levantando um lado da boca levemente.
- Você sabe... - comecei, porém som da porta me atrapalhou fazendo a gente se separar, porque eu sabia que nenhum dos dois esperávamos alguém. E por mais que eu negasse, já tinha ideia de quem seria.
- Astoria, querida! - minha mãe surge da porta me abraçando e se vira para meu esposo. - Draco, meu genro. Espero que esteja bem.
Três anos juntos, contando com o namoro e Draco ainda não se acostumou com o jeito da minha mãe. Quando ele se casou comigo aceitou que dentro do pacote tinha a minha mãe. E o fato dela aparecer de surpresa na Mansão.
- Mãe, o que a senhora está fazendo aqui sem avisar? - questionei tentando o máximo não parecer grossa. Eu amo minha mãe. Eu sei que a amo, mas agora, eu não consigo não ficar brava. Então, olhei para meu esposo arrumando uma desculpa pra raiva passar. - Draco, irei para cozinha fazer nosso jantar.
- Não posso mais visitar minha filha? - pergunta indo atrás de mim. Ela sabia da resposta. Draco e eu já tínhamos conversado com ela. Não me importo da minha mãe vir até a Mansão. O problema era ela não avisar antes o dia e o horário. - Por que você insiste em cozinhar?
Respiro fundo. Uma, duas, três vezes durante o caminho até a cozinha.
- Mãe, já te falei que gosto de cozinhar. E pra mim é uma distração. - respondi entrando na cozinha pensando o que iria preparar.
- Mas querida, se o elfo doméstico estivesse fazendo o seu trabalho, você teria mais tempo para o seu marido. - retrucou olhando meio atravessado para a cozinha.
- Mãe, Draco começou a trabalhar no St. Mungus e às vezes ele está no escritório estudando algum caso. - contrapus me virando pra ela. - Temos bastante tempo e Draco nem liga. Até aprendeu fazer algumas coisas aqui.
- Hum! - bufa indignada. - Nunca te entenderei. Ainda bem que sua irmã gosta de elfos. Ela anda muito ocupada com o casamento e sua próxima turnê. Não é maravilhoso, que Edgar possa acompanhar ela?
Sim. O Edgar é uma pessoa maravilhosa e apoia Dafne em tudo. Só desejo coisas boas para os dois. Começo a tirar as coisas do armário e separar os ingredientes, mas me viro depois que termino. Porque eu preciso saber e sei que minha mãe tem a resposta. Tenho certeza que minha irmã já tinha escolhido os padrinhos.
- Mãe! - a chamo.
- Sim, Astoria. - responde se virando para mim.
- Por que Dafne convidou Draco e eu para sermos padrinhos? - pergunto esperando por sua reação. - Tenho certeza que ela tinha falado que só escolheu seus amigos.
- Ah! Mas você é amiga da sua irmã também. - comenta e só continuar porque não viu minha expressão de incredulidade. Dafne e eu somos tudo menos amigas. - A mãe do Edgar ficou muito decepcionada com os dois, porque eles não consideraram você e o irmão do Edgar. Já que vocês dois sempre estiveram com eles desde pequenos e que eles deveriam levar em consideração isso.
Eu só fui convidada pra ser madrinha por causa disso? Por uma obrigação com a sogra? Por mais que eu tentasse, não conseguiria disfarçar o choque e o turbilhão de sentimentos que eu estava sentindo naquele momento. Porque no momento que minha mãe se vira pra mim continua.
- Não leve isso para o lado pessoal, querida! - desdenhou do motivo. - Pelo menos foi convidada com seu marido.
Nem sei de qual lugar Draco brotou do meu lado ignorando minha mãe, mas, com certeza, mais tarde eu o agradeceria, porque eu já estava com uma resposta na ponta da língua.
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O Convite
FanfictionQual é o poder de um convite? Talvez lembrar o passado? Quem sabe trazer dúvidas ao presente? Ou lhe dar coragem para enfrentar o futuro?