CONSCIENTE

SEM DESCULPAS

Estava muito feliz pelo trabalho na residência do Sr. Mors e toda a ajuda com o tratamento de saúde de Jennifer. À noite, após o primeiro dia de trabalho, passei no hospital contando as novidades para Jennifer e sussurrando em seus ouvidos quanto eu a amava. Sequei sua pele que suava muito e ficava avermelhada pelo calor, seu cabelo loiro escuro estava molhado e sua pequena mão estava mais branca do que o normal.

Logo em seguida ouço meu celular tocando, peguei rapidamente do bolso e quase o deixou cair, era Damon ligando, imediatamente atendi:

- Alô, Sr. Mors?

- Sim, Wally. Como vai Jennifer?

Eu já estava me acostumando com sua voz, que soava como uma música, a estridência fazia com que eu pudesse como sentir os ossos do corpo vibrarem.

-Ela está bem! O senhor deseja algo? Respondi.

- Sim! Me desculpe ligar nesse horário, mas eu quero que você me encontre no café Lovervie às 19:40h, por gentileza!

- Será daqui uma hora, certo? Estava confusa, pelo horário e pelo convite inesperado.

- Isso mesmo! Estarei de terno preto, qualquer dúvida pergunte na recepção!

-Ok! Logo chegarei.

Wally desligou o telefone e correu para o banheiro, não estava bem vestida, seu cabelo estava todo bagunçado. Então ela jogou água no rosto e procurou algum batom em sua bolsa, por sorte naquele dia havia trazido um batom que ganhou há muitos anos de uma grande amiga.

Mors olhava a hora com ar de impaciência, Wally estava demorando mais que o previsto.

Wally chega ao lugar, era um café frequentado pela alta elite da cidade, o que lhe deixou desconfortável pelos primeiros minutos.

- Onde ele está?

Perguntou para si mesma enquanto dava uma olhada por todo o café, aproximou-se dela uma moça que trabalhava no café.

-Com licença. Precisa de um lugar ou de ajuda? Perguntou uma garçonete bastante solicita.

- Na verdade estou procurando um homem alto, ele está de terno preto, se chama Sr. Mors!

- Ah! Sim, está com ele?

-Aham. Sua resposta foi imediata.

-Siga-me, por favor!

Wally e a garçonete se aproximaram de uma mesa, em um canto do café, era sem dúvidas Damon sentado, podia agora reconhece-lo pela sua silhueta, embora nunca o tivesse visto pessoalmente com tantos detalhes. Não se deixava passar batido para Wally o fato dele estar de cabeça baixa, seu cabelo, antes escondido pelo chapéu, agora podia ser visto, era castanho, muito liso, tinha uma franja que ficava sobre seu olho direito.

Wally se aproximou da mesa.

- Com licença, Sr. Mors.

-Olá, sente-se, precisamos conversar! Disse ele levantando sua cabeça lentamente.

Wally arrepiou-se toda, pois finalmente ela conheceria o rosto daquele que lhe ajudou tanto.

Agora estava sem seu chapéu e sem um sobretudo que cobria grande parte de seu corpo, estava congelada e admirava-o. Pode ver seus olhos, eram verdes super-claros, parecia ser mais jovem do que sua voz entregava na noite em que se encontraram pela primeira vez, seu rosto era simétrico, tinha uma fina barba rala nas laterais e cavanhaque. Damon silenciou-se e encarava Wally no fundo dos olhos, o que a fez perder um pouco a noção de tempo e espaço, Wally sentia seu coração bater forte, parecia ter se extasiado ao ver Damon, a quem tanto lhe trazia emanava mistério.