Capítulo 7

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Izumi on

Depois que descobri que o garoto que me ajudou ontem a noite é o principe herdeiro, eu fiquei em choque

voltei para a plataforma da criadagem e ainda estou super em choque (notas da autora: literalmente kkkkk) 

vamo avançar um pouquinho

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O patriarca de cabelos prateados urra em resposta:

— Eu quero a Prova Real!

Por toda a espiral, os líderes das diversas Casas gritam em uníssono:

— Eu quero a Prova Real!

Os brados ecoam de acordo com alguma tradição que não compreendo.

Tiberias sorri e acena com a cabeça.

— Que comece. Lord Provos, tenha a bondade.

O rei encara o camarote que penso ser o da Casa Provos. O resto da espiral acompanha seu olhar, e todos fixam-se na família vestida de dourado com listras pretas. Um ancião de cabelo grisalho dá um passo à frente. Os trajes estranhos lhe dão a aparência

de uma vespa prestes a dar uma ferroada. Ele faz um gesto com a mão, e não sei o que esperar.

De repente, a plataforma treme e se move para o lado. Dou um pulo, por reflexo, e quase trombo no criado ao meu lado quando começamos a deslizar. Meu coração salta à boca quando vejo o resto do Jardim Espiral girar. Lord Provos é um telec e movimenta a estrutura por caminhos projetados pelo poder da mente.

A estrutura inteira gira sob seu comando e a área do jardim se amplia, formando um imenso círculo. Os níveis inferiores recuam e se alinham com os superiores, de modo que a espiral se transforma num enorme cilindro a céu aberto. À medida que os níveis se movem, o chão afunda até quase seis metros abaixo do camarote mais baixo. As fontes convertem-se em cachoeiras jorrando do alto do cilindro até o centro, enchendo piscinas profundas e estreitas. Nossa plataforma plana para sobre o camarote real, o que nos dá uma vista perfeita de tudo, inclusive do centro lá embaixo. Tudo isso leva menos de um minuto. Lord Provos transformou o Jardim Espiral em um lugar muito mais sinistro.

Ele retoma seu assento, mas as mudanças ainda não estão completas. O zumbido da eletricidade eleva-se até ressoar por toda parte, arrepiando os pelos do meu braço. Uma luz lilás esbranquiçada cintila perto do solo do jardim; faíscas elétricas saltam das pedras de pontos minúsculos, quase invisíveis. Nenhum prateado levanta para controlar o processo. Entendo por quê. Isso não é obra de prateados, mas uma maravilha tecnológica: eletricidade. Raios sem trovões. Os feixes de luz se

entrelaçam e interceptam, tecendo assim uma rede brilhante a ponto de cegar. A simples visão daquilo faz meus olhos doerem e sinto pontadas agudas de dor na cabeça. Não faço ideia de como os outros aguentam.

Os prateados parecem impressionados, intrigados com algo que não conseguem controlar. Enquanto isso, nós vermelhos ficamos de queixo caído, em total admiração.

A rede se cristaliza à medida que a eletricidade se expande e ramifica. E, então, tão repentino quanto surgiu, o ruído cessa. A eletricidade se detém, solidifica-se em pleno ar na forma de um escudo roxo entre o público e o chão. Entre nós e seja lá o quê vai aparecer lá embaixo.

Minha mente começa a viajar imaginando o que poderia necessitar de um escudo elétrico. Não seria um urso ou uma alcateia ou qualquer uma das feras raras da floresta. Mesmo criaturas míticas, como grandes felinos, tubarões ou dragões não representariam perigo para os muitos prateados aqui. E por que botariam feras na Prova Real? É a cerimônia de escolha da rainha, não um combate com monstros.

A Rainha  vermelha - versão bnhaOnde histórias criam vida. Descubra agora