Agonizante

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Minha noite estava uma maravilha - estava voltando para casa sozinha - até aquele homem aparecer. Ele era alto e com olhos bem pequenininhos e tinha o nariz pouco achatado, seus olhos eram dominados de um preto profundo, e tinha a pele muito pálida e cabelos cinzas chamuscados.
Ele aparecia em meus sonhos e me fazia sofrer, em uma noite, todo o tipo de morte que exite no mundo. Porém, dessa vez eu estou acordada, se eu fechar os olhos ele some?
-Hora do Julgamento - disse ele com a minha própria voz.
Fechei os olhos rapidamente na esperança dele desaparecer, o que foi em vão, pois de repente parecia que tinham aranhas andando por todo o meu corpo. Abri os olhos e vi tudo inundado de escuridão, eu continuava, praticamente, de olhos fechados. E nessa escuridão parecia que eu estava rodeado de cobras, e eu sentia elas me mordendo. Logo após, as mordidas de cobras se tornaram em moscas zumbindo por todos os lados e depois em abelhas cobrindo meu corpo todo de ferroadas.
"Ninguém merece passar por tal julgamento" - pensei.
Depois de certo tempo agonizando com as abelhas abri os olhos novamente, pois o medo me fizera fechá-lo, e notei que tudo tinha voltado ao normal. Porém, eu estava acabada, ajoelhada no meio da rua, com a cabeça jogada pra cima mostrando o meu rosto totalmente inchado de tanto chorar lágrimas de desespero. Haviam muitas pessoas em volta por causa de um bar que tinha por perto, todas curiosas e algumas até rindo e tirando sarro da minha cara. Percebi o desespero e a humilhação que aquele homem me fizera passar, levantei, tomei a faca que um homem carregava em sua bainha na cintura e simplesmente rasguei meu próprio pescoço.
Eu estava agora passando os últimos segundos de minha vida naquela humilhação, onde a última coisa que eu pretendia ver era um bando de bêbados, algumas pessoas desesperadas, e uma gente que não estava nem aí para o que estava acontecendo, mas mesmo em minha morte aquele homem não me deixou em paz.
Meus últimos momentos foram com vozes sussurrando em minha mente coisas do tipo: "socorro! Por favor, nos ajude! Prometo que vou ser melhor, então me deixe sair", e gritos de desespero. Minhas pálpebras foram costuradas nas sobrancelhas. Haviam sanguessugas entrando em meus ouvidos e formigas e aranhas saindo de meu nariz e boca, e por último, "a sensação de que você nunca foi alguém nessa vida".
Que-belo-final!

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⏰ Última atualização: Mar 22, 2022 ⏰

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