22/02

Capítulo Único

Dedico esse one shot a todos que cresceram ao lado do amor de suas vidas, e a todos aqueles que cresceram sendo o amor da vida de alguém.

22 de Fevereiro, 2008.
💭: Any Gabrielly

Era o nosso primeiro acampamento. Eu e Noah tínhamos 11 anos, apenas pré-adolescentes confusos e ansiosos para agir como imaturos. Noah desde sempre foi obcecado pela Angelina, uma loira água e sal, de unhas sempre feitas com esmalte rosa e maquiagem extravagante. Coisa demais para alguém de 11 anos que acordava as 7hrs da manhã para ir ao colégio. Noah sempre dizia que eu tinha ciúmes dela, eu sempre negava, mas era óbvio que rolava sim um ciúmes, primeiro que eu sempre tive uma queda pelo Urrea, e segundo que ela era tudo oque qualquer garota de 11 anos queria ser.

Voltando ao acampamento. Quando chegamos lá, a primeira coisa que me lembro foi do Noah reclamando que não poderia dormir no mesmo quarto que eu, as meninas o taxaram como pervertido. Nós passamos uma semana lá e todos os dias ele me esperava na porta do quarto. No último dia aconteceu um baile a fantasia. Eu me vesti de mulher gato e ele de agente do FBI, lembro que ele ficou um gato naquele terno. As 23hr40, quando apenas cinco pessoas estavam na pista de dança, Noah e Angelina sumiram da festa, e eu fiz a grande burrada de ir procurá-los. Passei 10 minutos rodando o acampamento até fixar o olhar em uma árvore e ver Noah agarrando a cintura de Angelina. Eu fiquei confusa, não sabia ao certo oque estava acontecendo. Algumas vozes falavam ao meu ouvido, algumas dizia para sair correndo dali e outras diziam para ficar e atrapalhar o casal, por sorte não precisei fazer nenhum dos dois, cai de bunda no chão antes mesmo que eu tivesse dado qualquer passo.

— Quem tá aí? — Noah parou de beijá-la — Any? — ele apertou os olhos para tentar enchergar quem estava ali — Any, meu deus, você tá bem?

— Tô, eu tô bem — levantei rapidamente — tô ótima, foi só um tombo.

— O que tá fazendo aqui? — ele questionou

— Sua mãe me mandou um SMS, vai precisar sair cedo amanhã e disse que você esperá-la lá em casa — menti

— Ah tá, beleza — ele assente — vou voltar antes que a Angelina desista de mim — Noah sorri — eu te disse que ela ficaria comigo, eu falei!

— É né — sorrio sem graça e saio dali sem olhar para trás

Na volta pra casa, Noah me deixou para sentar com Angelina. Eles passaram a viagem toda grudadinhos no banco de trás, e eu passei a viagem sozinha.

22 de Fevereiro, 2012.

15 anos, puberdade, era o último ano do ensino fundamental. Festas, garotos, peitos, beijo e sexo. Esses eram os assuntos das meninas da minha turma, na real eu nunca fui tão popular quanto o Noah, eu era como uma sombra, conversa com todos mas no final nunca fiz diferença na vida de ninguém.

A vida sexual de Noah era com certeza mais agitada que a minha, afinal, eu ainda era virgem, e ele e Angelina já estavam em um estágio muito avançado do namoro deles.

— Festinha na minha casa hoje, você vem né amor? — Angelina olha para Noah

— Claro que vou — ele abraça a cintura dela

— Vem também Gabi — ela me olha

— Tá, eu vou sim — sorri, era óbvio que estava fingindo