-babe-

08| festival

HALEY

Agora estávamos dentro do carro indo para o festival.

Eu usava um vestido vermelho de alcinha, ele me deixava gostosa, e Ash sabia disso

Chegamos no festival, e tinha muita gente, Ash segurou minha mão e falou alto por causa do barulho.

- VAMOS PARA BARRAQUINHA, NÃO SOLTA MINHA MÃO.

- TÁ.

Respondi o garoto e fui o seguindo até chegar na barraquinha. Chegamos lá e ele começou a organizar as coisas enquanto eu o olhava.

- O que foi?

Ash perguntou, porém eu não teria coragem de falar o que estava pensando.

Eu queria drogas, sim, drogas, e não existia uma pessoa melhor que ele para me vender.

- Quanto custa um saquinho?

- Não, não vou te vender.

- Por quê não? Você vende pra todo mundo, por que não venderia para mim?

- Por que eu não me importo com os outros, mas eu me importo com você, e eu não quero ver você afundando.

- Mas eu quero só hoje, por favorzinho.

- Não Haley, desiste, eu não vou te dar.

Eu desisti de pedir a ele e apenas segui uma conversa normalmente. Porém quando ele se distraiu eu peguei um saquinho e fui ao banheiro.

- Ei, eu vou ir ao banheiro, já volto.

- Tudo bem, qualquer coisa me liga.

Assenti e continuei andando até chegar ao banheiro. Fiz duas fileiras e senti uma sensação de alívio e percebi que não conseguia mais focar em meus problemas, ou eu pensava.

No caminho de volta passei pela barraca dos Jacobs, e lá estava ele, Nate Jacobs, o maior filha da puta que existe. Não era amor, e nunca foi, ele sabia que eu não teria mais ninguém se ele me largasse, e ele usou isso contra mim de uma forma nojenta.

Ele me encarou e começou a vir atrás de mim, me desesperei e acelerei meus passos, a única coisa que eu queria agora era o Ash.

Senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto ao lembrar de tudo, e as drogas finalmente começaram a fazer efeito, a sensação mágica passou, e agora eu só sentia uma puta tontura e uma dor no braço, porém depois percebi que a dor no braço não era das drogas, e sim do Nate.

Me virei para trás e lá estava ele, me olhando com o mesmo olhar ameaçador de sempre.

- Me solta Nate, por favor.

Falei chorando e ele apenas soltou um riso.

- Por que eu faria isso? Sendo que eu posso aproveitar mais uma noite com você, eu te amo, você sabe disso.

Falou se aproximando cada vez mais e eu comecei a me desesperar, as lágrimas desciam descontroladamente, isso não podia acontecer de novo, por favor não.

Eu sabia que não deveria ter vindo com esse vestido, eu estava claramente pedindo para que algo assim acontecesse, eu nunca aprendo.

Ele ia me beijar, eu apenas fechei os olhos, e implorei, para que acabasse rápido, se eu resistisse seria pior, iriam ter marcas dele em meu corpo, então me entreguei, era uma batalha perdida.

Vi a barraquinha que Ash estava, por um momento eu me senti feliz, ele iria me ajudar, porém o momento durou pouco.

Ele achou que eu estava beijando Nate por vontade própria, mas depois percebeu e veio correndo deixando a barraca para trás, percebi o ódio em seus olhos e vi que o mesmo tirava uma arma do casaco.

Ele chegou por trás de Nate posicionando a arma em suas costas e falou.

- Você tem um segundo para soltar ela.

Nate me soltou e eu corri para Ash, ele me envolveu com os seus braços e me senti acolhida, eu precisava dele.

- Na próxima eu te mato seu filho da puta.

Ele falou e me levou de volta para a barraquinha, o mesmo fechou as janelas nos deixando com apenas algumas brechas de iluminação.

Deslizei pela parede e quando finalmente cheguei ao chão abracei minhas pernas começando a chorar novamente. Senti Ash se sentar ao meu lado e me abraçar, ele me acolheu, de uma forma que ninguém jamais tinha feito.

- Não foi culpa minha eu juro, eu não fiz nada, eu só estava voltando do banheiro, foram só duas fileiras, eu precisava, me desculpa, eu não devia ter usado esse vest-

Falei desesperadamente querendo me explicar, eu não podia perder ele, mas ele interrompeu minha frase e falou:

- Shhh, está tudo bem, eu estou aqui e vou ficar aqui, ninguém vai te machucar, não foi culpa sua, eu sei disso, está tudo bem.

Olhei para o garoto e vi seus olhos marejados, ele acreditou em mim, e não precisei fazer nada.

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