SAVE ME - Rafe Cameron

05

- Hope Bloom - 

As palavras da Sarah soaram na minha cabeça o tempo todo, deveriam ser umas 4 da manha quando fui até ao quarto de hospedes onde pode ver um pijama em cima da cama que devia ser da Sarah. Vesti o mesmo e coloquei-me na cama. Percorri as minhas redes sociais antes de adormecer completamente. Acordei bem cedo, peguei no telemóvel e vi que eram 07h30 da manhã. A esta hora de certeza que não corria risco de haver alguém acordado, e assim podia sair dali, precisava de fazer a minha corrida matinal.

Vesti a minha roupa calmamente e desci as escadas sem fazer barulho para não acordar ninguém. Passei pela sala e sentei-me no sofá para calçar os meus ténis.

-"Parece que há certos hábitos que não mudam" - Uma voz rouca chama a minha atenção o que me fez suspirar em aborrecimento. -"Sempre foste de acordar cedo, não importa a hora que te deitasses"

Temos um Cameron calmo esta manhã, secalhar é porque não dormiu o suficiente e então a personalidade dele ainda não carregou as energias. No entanto, eu não respondi, decidi fingir que ele não estava ali.

Levantei-me já com os meus ténis calçados e passei por ele mostrando um pequeno sorriso, mas obviamente que ele não me ia deixar sair dali tao facilmente. Ele agarra a minha mão de uma forma calma, me puxando para ele e isso provocou o choque dos nossos corpos.

Sentia a respiração dele bem próxima da minha, os nossos olhos ficaram fixos um nos outros e a sua mão vai para a minha cintura e outra para o meu rosto. Mas o silêncio mantinha-se naquela divisão. Mordi o lábio de tao nervosa que estava e isso provocou o Cameron observar os meus lábios.

-"Não devias ter voltado" -Ele sussurra contra os meus lábios o que me fez suspirar.

-"Penso que já deixaste isso bem claro"- Murmurei colocando a minha mão sobre a mão dele que estava no meu rosto.

Retirei levemente a mão dele do meu rosto, dando pequenos passos para trás. Obviamente que a minha vontade era abraça-lo, beija-lo e dizer que ele sempre foi e sera o amor da minha vida. Mas também percebi que não sou bem vinda na vida dele, nem espaço ha para mim.

-"Eu saiu da tua vida Rafe, não tens de te preocupar com isso."

-"Não percebes mesmo nada" - Ele encolhe os ombros dando-me espaço para eu sair, assim que abro a porta a voz dele chama novamente a minha atenção. -"Eu coloquei mais homens para te protegerem, não vais sentir que eles la estão, coloquei igualmente alarmes na tua casa, o código é a data de nascimento do teu pai, so eu e tu sabemos qual é o código,  e mais vale mantermos assim"

Não disse nada, apenas assenti as palavras dele, e sai dali. Assim que o meu corpo se encontrou com o ar fresco da rua, pequenas lagrimas apareceram no meu rosto.

A caminhada até a minha casa foi longa, no entanto ajudou a colocar certos pensamentos no sítio. Ao chegar a casa coloquei o código do alarme, e reparei que havia igualmente câmeras a entrada da porta. Pequenos livros de instruções a explicar o funcionamento estavam em cima da mesa da sala.

Não liguei em primeiro lugar a esses livros, mesmo se me deixou nervosa a facilidade que o Cameron teve para entrar na minha casa. Tomei um banho de água fria, e vesti uma roupa minimamente confortável para andar em casa: uma camisola larga que parecia vestido.

Depois fui acabar por ler os livros , para tentar perceber que tipo de sistema o Cameron andou a instalar na minha casa: pequenas câmeras pelo lado exterior da casa que se ativam com movimento, um alarme que assim que toca vai para os contatos de emergência primeiro e em segundo a polícia. E obviamente que o contacto de emergência era o Rafe Cameron.

O meu telemóvel toca fazendo me dar um sobressalto por estar demasiado concentrada a ler os livros.

"Espero que o sistema esteja a funcionar como deve ser - Cameron"

Como é que este rapaz conseguiu ter o meu número de telefone e se me quer tão longe da vida dele porque é que raio está a entrar em contacto comigo.

"Pena é que não funciona para te evitar a ti"

Acabei por responder estas palavras, ele queria jogar como pessoas frias sem sentimentos , eu também sei jogar. Naveguei pelo meu telemóvel, apercebendo-me que tinha igualmente uma mensagem da Sky : " Estou com o JJ, volto logo". Nesse mesmo instante recebo outra mensagem do Cameron, que por acaso ainda não tinha guardado o seu numero.

"Queres que te pague o bilhete de volta?"

Honestamente decidi nem responder a esta mensagem, iriamos acabar por discutir novamente e estava sem cabeça. Deitei-me no sofá ligando a televisão na Netflix, eu sei estou a desperdiçar um dia bonito para ficar no sofa, mas estou sem forças para enfrentar o mundo la fora.

- Rafe Cameron -

Não gostei de não obter uma resposta da parte da Hope, alias odiava que as pessoas não me respondessem ou simplesmente me ignorassem. Em Outer Banks, poucos tentam, e quando digo poucos, so mesmo Topper e Hope. Não nem perto de ser aquele homem que fui quando estava com Hope, e não quero voltar a ser. Ward tem razão, o amor so nos torna fracos, e era isso que eu era antes, fraco.

Sky e JJ saíram os dois, não os condeno, no entanto espero que o JJ não vire como o John B, um apaixonado'zinho. Sarah organizava as coisas em casa enquanto refilava que nos não ajudávamos em nada. Pope, John B e eu encontrávamos nos a jogar na play na sala de jogos.

-"Podíamos fazer uma festa na piscina, algum tempo que não organizamos nada, longe do trabalho" - A voz de Sarah chama a nossa atenção.

-"Ai esta uma boa ideia" - John B fala fazendo-me revirar os olhos, ele nunca diz não a uma ideia da Sarah.

-"Rafe?" - Sarah pergunta aproximando-se mais de mim, numa forma de pedir a minha autorização.

-"Porque nao? Bebidas, drogas e mulheres em bikini, o que é que é preciso mais?" - Murmurei o que fez Pope concordar, e JJ entra na sala ainda ouvindo unicamente as minhas palavras.

-"Não sei do que falam mas pelas palavras de Rafe, cheira-me que vou gostar" - JJ murmura sentando-se ao nosso lado.

-"Festa na piscina hoje a noite então, e vou convidar a Sky e a Hope" - Sarah diz, fazendo-me refilar mas impossível para ela me ouvir pois ja estava noutra divisão, e os rapazes riam da minha cara.