Continuação de Capítulo

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Luísa a professora, chegou à sala com ar de mistério e soltou:

⇁A nota do trabalho de hoje, vai valer a metade da nota do semestre, ou seja? Me impressionem! - Falou com ar de grandeza e sentou pondo os pés sobre a mesa.

Ao fundo já se ouviam alguns indignados, algumas reclamações, e então as apresentações começaram por ordem alfabética, como Adam era o primeiro da lista fomos os primeiros a nos apresentar. De todos os parceiros da sala, é claro que eu tinha que ter ficado com o primeiro da lista.

⇁Cooper e Altovski, trouxeram um pendrive? ⇁Nos chamou, já segurando a caneta vermelha. Me coloquei à frente da classe, Adam me cutucou como se fosse um aviso para que eu começasse a puxar a apresentação.

Liguei a câmera ao projetor e Adam apagou a luz quando finalmente começamos a passar as imagens. Alguns gritos assustados e umas duas garotas começaram a chorar, era como se todos já soubessem quem era embaixo das ferragens.

⇁Bom, como todos po-podem ver. ⇁Continuei: ⇁Esse foi o acidente de ontem na Avenida Coutinho. Nós tentamos pegar o desastre de vários ângulos e b-bom, tentamos passar... ⇁Fiquei em silêncio, e Luísa me interrompeu. Naquele momento eu tive noção de que havia feito uma escolha errada.

⇁Megan as fotos são realistas, mas devido o acidente ter sido recente, peço que o apresente novamente numa hora propícia. ⇁Ela continuou num aviso. ⇁Os de mais alunos, tem 10 minutos para se recompor e tomar uma água, e depois continuaremos com as apresentações.

Todos saímos e ela nos acompanhou, me dando um sinal com a mão para que eu e Adam fôssemos atrás dela. Fomos para uma sala vazia e ela se pôs a falar:

⇁Mesmo sendo um trágico acidente vocês tiraram nota máxima, eu gostei da forma como as fotos capturam o drama, as lágrimas e o sangue e mesmo sendo mórbido eu gostei. Não é como se fosse comum esses acidentes por aqui. ⇁Ela era bem estranha pelo que vimos, mas as fotos tiveram grande impacto sobre os alunos o que devia ter resultado numa suspenção ou coisas do tipo.

Eu não sabia se sentia felicidade ou culpa, mas Adam pelo contrário só sentiu culpa. Me deixou sem dizer nada, o vi sumindo apressado pelo corredor. Eu não sabia o que fazer, era como se aquilo fosse culpa minha e ele não tivesse topado também. Eu estava indignada com aquela reação, e por breves instantes me lembrei do que havia recebido pela manhã. Peguei meu celular, e resolvi ler a mensagem.

"Não precisa me agradecer, Meg."

Me assustei e quase o derrubei no chão. Aquela forma de me chamar, apenas meus pais me chamavam assim, era familiar porém eu não fazia ideia de quem poderia ser o que me provocou um grande surto. Foi intencional, naquele lugar coisas assim não acontecem.

Algo me forçava a lembrar e ao mesmo tempo comecei a ficar tonta. Escorei o braço num bebedouro ao meu lado e uma mão me segurou enquanto a luz se apagava e o assustador escuro chegava aos meus olhos, por um minuto ouvi:

⇁Se acalma, Meg. ⇁Um sussurro gélido com aroma de hortelã. Era só o que pude sentir e ouvir antes de apagar.

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