Continuação de Capítulo

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Chegamos em casa, e fui direto ao meu quarto. Tranquei a porta e deitei na cama, abracei o travesseiro e me cobri por completa. A janela estava entreaberta e uma leve brisa que passava, sacudia a cortina e por alguns instantes consegui ver alguém me olhando lá do outro lado da rua.

Tremi me levantei e corri até a janela, mas nem se quer uma sombra humana. Senti medo e curiosidade. Meu celular começou a tocar e então corri até ele, vi que o número era desconhecido e já sabia de quem poderia ser a ligação, o atendi:

_Quem é você? -Falei com pressa.

_Oi Meg, sou eu, não lembra da minha voz? -Falou uma voz de homem, meio rouca, como aquele sussurro.

_Não, não sei, o que você quer de mim? -Falei atordoada.

_Você prometeu que não iria me esquecer. -Falou com voz irônica.

_Mas me diz quem é você ? -Falei já me apavorando.

_Eu vou te proteger, eu prometo! -E foi a última coisa que ele disse, antes de só se ouvir o barulho do fim da ligação.

Sentei na cama e estava pensativa. Quem era? O que queria? como prometi algo a ele se nem ao menos eu me lembro? Com muito esforço me recordei do pequeno acidente que tive, que apagou metade da minha memória.

Aos 12 anos de idade, cai da laje da casa do meu pai, por sorte me recuperei rapidamente, só havia ficado com algumas sequelas e fiquei em coma por 3 dias, daí em diante parte da minha infância foi apagada definitivamente.

Minha mãe dizia que foi um alívio porque havíamos acabado de nos mudar e eu sofria muito com falta de alguns amigos, como qualquer criança normal sentiria e talvez ele faça parte desse passado.

De início eu não acreditava que alguém seria capaz de não superar um amor de infância, mas agora eu tinha as minhas dúvidas.

Olhei para a mesinha do computador e me apavorei, levantei devagar esfregando o braço esquerdo, caminhei até lá apanhando mais uma prova de sua existência, a rosa branca.

A coloquei na janela e me sentei novamente, observei por vários instantes e brevemente me lembrei de uma foto minha num jardim de rosas brancas.

Eu não sabia onde eu estava e nem onde ficava aquele jardim, mas eu sei que minha mãe saberia me responder.

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