Cassie

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      Cidade devastada, pessoas, ou restos delas, pelo chão da rua, calçada e prédios da cidade. Em meio a calmaria triste da rua, um... homem cambaleou até o banco de um ponto de ônibus e sentou-se, provavelmente sem saber que não a mais ônibus rodando na região. Enquanto isso, a figura de uma moça entrava em uma loja, não para trocar suas roupas sujas de barro e sangue, mas sim para pegar algo para comer.

—...Vá embora! - pediu a garotinha, que era procurada.

     Suas pequenas mãos saltaram o pacote de biscoitos que encontrou no lugar ao ver o ser, estava assustada, mas ela teve sorte, pois uma bondosa estante mal colocada a livrava dos dentes podres daquele ser.

     Por um segundo a estante  ameaçou se mexer com a força da mulher e a jovenzinha se afastou um pouco mais, tratando de tirar sua mochila cinza-claro das costas, para pegar sua recente forma de defesa, no processo, acabou dando a mulher a imagem de um objeto a mais em sua bagagem, um ursinho de pelúcia azul com uma gravata borboleta amarela.

     A mulher então piscou os olhos e parou. De repente em sua mente, o cenário era diferente, ainda estava dia, mas se tratava agora de um parque ensolarado e repleto de pessoas felizes e sorridentes e logo depois de soltar uma mão, a mulher estendeu um pano azul-claro sobre a grama verde. Ao balançar sua cabeça em negação, a mulher voltou ao presente momento, mas logo teve outro flash e desta vez, viu alguém com rosto embaçado te dar uma linda flor amarela, mas não pôde nem cheirar seu aroma, já que um semelhante a ela, apareceu na vidraça perto da garota, a lembrando de seu objetivo principal e único e assustando e ganhando a atenção da garota.

     A estante voltou a ser empurrada, então a jovem se assustou e se afastou mais daquele ser, acabando por tropeçar em uma lata vazia e cair no chão de piso branco com suas mãos e olhos marejados.

A situação estava ficando cada vez mais complicada, o barulho dos dois adultos acabou atraindo mais deles, a estante, que era a única coisa entre a garota e... Por Deus! Ela estava sem saída, pois a estante estava quase cedendo.

—Por favor... e-eu não quero fazer isso - a garotinha implorou com a voz embargada enquanto apontava sua arma para a mulher.

  A situação estava ficando cada vez mais complicada, já que outros foram atraídos e a garota estava desesperada, com olhar de puro medo e tristeza. A mulher conseguiu derrubar a estante, mas parou a sentimentos da garota.

—Eu machuquei o joelho - o mesmo olhar apareceu em sua mente, vindo até ela.

—Cassie! - uma voz masculina gritou ao longe.

Aquele nome ecoou na mente da mulher, ela deixou seus braços caírem para os lados de seu corpo, fitando a garota. 

—Ah Cassie, vem aqui - assim a garota fez - é só colocar um band-aid.

—Obrigado, mamãe.

A mulher sentiu o beijo em sua bochecha e colocou sua mão esquelética no local. Uma lágrima solitária saiu de olho vermelho, distraindo ambas dentro do estabelecimento, que não percebiam o homem de meia idade eliminando os do lado de fora. A mulher abriu a boca para dizer algo, a garota abaixou sua arma e olhou pela vidraça, arregalou os olhos e levantou rapidamente.

—NÃO!! - gritou o mais alto que pode.

Ela não podia fazer nada e apenas viu a mulher cair em cima da estante caída, ela deixou a arma cair no chão e se abaixou para abraçar a mulher enquanto lágrimas e mais lagrimas saiam de seus pequenos olhos marrons.

—Cassie, vamos! - o homem entrou e a pego pelo braço.

A menina foi puxada para fora do mercado, enquanto lutava para voltar e gritava:

—Mamãe! Mamãe levanta, não me deixa de novo!

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—Eu te amo, mamãe.

—Também te amo, Cassie.

Curtas-viagensOnde histórias criam vida. Descubra agora