the boy who can see the ghosts

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Butters acordou com o barulho do despertador, não se levantou de imediato, passou um tempo deitado olhando pro teto, não queria levantar..se possível queria ficar dormindo por mais duas semanas e quando finalmente acordasse queria que sua vida ficasse melhor.

...É...não vai acontecer hoje..

E então se levantou de uma vez e abriu as cortinas e a janela, o vento frio invadiu o quarto, observando a paisagem branca era como se em south park nunca houvesse outra estação além do inverno..na verdade não há mesmo.

Foi se lavar e escovar os dentes para ir a escola, ao acabar desceu pra tomar café da manhã, na cozinha sua mãe fritava bacon enquanto cantarolava uma canção e seu pai estava sentado lendo o jornal, parecia tão pacífico que quase não acreditava que era sua casa. Geralmente seus dias eram passados com seus pais discutindo.

- bom dia- desejou aos dois e se sentou pra comer.

- bom dia amorzinho!- sua mãe disse colocando bacon em seu prato.

- bom dia- seu pai não desviou os olhos do jornal.

Começou a comer em silêncio, ouvindo o cantarolar da sua mãe e o barulho da torradeira, ao terminar lavou os pratos que usou, se despediu de ambos e pegou a mochila.

- lembre-se que quero você em casa às 17h!- seu pai gritou da cozinha.

- está bem!- e foi embora.

....

No caminho até a escola observava as ruas, passou em frente a casa dos Tuckers e viu o Sr e a Sra Tucker indo trabalhar, viu que o tweek estava em frente a porta, provavelmente esperando Craig, quando ele o viu acenou sorrindo e o loiro do casaco azulado sorriu de volta. Já estava perto da casa dos Marsh quando foi acertado com uma bola de pelos em sua direção.

- hehehe! Olá Spike!- disse acariciando o cachorrinho.

- oh meu deus! Butters você está bem!?- a Sra Marsh disse indo ao seu socorro e tirou o pequeno cachorro de cima do garoto - sinceramente! Não sei o que faço com esse cão! Ele está pulando em todos que passam em frente a casa!-

- tenho certeza que ele apenas quer brincar- disse ainda no chão apesar do cachorro já ter saído de cima dele para brincar com uma borboleta que passou.

- cara, você tá bem?- Stan que surgiu não se sabe da onde perguntou.

- estou- se levantou.

- Stan! Já falei para controlar esse seu cachorro! Veja a bagunça que ele vive fazendo!- ela reclamava com o filho, seria uma cena engraçada se Stan pudesse a ver também.

- estou indo, vejo você por aí- ele falou já saindo e olhando pro relógio.

- este menino! Se eu ainda fosse viva puxaria sua orelha por criar um cão tão teimoso!-

Spike apareceu lambendo a perna da mulher como um pedido de desculpa, era realmente triste que Stan não pudesse ver nenhum dos dois, butters não o conhecia muito bem, mas deve ter sido difícil pra ele quando a mãe morreu três anos atrás.

- tchau Sra Marsh! Tenho que ir pra escola!-

- até logo butters!-

....

- cara, estou exausto!- Clyde reclamava para Craig que nem parecia está ouvindo, apenas escrevia algo no caderno - mas pelo menos eu passei da fase 3!-

Butters ouvia a conversa que acontecia a seu lado, sentava perto deles, mas nunca falou com nenhum deles, vez ou outra olhava pra tweek que observava o que Craig estava escrevendo, já fazia uns dois meses que ele começou a perseguir o moreno, o loiro não tinha ideia de como um fantasma pôde se fascinar tanto com um humano, acho que Craig é sortudo por não poder ver que tem um garoto que lhe persegue pra todo lado.

O professor chegou e parou de prestar atenção no tweet e começou a ver a aula.

....

Enfim estava no intervalo, geralmente é quando os grupinhos se reúnem pra fazer sabe-se lá o que, mas ele não tinha ninguém.

Não estava reclamando, achava que ficar sozinho é melhor mesmo, não sabia se tinha habilidade social suficiente para se comunicar com outro ser humano sem ficar ansioso e preferia evitar conversar muito com fantasmas desde que um grudou nele por um tempo, até hoje ele evita esse fantasma o máximo possível.

Estava andando no corredor em direção a biblioteca quando viu um garoto de casaco laranja passar.

Ele era um fantasma que vivia pela escola, mas butters raramente o via, nunca falou com ele, pois ele passava uma sensação estranha, não sabia explicar o quê, só sabia que não gostava nenhum pouco.

Queria ficar o mais longe possível dele, não importa o quê.

....

Era aula de história e ele estava apertado, queria esperar até a aula acabar, mas não estava aguentando mais.

- Sr Garrison, posso ir ao banheiro?- levantou a mão.

- hum, claro, vá!-

Se levantou apressado e correu até o banheiro masculino, foi ao mictório e enfim se aliviou, quando terminou o que tinha que fazer foi lavar as mãos, até que.

- aaahh!!- a água da torneira se descontrolou e o molhou inteiro - o que farei!? Se eu chegar assim em casa meu pai vai me matar!!-

E então ouviu uma risada.

- hahahahah!!- um garoto saiu de uma das cabines - isso foi hilário!!- era o mesmo fantasma de mais cedo.

- q-qual o seu problema!?- ele parou de rir e pareceu surpreso.

- ..você pode me ver..?-

- ....??- isso não era óbvio!?

- espere! Realmente pode me ver!- ele correu pra perto do outro - uau! Então eu não estava louco!-

...não gostou nenhum pouco dessa reação.

- você...não sabia?-

Quer dizer, ele literalmente sempre olhava pra ele sempre que ele passava! É difícil desviar a atenção quando se tem uma pessoa atravessando outras, e ainda assim ele não tinha idéia!?

- como eu poderia!? Quer dizer, eu ouvi que tinha alguém assim por outros fantasmas, mas não sou adivinha pra saber quem!- enquanto ele falava o loiro tentava se secar com alguns papéis, mas não tava adiantando muita coisa.

- ah..- suspirou - está bem, eu preciso voltar pra aula- e me afastar de você!

- ei! Espera!- ele puxou o outro pelo ombro de um modo que butters quase caiu pra trás.

- aah! Qual o seu problema!?-

O fantasma paralisou no lugar e olhava espantado para o loiro como se ele fosse um fantasma...irônico, não é? De qualquer forma, butters não estava nenhum pouco afim de continuar ali, então saiu o mais rápido possível.

Esqueceu o fato de que ainda estava todo molhado, então as pessoas o olharam estranho, mas sinceramente ele não estava nem aí, só queria ir pra casa logo.

....

- o que aconteceu com você!?- seu pai o olhava indignado.

- foi um acidente..-

- por favor, não me diga que veio assim da escola até aqui-

- mas qual o probl..-

- você não vê que mancha a sua dignidade!? Assim como a da sua família! Não podia ter trocado de roupa!?- o menor suspirou - você está de castigo pelo resto da semana! Não te quero fora do quarto!-

Desistiu de discutir e subiu até seu quarto, era sempre assim, mas pelo menos dessa vez ele não apanhou.

....

Um tempo depois, já tinha tomado banho e jantado, eram oito horas e segundo seu pai era hora de dormir, então já estava na cama apesar de está sem sono, se remexeu um pouco e pensou naquele fantasma. Ele é esquisito e é bem provável que o veria amanhã.

O que fazer para evita-lo?

- dormindo tão cedo?- tomou um susto ao ouvir uma voz vinda do canto do quarto, ligou o abajur e teve uma surpresa - olá coelhinho!-

....puta que pariu.

Ghost BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora