Onde tudo começou

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_ Filhaaa.... - grita a minha mãe lá da cozinha.

_ Oi mãe, tô aqui. Oque foi? - pergunto assustada descendo rapidamente as escadas.

_ O Rafa tá aí pra irem juntos pra aula - disse ela abrindo a porta e deixando ele entrar.

_ Bora Yara, não quer se atrasar pro primeiro dia, quer? - disse o Rafa com uma feição irônica.

_ Vai se ferrar repetente, já tô indo! - disse eu subindo pra pegar minha bolsa.

Eu e o Rafael somos amigos desde que nos lembramos, nossas famílias são amigas de anos e nos tiveram quase na mesma época. Ele é apenas 1 ano mais velho que eu. Atualmente tenho 17 e ele 18, somos melhores amigos inseparáveis! Você deve estar se perguntando o porquê de ele ainda estar na escola... é meus amigos o Rafa repetiu de ano, e agora eu vou aturar ele por mais um ano e dessa vez na minha sala!

_ Vamos Rafa, tô pronta. Tchau mãe até mais tarde! - disse eu me virando em direção a porta.

_ Tchau tia Luci, até mais tarde. - disse ele fechando a porta.

_ Até mais tarde?? como assim? não vai me dizer que... - disse eu sendo interrompida

_ Sim! Hoje vou almoçar na sua casa. - disse ele dando um leve sorriso só pra me irritar.

_ Não acredito, vou ter que te aguentar até em casa? - eu disse rindo e o empurrando levemente com o braço.

Caminhamos um pouco até que chegamos na escola e de primeira encontramos quem eu menos queria, Luana. A garota que fez da minha vida um inferno e agora paga simpatia pra dar em cima do Rafa.

_ Eii lindinha, que saudade! - disse ela me abraçando com um sorriso falso no rosto.

_ Oi Luana, como vai? - eu disse desanimada fazendo questão de mostrar meu desinteresse.

_ Nossa que desânimo! Porque não está feliz como o Rafinha? - disse ela apertando as bochechas do Rafa.

_ É Yara, fica feliz, é nosso último ano! - disse ele me balançando.

_ Que engraçado, isso não te dá um dejavu? - eu disse rindo e debochando dele.

_ HA HA, muito engraçado senhora, fique sabendo que eu repeti por falta, eu tive muito treino do time ok? - ele disse

_ Claro! treinou muito nos seus encontrinhos com as garotas. - disse eu rindo da situação.

_ Ai gente, vamos parar com essa brincadeirinha boba, os professores já chegaram, vamos pro ginásio, vai começar a entrada que todo ano tem. - disse ela se virando em direção ao ginásio.

_ Ficou com ciúmes depois que eu falei dos seus rolos. - sussurrei só pro Rafa ouvir.

Olhamos um para o outro e caímos na risada. Fomos pro ginásio e em seguida fomos para as salas, no intervalo não vi o Rafa, tive que aturar a Luana até que fossemos pra sala novamente. E finalmente a hora de ir pra casa, estava morrendo de fome, mal podia esperar para ir pra casa almoçar. Chegamos em casa e minha mãe não estava, Rafa encontrou um bilhete que ela deixou, e dizia:

"Filha, saí mais cedo para ir pro trabalho, fiz seu prato favorito, aproveita o almoço você e o Rafa, e da uns beijinhos também! mamãe te ama."

O Rafa leu aquilo em voz alta para que eu escutasse, oque tornou tudo ainda mais vergonhoso. Nossas bochechas ficaram coradas e em seguida caímos na risada para que aquilo ficasse menos desconfortável. A minha mãe sempre quis que eu e o Rafa fossemos um casal, mas isso estava fora de cogitação! Rafa e eu somos amigos, fora que ele é muito mulherengo, nem rola!

_ Meu Deus, minha mãe sendo extremamente inconveniente! - disse eu tomando o bilhete da mão dele e jogando fora.

_ Ai ai, a dona Luciana sabe como me deixar vergonhoso - disse ele secando as lágrimas de tanto rir.

_ Ela é uma boba, acho que ela não imaginava que você leria isso. - disse eu me virando em direção ao fogão para me servir.

_ Então...vocês sempre falam assim sobre mim é? - ele disse

_ Não seja convencido ok? vem comer logo antes que fique frio. - disse eu fugindo do assunto.

A minha mãe sempre disse pra eu dar uma chance pro Rafa, ela acha que a gente seria um ótimo casal. As expectativas dela aumentaram quando eu disse uma vez que ele é muito bonito, afinal ele é mesmo. Isso foi o suficiente para minha mãe achar que eu gosto dele. Pra falar a verdade minha mãe quer mesmo é que eu desencalhe.

_ E ai Yara, você vai na festa da Luana sexta? - perguntou ele.

_ Festa? que festa? - eu disse confusa.

_ É ué, ela vai dar uma festa sexta a noite, ela não te chamou? - ele pergunta.

_ Não! Que vagabunda, e ainda me chama de lindinha - falo revirando os olhos.

_ A mas você vai né? - ele pergunta.

_ Claro que não, ela não me quer lá, se quisesse ela teria me chamado! - eu disse

_ Aaaa vamos Yaraa, vem comigo, por favor! - ele pede com uma cara de cachorro que caiu da mudança.

_ Eu não vou e ponto, e você sabe o porquê de ela te chamar né? - eu digo

_ Porque eu sou um cara bacana e popular?? - pergunta ele se achando.

_ Não! É porque ela é super a fim de você né lerdo. - eu disse

_ A mas isso eu já sei, e quem disse que eu tô a fim dela?? eu só quero ir na festa porque todo mundo vai, inclusive a Carol. - ele disse

_ Uau, mais uma? Aí ó, mais um motivo pra eu não ir, oque vou fazer lá enquanto você beija milhares de bocas? - disse eu

_ Você beija milhares de bocas também ué! - ele disse debochando de mim.

O Rafa sabe muito bem que eu não fico com ninguém e que não sou nada sociável. Pra ser nem sincera eu mal saio de casa.

_ HA HA, você sabe bem que não sou igual a você e as menininhas que você pega! e outra, mesmo que eu fosse convidada, eu não iria. Prefiro ficar em casa assistindo minhas séries e tomando sorvete. - disse eu tentando cortar o assunto.

_ Poxa Yara, até quando você vai ficar nessa? Você só tem a mim como seu amigo e só vive isolada nesse seu quarto, você tem que viver cara! - disse ele

_ Tá bom, você me convenceu. Eu vou nessa festa, mas você tem que me prometer que não vai beijar ninguém e vai me fazer companhia o tempo todo. Deixa pra beijar a Carol outro dia ok? - eu disse me levantando da mesa pois já tinha terminado de almoçar.

_ Ok madame, você quem manda! - disse ele rindo.

As horas se passaram, vimos um filme e o Rafa foi embora. Fiquei pensando naquilo que ele me disse, eu realmente não tenho amigos além dele. Preciso me socializar mais, por um lado vai ser bom ir a essa festa.

Continua...

Para o meu primeiro amor Onde histórias criam vida. Descubra agora